Educando Através do Tênis atende alunos do Álvaro de Moraes e do Ciep
No dia 31 de julho deste ano, Luisa Stefani e Laura Pigossi fizeram história ao levar o tênis brasileiro ao pódio de uma Olimpíada pela primeira vez. A dupla conquistou a medalha de bronze nos Jogos de Tóquio e tornou o esporte ainda mais conhecido no cenário nacional. Menos de três meses depois da medalha inédita, começou em Montenegro o projeto social Educando Através do Tênis, que busca oportunizar jovens alunos do município a conhecer e se familiarizar com a modalidade.
Nas escolas Cel. Álvaro de Moraes e Colégio Estadual Ivo Buhler – Ciep, 32 estudantes (16 em cada instituição) participam do projeto. As aulas acontecem duas vezes por semana (terças e quintas), no contraturno escolar, e são destinadas a alunos de 8 a 12 anos de idade. Com duração de um ano, o Educando Através do Tênis iniciou em outubro e não será interrompido durante as férias escolares. Ou seja, os alunos do projeto continuarão tendo atividades em janeiro e fevereiro.
Para viabilizar a realização do projeto, a Associação Montenegrina de Esporte e Cultura (AMEC) contou com uma emenda parlamentar intermediada pelo Deputado Federal Pompeo de Mattos. Popularizar o tênis dentro do ambiente escolar é um dos objetivos principais da iniciativa, tendo em vista que o esporte é consideravelmente caro em relação a outras modalidades, devido aos valores das raquetes, da rede e de todos os materiais necessários para a prática do tênis.
Um dos idealizadores e incentivadores do Educando Através do Tênis, Daniel Costa reforça a importância de realizar o projeto nas instituições de ensino do município. “É um esporte diferente para eles (estudantes), pois não está no currículo escolar. Por isso é importante fazer dentro das escolas, onde as crianças já estão habituadas. No final de novembro, os alunos do projeto receberam camisetas e bonés personalizados”, ressalta.
Antes de cada aula, a coordenadora do projeto, Luciana de Oliveira Fonseca, e o professor Leandro Orth reúnem os alunos e passam orientações sobre o encontro e também sobre regras da modalidade. Eles já aprenderam, por exemplo, a pontuação de cada game, que é diferente de todos os esportes. Nestes primeiros meses, as atividades são lúdicas e trabalham bastante a parte técnica.
“Estamos conduzindo o projeto de uma forma bem didática, bem lúdica. Eles estão aprendendo a sacar e, além disso, jogar com a mão não dominante. A ideia também é trazer eles para a escola nesse período ‘ocioso’ do contraturno, a fim de promover a socialização e fortalecer a saúde física e mental dos jovens. Teremos duas gincanas durante esse ano de projeto, e tentaremos colocar os alunos das duas escolas juntos em uma oportunidade”, explica a coordenadora Luciana Fonseca.
O rendimento escolar é um dos pilares do Educando Através do Tênis. Os jovens precisam estar com boas notas para participar do projeto. “Queremos que o ambiente escolar seja prazeroso para eles. Sabemos que o tênis não é um esporte barato”, complementa Luciana.
Em março de 2022, outro projeto de tênis da AMEC deve iniciar em Montenegro. Aprovada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comcrad), a iniciativa, viabilizada pela captação de recursos via imposto de renda doado por empresários e colaboradores do município, será realizada em escola a ser definida.
Os primeiros saques e a evolução da garotada
A primeira aula oficial do projeto social ocorreu no dia 7 de outubro de 2021. De lá para cá, meninos e meninas evoluíram muito e já dominam várias fases do jogo, como saque, devolução e a pontuação. O professor Leandro Orth lembra que, quando começou o projeto, algumas crianças do Álvaro de Moraes e do Ciep não sabiam nem o que era uma raquete de tênis.
As aulas têm duração de uma hora cada, tempo suficiente para a garotada aprender várias questões ligadas ao esporte. “Cada aula a gente nota uma diferença, essa evolução deles é muito gratificante para nós. É uma oportunidade única para essas crianças”, enaltece Leandro.
Dois dos jovens mais empolgados da turma do Ciep, Ketlyn Sofia Silva e Eduardo Oliveira dos Santos, de 11 anos, alunos do 5° ano da escola, não escondem a felicidade ao participar do projeto. “Eu já tinha visto tênis pela TV e queria jogar, aí eles (Leandro e Luciana) vieram na escola fazer o convite, e fiquei muito afim de participar. Está sendo muito legal essa experiência. No início das aulas, não sabíamos quase nada, agora já evoluímos bastante”, exalta Ketlyn. “Gosto muito das aulas e prefiro jogar sozinho, porque a gente se atrapalha um pouco quando jogamos em dupla. Mais pra frente, quero participar de campeonatos de tênis”, pontua Eduardo.
Competitiva e animada, a talentosa Ketlyn quer realizar, no tênis, o sonho da mãe, que não teve a oportunidade de praticar a modalidade. “Minha mãe disse que queria jogar quando era menor e não conseguiu. Quando falei para ela que ia participar do projeto, ela ficou bem feliz. É o esporte que mais gosto”, completa.