“Que as crianças possam ter mais oportunidade e igualdade”, diz voluntária

Voluntários ajudam a tornar sonhos em realidade no Natal

Todos os anos ações de Natal acontecem em diversos bairros da cidade. Por trás dessas iniciativas estão diversos voluntários, que se dedicam muitas vezes durante todo o ano para atender aos pedidos de crianças e famílias vulneráveis. Eles não são o Papai Noel, mas buscam promover aquilo que o bom velhinho representa: o espírito da união e da solidariedade.

Desde os quatro anos Eliane da Silva, a Popy, atua como voluntária. A inspiração veio da avó, Dona Eugênia, que organizava ações sociais no bairro Bela Vista. “Eu lembro que passava a noite ao lado dela ajudando a empacotar balas e bombom, e hoje eu ensino as minhas filhas”, conta Popy.

Mais tarde, aos sete anos, o trabalho de ajudar o próximo seguiu na creche Lar do Menor, onde Popy frequentava como aluna. Foi na oficina de confeitaria da instituição que ela descobriu o amor pela profissão que exerce até hoje, e também pode seguir atuando como voluntária. “As professoras nos ensinavam a fazer bolachas e a gente vendia na praça o que fazia. O dinheiro que a gente ganhava podíamos ficar ou doar, e eu sempre escolhia doar”, conta.

Aos quinze anos, já adolescente, Popy decidiu abrir a sua empresa de confeiteira, profissão que atua até hoje, com 38 anos. Também foi nessa época que teve início o seu trabalho voluntário no período do Natal. Popy relata que o trabalho como voluntária também foi motivado por uma promessa após vencer as convulsões e ataques epiléticos que tinha desde criança. “Fiz uma promessa de ajudar ao menos 100 crianças todo o Natal desde que venci essas convulsões e ataques. Depois, tive outros problemas de saúde também, mas isso serviu pra renovar a minha fé e seguir com o meu trabalho”, destaca.

Eliane da Silva, a Popy, atua como voluntária no Natal há 23 anos

Ao longo de 23 anos atuando com ações sociais, Popy diz ter como principal ensinamento a valorização do sentimento de cada pessoa. “Cada carta que eu recebo eu dou muito valor, não interessa o que a criança está pedindo. Eu aprendi que a gente pode tentar manter uma igualdade. O meu sonho é que Montenegro tivesse uma igualdade maior”, destaca.

Nesse ano, as ações da voluntária foram voltadas para o combate à fome. Popy conta que recebeu em torno de três mil cartinhas de crianças de vários bairros de Montenegro e até de outras cidades, sendo mais de 900 com pedidos de alimentos. Para dar conta de tanta demanda, ela contou com a parceria de cerca de 200 empresas, além de outros voluntários. “Esse ano nós fizemos uma campanha diga não à fome. Não é fácil doar uma quantidade dessa em uma pandemia, mas a gente conseguiu se unir com o comércio e foi mais um ano de sucesso”, afirma.

Para o futuro, Popy diz sonhar em montar uma ONG, onde possa promover cursos de capacitação para crianças e jovens. “Um dia eu tive a oportunidade de aprender confeitaria, então o que eu quero é que as crianças possam ter mais oportunidade e igualdade”, afirma.

Amor por ajudar o próximo passado de mãe para filho
Foi inspirado na mãe que José Cassiano de Lima, 43, decidiu se dedicar ao voluntariado há 11 anos. Na época, dona Solange Terezinha da Rosa, hoje com 64 anos, organizou uma campanha de arrecadação de alimentos para destinar a uma família que teve sua casa consumida por um incêndio no bairro Aeroclube. O ato de solidariedade da mãe acabou despertando em Cassiano o amor por ajudar o próximo. “Foi ela que me inspirou, que me despertou a vontade de ajudar o próximo”, conta.

Cassiano atua durante todo o ano em campanhas sociais de distribuição de alimentos, brinquedos, roupas e material escolar

Apesar de ter iniciado as suas campanhas sociais há pouco mais de 10 anos, Cassiano relata que a vontade de ajudar já se manifestava desde pequeno. “Eu sempre fui de ajudar muito na escola, sempre que faziam algum evento eu estava lá ajudando, então isso já vem desde pequeno”, comenta. Hoje afastado do trabalho e recebendo um benefício do INSS por conta de um acidente que aconteceu enquanto atuava como operador de empilhadeira, Cassiano se dedica quase que diariamente nas ações sociais organizadas por ele e por outros voluntários do Município. “Eu caminho a cidade toda em busca de doações. A gente faz a campanha de Natal; campanha de material escolar pra crianças; de Páscoa; Campanha de Inverno, quando a gente doa roupas e cobertores; e esse ano eu participei também da campanha do Dia das Crianças”, conta.

Cassiano diz que o que motiva a continuar realizando o trabalho é a gratidão que recebe de adultos e crianças. “É muito gratificante saber que uma família vai ganhar uma cesta básica, que uma criança vai ganhar um brinquedo, tu te sente aliviado de poder ajudar o próximo, isso não tem dinheiro nenhum que pague”, diz o voluntário. Sobre as ações no Natal, Cassiano afirma que as pessoas são mais solidárias, além de já haver a expectativa das crianças em receberem um presente. “Nessa época a gente vê a alegria das crianças e das famílias em ganhar um presente ou uma cesta básica, então é muito gratificante pra gente que atua de forma voluntária”, diz.

Cassiano foi Papai Noel voluntário em ação de Natal realizada no último sábado, 18, no bairro Industrial

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