Wellington Lemes iniciou na modalidade no ano de 2018
Em dezembro de 2024, o montenegrino Wellington Lemes se sagrou campeão da categoria Fisiculturismo Clássico e do Overall (título absoluto do evento) na competição Reis da Praia, em Xangri-Lá.A conquista foi emblemática para o fisiculturista local, que iniciou no esporte em 2018, ficou praticamente seis anos sem competir por conta de uma lesão e voltou em alto nível na última temporada.
Tudo começou em 2010, muito antes de Wellington ingressar no fisiculturismo. Naquele ano, ainda adolescente (hoje está com 31 anos), o atleta começou a musculação, com o intuito de ganhar massa muscular. “Eu era muito magro, sofria até bullying na época. Entrei na academia para melhorar a parte física”, declarou ele, em entrevista concedida ao Estúdio Ibiá dessa segunda-feira, 6.
Com o passar dos anos, Lemes foi nutrindo uma vontade de competir, de se tornar um atleta de fisiculturismo. Em 2018, teve suas primeiras experiências. Em abril daquele ano, ficou em quinto lugar numa competição em Pelotas. Dois meses depois, em junho, ficou em 7° no Campeonato Gaúcho, disputado em Novo Hamburgo. Em novembro daquele ano, veio o primeiro título, na categoria, novamente em Novo Hamburgo.
Em janeiro de 2019, quando se preparava para competir no evento Arnold Classic, Wellington sofreu uma grave lesão na região do peito, teve que passar por cirurgia e precisou ficar um longo período afastado. Apesar disso, manteve o foco, especialmente na alimentação, para permanecer bem condicionado fisicamente. O atleta só voltou a competir em 2024.
“Faço seis refeições diariamente, com proteínas, carboidratos, gorduras boas… Dois exercícios de cardio por dia, aeróbicos, e mais um treino de musculação de 1h30 a 2h diariamente, sete vezes por semana. É uma preparação bem intensa. Tem que ter muita constância no esporte, tem que gostar e abdicar de muitas coisas para seguir em alto nível”, ressalta o fisiculturista, que precisou abrir mão de alimentos como pizza e hambúrguer para se manter em boa forma.
“O sono é o principal aliado do atleta. Tem que dormir bem, descansar bem, treinar bem e comer bem. O ideal seria 8 horas diárias de sono, mas por conta da rotina de trabalho, eu consigo dormir entre 5 e 6 horas”, complementa.
Além da disciplina para não fugir da rotina de treinamentos, o fisiculturismo também demanda um alto investimento financeiro.“Na preparação, a gente tem um custo mensal entre R$ 3 e 4 mil. É bastante, o fisiculturismo é considerado um dos esportes mais caros do mundo”, enfatiza Lemes.
Procard é o grande objetivo do ano
Totalmente recuperado da lesão e motivado após o título conquistado em Xangri-Lá, no final de 2024, Wellington Lemes estabeleceu como meta para este ano buscar o Procard, um documento de atletas profissionais que possibilita ao fisiculturista competir fora do país. “O objetivo principal é virar atleta profissional de fisiculturismo e representar o Brasil fora do país”, afirma.
Para isso, o atleta de Montenegro, que tem como referência o astro Arnold Schwarzenegger, tem que superar seletivas. A primeira, em maio, no Campeonato de Estreantes. Depois, o Campeonato Gaúcho, no mês de junho. Por fim, o Brasileiro da modalidade, em julho, no estado de São Paulo. “Precisamos nos qualificar no Gaúcho para disputar o Brasileiro. Aí lá (em São Paulo) vale o Procard. Temos que galgar degrau por degrau para alcançar os objetivos”, declara.