Vinícius Nascimento comanda quatro categorias da escola montenegrina
A gurizada do Fera volta a campo neste domingo, 17, pelo Campeonato Encosta da Serra. No Vale do Sinos, três categorias do projeto montenegrino enfrentam o Novo Hamburgo, no gramado sintético do clube anilado, pela fase classificatória da competição. A categoria 2008 disputa o primeiro jogo às 8h30min. Na sequência, Noia e Fera duelam pela categoria 2010. Por fim, as duas equipes medem forças pela categoria 2009, em confronto marcado para as 11h20min.
O desafio deste final de semana no Vale do Sinos terá um significado especial para o técnico Vinícius Nascimento, que comanda as categorias 2008, 2009, 2010 e 2011 do Fera. Antes de acertar com a escola montenegrina, em janeiro deste ano, Vinícius trabalhou por sete anos no Novo Hamburgo, adversário deste domingo. Pela primeira vez, o treinador vai enfrentar a ex-equipe.
Antes do reencontro com o Noia, Vinícius concedeu uma entrevista exclusiva ao Ibiá, em que destacou os objetivos do Fera e explicou o estilo de jogo que vem buscando colocar em prática na escola de Montenegro. “O principal ponto é a gente criar uma metodologia. Alinhar os objetivos da escola com a filosofia de trabalho. Além de formar cidadãos, voltar a revelar talentos”, salienta.
Técnico de quatro categorias, Vinícius frisa que a filosofia de trabalho de cada categoria é a mesma, mas o perfil de cada atleta é respeitado. “Nosso principal objetivo é fazer o atleta evoluir como um todo, para ter um entendimento das complexidades do jogo”, ressalta o treinador, que conta com cerca de 20 alunos em cada categoria.
Vinícius lamenta o fato de não contar com todos os atletas de uma mesma categoria nos treinamentos (por conta dos horários das aulas dos atletas). Apesar disso, o técnico vem buscando implementar seu estilo de jogo no dia a dia. “Gosto de um jogo mais apoiado, mais curto, principalmente na primeira zona de construção. Porém, encontrei aqui atletas com características diferentes, até por questão de região.
Aqui há muitos meninos que atacam o espaço, que gostam de jogar em transição, que pegam a bola e tentam resolver meio que sozinhos. Isso é bom em alguns momentos, mas em outros momentos deixa o jogo um pouco inseguro. Sou mais adepto à questão do controle, de atacar no momento certo, de ficar com a bola, de controlar tanto a bola, quanto os espaços. Um jogo mais posicional”, explica.
Como encontrou, em Montenegro, atletas de características diferentes de seu modelo de jogo, o treinador vem procurando ‘casar’ os dois estilos, mesclando os dois pontos. “A partir do momento que esses conceitos ficam introduzidos nos atletas, eles vão adquirindo como cultura, os movimentos se tornam mais naturais”, acrescenta.
Por fim, Vinícius defende que, no trabalho de base, o resultado principal não é o resultado do jogo, e sim o crescimento e o desenvolvimento de cada atleta na parte técnica, tática, física e emocional. “A gente tem que entender, principalmente em questão dos pais, que ganhar um jogo hoje não significa muita coisa. Agora, o atleta que tem um entendimento das ações do jogo, se apropria das ações que está trabalhando no dia a dia, fica mais inteligente e vai tomando decisões melhores. Esse é o resultado que a gente precisa. Nosso trabalho é esse, construir a casa realmente pelo chão, não adianta construir pelo telhado. Então, tem que ter paciência”, finaliza.