Em solo americano desde a última semana, o montenegrino Márcio Rodrigues vai em busca do título mundial de jiu-jítsu nesta quinta-feira, 31. Nos Estados Unidos, o lutador disputa o tradicional Campeonato Mundial de Las Vegas na categoria Máster II da faixa preta. Após a experiência da última edição, quando lutou com a faixa marrom, Márcio chega mais preparado para a disputa deste ano e fará de tudo para conquistar um lugar no pódio.
Esta será a segunda vez que o lutador montenegrino participa do Mundial de Las Vegas. Diferente do último ano, quando chegou aos EUA dois dias antes da competição, Márcio agora viajou uma semana antes para se habituar ao clima e ao fuso horário do país. “Acredito que chegando com alguns dias de antecedência, meu desempenho vai ser melhor”, frisa o atleta.
Além do foco no campeonato, Márcio Rodrigues também embarcou antes para os EUA a fim de conhecer melhor o país e aperfeiçoar suas técnicas no esporte. “Pretendo ficar algum tempo aqui para treinar e adquirir mais experiência, com rotina de treinos e passeios. A meta é viver a vida e aproveitar as oportunidades”, ressalta.
Antes do embarque, o lutador conciliou sua preparação para o Mundial com o trabalho. “Minha preparação foi boa, com treinos de jiu-jítsu e preparação física, sempre conciliando com o trabalho. O campeonato vai ser difícil, mas não impossível. Vou lutar com referências do esporte, professores com anos de faixa preta, mas vou dar o máximo para chegar ao pódio e conquistar uma medalha”, declara.
Campeonato de alto nível que reúne os melhores lutadores do planeta, o Mundial de Las Vegas requer uma preparação não apenas técnica e física, mas também mental. Por isso, Márcio Rodrigues fez um “recesso” de duas semanas antes da viagem para ficar perto das pessoas que ama.
“Curto muito esse desafio de mente. Procurei ficar com as pessoas que amo, com meus filhos, família e amigos, para aproveitar e absorver o carinho e a amizade de todos. E tudo isso está sendo fundamental. Estou chegando bem preparado para o campeonato e o melhor de tudo: sem lesão”, enfatiza o atleta montenegrino.
A categoria de Márcio no campeonato conta com cerca de 50 atletas. Para chegar ao pódio, o lutador deve fazer – e vencer – cinco lutas. Nesta quinta-feira, ganhando ou perdendo, o atleta de Montenegro sabe que vai aprender muito. “Pretendo sair daqui mais experiente na minha nova faixa, meu foco é trabalhar muito mais meu jiu-jítsu. Enquanto muitos dizem que a faixa preta é um estágio final na modalidade, para mim é o começo. Tenho muito que aprender e evoluir”, afirma.
Antes mesmo de subir no tatame para buscar a medalha de ouro nesta edição do Mundial, o lutador da cidade já projeta retornar aos EUA nos próximos anos – e com uma companhia mais do que especial. “Quero vir para cá muitas vezes para lutar esse tipo de competição, com foco ainda maior no meu filho. Confio que meu filho Davi Asafe terá um futuro muito maior do que eu na arte do jiu-jítsu. Estou trabalhando para ser um exemplo para ele e mostrar que se tivermos um sonho e corrermos atrás, tudo se torna possível”, completa.
Professor exalta a raça e o talento de Márcio Rodrigues
Professor e parceiro de Márcio Rodrigues nos eventos de jiu-jítsu há muitos anos, Luciano Pinto, da academia Pinto BJJ, enaltece a determinação do aluno, que vai em busca da medalha de ouro em Las Vegas. “O Márcio é um cara muito talentoso, com uma raça incrível. O cara trabalha com pintura, sobe e desce escada o dia inteiro, e ainda consegue treinar forte e competir, acho muito maneiro”, destaca.
Feliz por ter um aluno disputando a maior competição de jiu-jítsu do planeta, Luciano não esconde o nervosismo por acompanhar o campeonato à distância. “Já estou nervoso. Gosto de estar junto dos meus alunos quando eles lutam. Ainda mais com o Márcio, estamos sempre juntos, em todos os eventos. Eu ajudo ele, e ele me ajuda. Queria estar junto para ajudá-lo de alguma maneira, mas vejo ele preparado”, salienta.
“Sei que vai ser difícil, a chave está gigante e reúne os melhores atletas do mundo. É muito complicado, mas acho que ele pode trazer uma medalha para o Brasil. Espero que ele faça boas lutas e fique contente com o desempenho dele. Ele fazendo o melhor dele, para mim é o suficiente”, finaliza o professor.
