Na localidade de Alfama, em Montenegro, encontramos um jovem empreendedor do campo, cheio de projetos e com iniciativa para vencer as desventuras que sofre um trabalhador rural. Todavia, Felipe Kranz, de 32 anos, nasceu e se criou na cidade. Uma jornada recente, mas tão comprometida com a terra quanto as gerações herdeiras da agricultura.
Felipe era adolescente quando seu pai, o professor e político montenegrino Renato Kranz, comprou uma chácara, em 1994. Primeiro dedicou ao cultivo de pomares, mas depois levou a família para viver em meio a natureza. “Me interesso pela agricultura desde os 14 anos. Minha infância foi na cidade. Mas em 2002 a gente veio morar no interior”, recorda.
No “guri da cidade” despertou uma paixão que o levou à formação de Técnico em Agropecuária e um estágio no Centro de Treinamento de Agricultores de Montenegro (Cetam/ Emater). O passo seguinte foi o investimento em uma granja de ovos, em 2010, com criação de galinhas no sistema convencional e caipira (soltas). E na visão de Felipe, a Granja Kranz – Ovos Caipiras precisava ser referência, ser vista e lembrada, não apenas das gôndolas dos supermercados.
Assim surgiu o projeto em parceria com as escolas de educação infantil em Montenegro, que agendavam visitas com as crianças. A ideia era mostrar de onde vêm os ovos, ver galinhas de perto e, claro, tirar todos da monotonia das salas. Um programa de contato com a natureza e aprendizado, que parece muito ser a herança que Felipe recebeu do pai professor.
Um “martelinho” de ousadia contra a crise
Mas então veio a pandemia! Sim. A frase mais ouvida nos últimos dois anos também afetou Felipe Kranz. Mesmo com 5.000 aves alojadas, a propriedade sofre com a crise econômica. “Hoje, trabalho só com 50% da capacidade”. É o resultado de adaptações forçadas, assim como a produção própria de ração para reduzir custos. Mas nada que tirasse a Granja Kranz dos armazéns, doceiras e lancherias que preferem a qualidade do ovo caipira produzido em Alfama.
“Assim como pode, a gente vai se virando”, definiu. Tempos difíceis que pediam uma renda extra através da diversificação, que Felipe encontrou naquilo que tinha a cara do isolamento. Com sociedade da esposa Alessandrine Born, buscou na “terra da cachaça” parceria da Aguardente Engenho da Serra – Minas Gerais; que aqui é rotulada Kranz Cachaça Artesanal.
“Para trazermos um produto diferenciado aqui para o Vale”, explica. É um produto de alto padrão, nas variedades Cachaça de Mel; Prata (branquinha); Ouro (envelhecida 3 anos em barril de carvalho) e Premium (5 anos em barril de carvalho). Por enquanto, não há pronta-entrega da Kranz Cachaça, mas, já vimos que este colono desconhece limites.
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@granjakranz
@kranzcachaca (venda só com encomenda)