No dia do fisiculturista, conheça a história de quem pratica a modalidade
“Sempre fui uma pessoa magra, sofria bullying no colegial. Então, comecei a praticar musculação para ganhar peso. No decorrer dos anos, fui acompanhando o fisiculturismo mais de perto e pensei: se eles conseguem, eu também consigo”. A declaração é do montenegrino Wellington Lemes, 26 anos, que disputa campeonatos da modalidade e, em novembro de 2018, sagrou-se campeão em sua categoria.
Nesta quarta-feira, 30 de outubro, é celebrado o dia do fisiculturista no Brasil. Na modalidade competitiva, os atletas trabalham os músculos do corpo com o objetivo de aumentar a massa muscular o máximo possível. Para isso, só musculação não basta. É preciso muita dedicação, disciplina, foco e profissionalismo. Wellington treina há dez anos, mas atualmente se recupera de um rompimento sofrido no peito e no ombro.
Desde os 16 anos de idade, o atleta de Montenegro busca manter o foco para atingir a excelência no esporte. Quando conquistou seu primeiro título no fisiculturismo, em novembro passado, Wellington competiu pela categoria Mens Physique, em que o atleta usa bermuda de surfista e é julgado pelo volume, simetria e definição muscular.
Na ocasião, o fisiculturista da cidade participou de seu terceiro campeonato no esporte. Antes disso, havia disputado um torneio em abril e outro em maio, também em 2018. Só não competiu neste ano devido à contusão, o que considera comum na modalidade. “Os fisiculturistas sempre treinam no limite do corpo. É isso que faz diferença entre um campeão e um ‘qualquer’. Então, lesões são bem comuns nesse esporte”, afirma.
Além de dedicação, Wellington garante que o auxílio de profissionais adequados é fundamental para obter sucesso no fisiculturismo. “A modalidade exige muita disciplina e foco. Além disso, é essencial procurar profissionais, mais especificamente um treinador e um nutricionista, para ajudar a transformar o físico de um mero praticante de musculação em um físico de atleta”, salienta.
“É um trabalho árduo, a alimentação tem que ser na hora certa, na quantidade certa. É fundamental também dormir na hora certa, no final isso faz muita diferença”, complementa, acrescentando que o fisiculturismo é um esporte de custo elevado para se manter, mas o resultado faz todo o esforço valer a pena. “A alimentação é cara, tem a suplementação, nutricionista, médico. Tudo envolve dinheiro”, frisa.
O atleta de 26 anos lamenta que o fisiculturismo seja visto com preconceito pela sociedade. “As pessoas julgam por não entender do assunto. Quando veem uma pessoa musculosa, a primeira coisa que pensam é que a pessoa usa anabolizantes. Seria hipocrisia dizer que não há o uso no meio do fisiculturismo, mas por trás disso, vem muito treino, dieta, aeróbicos”, completa.
Montenegrino disputa seu primeiro campeonato neste sábado
Incentivado pela namorada, Gabriel Peres de Souza treina desde a metade de 2018 com foco totalmente no fisiculturismo. Antes disso, o atleta de 22 anos também treinava, mas com outro foco, até sofrer um acidente no final de 2017. Com apoio da namorada Kamila Kafer Blume, voltou aos treinamentos e, neste sábado, vai disputar sua primeira competição de fisiculturismo, no Park Shopping Canoas.
Assim como Wellington Lemes, Gabriel também atua na categoria Mens Physique. Inclusive, Wellington auxilia Peres na academia, como uma espécie de “coach”. Ansioso para fazer sua estreia oficial na modalidade, o atleta considera o campeonato um presente antecipado de aniversário. “Minha expectativa é ver que todo o trabalho que estamos realizando valeu a pena. Faço 23 anos no final de novembro, então essa competição também será um presente”, enaltece.
O fisiculturista montenegrino destaca que, além de boa alimentação, sono regulado e treinos fortes, os atletas da modalidade devem ter muita dedicação e foco. Seus treinos são mais focados nos ombros e nas costas, no entanto, ele assegura que os treinos de pernas também fazem parte da sua rotina. “Busco formar o ‘V shape’, como chamamos. Isso não significa que não tenho treinos de pernas, é tão importante quanto qualquer outro músculo, afinal, é a base do corpo”, finaliza.