PROJETO se posiciona contra sua desclassificação na etapa de Montenegro
A fase de quartas de finais da Taça das Favelas RS acontece neste sábado, 7, mas a etapa eliminatória do último fim de semana ainda ecoa nos bastidores. Desclassificada no início desta semana após o caso de agressão verbal registrado na competição do sábado passado, 31, em Montenegro, a equipe masculina de Canoas protestou contra a decisão da Comissão Organizadora da competição. A seleção de Montenegro herdou a vaga.
O projeto canoense alega que não teve a possibilidade de se defender da decisão. Além disso, a seleção de Canoas ingressou com um recurso, buscando comprovar a nulidade da deliberação. O advogado Lauro Tentardini, que representa a equipe de Canoas no caso, afirma que a organização da Taça das Favelas não respondeu o recurso e sequer deu ciência de ter recebido o mesmo, que, segundo ele, teria sido enviado no dia 2 de setembro – data em que a comissão desclassificou a seleção canoense, baseado no artigo 14 do regulamento da competição.
Tentardini menciona ainda que o atleta de Canoas, que supostamente teria cometido o ato de agressão verbal contra uma jogadora de Alvorada, mora na região do Quilombo, em Canoas. Confira abaixo outros trechos da nota enviada por Lauro à reportagem do Ibiá:
“O Projeto Tiro de Meta, representante de Canoas na Taça das Favelas, vem se posicionar contra a sua desclassificação de forma arbitrária da Taça das Favelas, onde sequer teve a possibilidade de se defender… Deixamos claro o nosso protesto e a nossa surpresa por a organização da competição ter tirado a sede da etapa do município de Canoas e levado para Montenegro, não tendo sequer comunicado a Prefeitura Municipal de Canoas sobre a mudança.
[…] Na tarde do dia 2 de setembro de 2024, fomos comunicados da nossa eliminação da competição sem a possibilidade de nos defendermos. Portanto em desacordo como todas as boas práticas do direito constitucional e desportivo. Desta forma ingressamos com este recurso para mostrar a nulidade da decisão por inúmeros motivos: falta de citação, falta de possibilidade do contraditório e ampla defesa, falta de interesse da denunciante – afinal a equipe feminina de Alvorada não compete com a masculina de Canoas, portanto não há interesse esportivo da parte.
A organização da Competição Taça das Favelas, simplesmente, não respondeu o nosso recurso. Sequer deu ciência de ter recebido o mesmo que foi enviado ainda no dia 2 de setembro. Desta forma, prosseguiremos para a justiça comum. Os pais do atleta, que supostamente teria cometido racismo, representando o atleta menor, vão providenciar o boletim de ocorrência para que a CUFA e a suposta vítima apresente as provas inequívocas da prática de racismo, conforme previsão legal e jurisprudência adotada no país.”
Em resposta, a Comissão Organizadora da Taça das Favelas reforçou que a seleção de Canoas foi desclassificada por violar o Art. 14 do regulamento. “O assunto já está encerrado desde segunda-feira”, reafirmou a comissão da competição.
O artigo 14 do regulamento diz: “O desenvolvimento de atos de indisciplina tais como: agressão física e verbal, organização de tumultos ou brigas, dos jovens participantes dos sexos masculino e feminino, técnicos ou dirigentes, implicará na desclassificação automática da equipe no evento, ainda que seja a caminho para os jogos ou suas residências. A exclusão se estende ainda em casos de depredação de patrimônios públicos ou privados.”