Você imagina quantos litros de água são usados na fabricação de suas roupas? Uma pesquisa divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2018, demonstrou que são gastos cerca de 3.781 litros de água para fazer uma calça jeans. Essa pesquisa inclui a água gasta na produção do algodão, a fabricação, lavagem e transporte destas peças.
Segundo a ONU, as indústrias globais de vestimenta e calçados também são responsáveis por cerca de 8% dos gases de efeito estufa. Todas as atividades executadas por essas empresas somam 20% de poluição de águas por conta dos tingimentos e tratamentos têxteis. Diante dessa realidade, o consumo consciente de roupas é um passo importante na preservação da natureza. Trocar peças, reformar, customizar e adquirir roupas de segunda mão são atitudes que auxiliam nesse processo.
“Roupa sustentável é aquela que já existe”
A empreendedora e artista, Savana Fuhr Flores, 25, dona de um brechó online, fala da importância de praticar a moda sustentável através do troca-troca entre peças e compra de roupas usadas. “Costumo falar mais sobre consumo consciente do que moda consciente. E acho que quando se fala de consumo consciente, a questão é mais sobre você se perguntar se realmente precisa comprar determinado produto”, explica. Além disso, Savana comenta algumas práticas para entrar nesse mundo de consumo e moda sustentável. “Pense antes de comprar, se comprar, desapegue de algo que você já tem, com troca ou doação. Conheça os produtos e processos que ele passa antes de adquirir, é importante apoiar pequenas marcas que adotam uma política social sustentável, também ressignifique peças que você já possui, às vezes ela pode virar alguma coisa que você está precisando e nem percebeu”, finaliza.
“Gosto de mudar as roupas conforme eu também mudo”
Peças personalizadas e ressignificadas fazem parte da produção com tinta e impressão feita por Julia Bartzen Willers, 28, professora e redatora, na marca Iris Artwear. Ela fala sobre o processo de adquirir peças e reformar de maneira consciente, interrompendo um ciclo de desperdício. “Representa peças a menos de roupa que entrarão no ciclo produtivo da indústria, menos recursos naturais serão desperdiçados e o processo se torna mais responsável e coletivo”.
A professora trás a reflexão sobre as roupas que usamos e referências que seguimos, na construção de uma própria identidade. “É interessante pensar em ser menos consumista e descartável e buscar ser mais autêntico e único, pensar na moda consciente como um ciclo retornável e sustentável para todos”, finaliza Julia Bartzen Willers.