Após estrear na cabine do VAR, Stanislau analisa a tecnologia

Arbitragem. Mesmo com o recurso, muitos lances ainda geram discórdia no Brasileirão

O árbitro assistente de vídeo (VAR) tem como objetivo diminuir consideravelmente os erros de arbitragem nas partidas. O recurso foi introduzido no Campeonato Brasileiro a partir deste ano. Entretanto, mesmo com a utilização da tecnologia, muitos lances ainda geram polêmica e discórdia entre torcedores e comentaristas. Na rodada do último final de semana, por exemplo, três situações de pênalti foram debatidas nos programas esportivos.
Na partida entre Cruzeiro e Inter, o árbitro principal foi alertado pelos responsáveis pelo VAR de um possível pênalti para a equipe mineira no início da segunda etapa, quando o Inter vencia por 1 a 0. Ao consultar o vídeo, o árbitro marcou pênalti de Patrick sobre Orejuela, em lance que o jogador cruzeirense força a queda dentro da área. No domingo, no jogo entre Palmeiras e Cruzeiro, o juiz sequer foi ao monitor analisar o empurrão de Felipe Melo em Igor Rabello, dentro da área.

No duelo entre CSA e Avaí, o árbitro gaúcho Anderson Daronco marcou pênalti para os alagoanos ao consultar o vídeo e ver empurrão sobre o atacante Ricardo Bueno na área. Para o comentarista de arbitragem do grupo Globo, Paulo César de Oliveira, o lance foi normal.

O árbitro assistente montenegrino Michael Stanislau atuou em sua função na partida entre Cruzeiro e Fluminense, na noite de ontem, no Mineirão. Na última semana, Stanislau fez sua estreia na cabine do VAR, no jogo entre Chapecoense e Corinthians. “Nos comunicamos com o árbitro principal apenas em pontos chaves, deixamos ele apitar com naturalidade. Falamos somente na real necessidade, muitas vezes para apoiar uma decisão tomada”, afirma.
A vitória corintiana por 1 a 0 sobre a Chape não teve nenhuma influência da arbitragem. O bandeirinha de Montenegro destaca que o confronto teve apenas duas checagens do árbitro de vídeo. “Analisamos apenas dois possíveis pênaltis no primeiro tempo, o jogo parou por 30 segundos. Para tomarmos as decisões, entramos em um consenso antes de informar ao árbitro do campo”, ressalta.

Árbitro assistente da cidade acredita que falta paciência para os torcedores brasileiros. Foto: Everton Silveira / divulgação

Recurso ainda está em adaptação no futebol brasileiro
Além das situações que geram discórdia entre os torcedores, uma das maiores reclamações do público é a demora na checagem dos lances pelo VAR. Apesar disso, Michael Stanislau acredita que o recurso está sendo melhor utilizado a cada rodada do Campeonato Brasileiro. “É o primeiro ano da tecnologia no País. Além de ser comandado por humanos, é um aprendizado para todos, principalmente para os árbitros. O uso do VAR está melhorando, os tempos de checagem estão menores, as correções estão mais precisas”, defende.

O árbitro assistente de Montenegro salienta que na Europa também existem erros, porém, os torcedores brasileiros não têm tanta paciência como os europeus. “A paciência não é uma característica presente no nosso futebol, pois o brasileiro vive de resultado e imediatismo. Claro que é preciso melhorar e ajustar o ponto de chamada, a linha de intervenção, mas isso virá com o tempo. Uma ferramenta utilizada no primeiro ano, em poucos meses, terá equívocos até ajustar. Na Europa os torcedores entendem mais o erro de arbitragem como parte do jogo, aqui não”, acrescenta.

Stanislau e seus colegas de função são orientados a deixar o lance seguir em casos de dúvida e, somente após a conclusão da jogada, tomar a decisão. O bandeirinha da cidade revela que, além dos árbitros, o próprio protocolo do VAR está passando por adaptação. “Já estamos indo para a 9ª edição do protocolo do VAR. Sempre há alteração e melhoria, conforme é visto na prática”, completa.

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