A intensa rotação entre times no Grêmio Gaúcho

Futebol sete. Várias equipes que já disputaram finais e até foram campeãs na última década não estão mais no clube

O ano era 2006. No começo do semestre, a coordenação técnica do campeonato de futebol sete do Grêmio Gaúcho, juntamente com os times, decidiu criar a Série Ouro e a Série Prata. Antes disso, já haviam sido disputadas inúmeras competições no clube, mas do primeiro semestre de 2006 em diante, a competição teria um ranking. O atual e maior campeão do novo formato é o Peludos, com cinco títulos (consecutivos). Mas o Grêmio Gaúcho já viu outros 12 times levantarem a taça da primeira divisão.

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Mônaco foi tricampeão entre 2010 e 2012, mas deixou o Grêmio Gaúcho em 2014. Foto: arquivo pessoal Edison Zang

Muitos dos vencedores são tradicionalíssimos no clube e continuam disputando a Série Ouro. Porém, há outros times que venceram a competição e não existem mais. Tricampeão, o Mônaco é um exemplo. A equipe conquistou o segundo semestre de 2010, o primeiro semestre de 2011 e também o primeiro semestre do ano de 2012. Dois anos depois, não participou mais do campeonato e “fechou as portas”, na linguagem do futebol.

Além do Mônaco, os tradicionais Expulsos do Bar, Ellite e TNT, que seguem ativos, conquistaram três campeonatos desde 2006. Das equipes que levantaram uma taça, somente o Rui Barbosa ainda está no clube. Outros exemplos, como Saidera e +QD+, jogam hoje no campeonato de futebol sete do Cantegril. Já Holligans, Eu Que Sei, Os Borrachos, Barcelona e Evolution não existem mais. “Grande parte dos atletas ainda jogam, mas por outros times”, frisa Edison Zang, o Edinho, que jogava no Mônaco e no Os Borrachos, e atualmente é um dos organizadores do campeonato.

No Grêmio, Edinho já atuou por vários times. Ele acompanhou de perto a intensa rotação de equipes no clube. “Eu era o goleiro do Os Borrachos e fomos campeões. O time jogou apenas um campeonato, era a base o +QD+ com alguns convidados que estavam sem time (meu caso). O +QD+ foi campeão em 2006 no Grêmio e só se ‘dissolveu’ na época do Borrachos. Depois, os atletas foram para o Mônaco, e agora o +QD+ está no Cantegril”, explica.

As equipes Superação e Cardume não chegaram a levantar a taça, mas disputaram uma decisão e hoje também não existem mais. “O Cardume era um time com base no Municipal, de futebol onze. Atualmente, praticamente todos os atletas daquela equipe estão distribuídos. O Superação era a base do Paraguayos”, relembra Edinho.

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Expulsos e Ellite são dois dos times mais “antigos” em atividade e sempre protagonizam grandes embates.

Auxiliar técnico do tradicional Ellite, Júlio Flores aponta alguns fatores que fazem os times deixar o clube. “Por exemplo, monto uma equipe, porém ao término do campeonato, a maioria do pessoal resolve sair do time. Independente se for campeão ou não, e na maioria dos casos como não se consegue mais atletas, eu acabo com o time. Também acontece da equipe não conseguir patrocínio”, frisa.

As estatísticas são surpreendentes. Dos 25 campeonatos disputados entre 2006 e o primeiro semestre deste ano na Série Ouro, 10 títulos foram conquistados por equipes que não fazem mais parte do clube. Dos 13 vice-campeões, oito já deixaram o Grêmio Gaúcho.

Ainda tem muito time “raiz” no clube
Apesar da movimentada “dança das cadeiras” das equipes, muitos times tradicionais seguem no clube. O Expulsos do Bar e o Ellite são os maiores exemplos. Criado na metade da década de 90, o Expulsos conquistou vários títulos antes de 2006 e depois da criação das duas divisões levantou o caneco mais três vezes, além de três vice-campeonatos.

Grande líder da equipe, Júlio Cézar de Vargas, o Julica, comenta sobre as mudanças que ocorreram no clube desde que chegou. “Estou ali ainda porque gosto do futebol, se não, já teria largado. Hoje tudo é dinheiro. Algumas equipes saíram por falta de patrocínio, devido à tecnologia e também porque as pessoas vão cansando”, salienta.

Júlio Flores, tricampeão com o Ellite no atual modelo do campeonato, também enaltece os times que seguem firmes na disputa. “As equipes que persistem são aquelas que conseguem manter sempre a mesma base, mudam no máximo um ou dois atletas. Hoje no Grêmio, Ellite, TNT, Expulsos e Carandiru existem há mais de 15 anos e nunca trocaram de nome”, destaca.

Confira ao lado a lista de todos os campeões e vice-campeões da Série Ouro desde 2006, quando foram criadas as duas divisões no clube.

 

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