Com a evolução das tecnologias, também evoluíram os desafios

A profissão de caminhoneiro, dedicado ao transporte de cargas, tem evoluído com o avanço das tecnologias. “Na época do meu pai, pilotar um caminhão exigia muita força física. Hoje, eles estão tão sofisticados quanto qualquer carro que se dirige. A maioria deles vêm com câmbio automático já de fábrica”, exemplifica o empresário Alexandre Schmitz, presidente da TW Transportes, empresa com 56 anos no ramo.

Alexandre Schmitz, empresário do setor. FOTO: DIVULGAÇÃO

Com a facilidade para dirigir, a evolução tecnológica trouxe outras mudanças em termo de rastreamento, geolocalização e informatização. Facilidade, de um lado, mas dificuldade, de outro, ao exigir maior qualificação em uma profissão já cheia dos desafios. “As empresas formais já têm dificuldade para contratar um profissional com o nível de qualidade necessária para operar esses equipamentos”, expõe Schmitz.

O desafio, ele aponta, é intensificado por dois fatores no mercado: a concorrência com contratos informais, sem recolhimento de tributos, feito por algumas transportadoras; e o envelhecimento da profissão que, ao contrário do que se verificava no passado, já não atrai muitos jovens para que a mão de obra seja renovada. Ao ter que escolher entre um emprego próximo de casa e da família; e outro na estrada, sujeito aos riscos da profissão, menos pessoas tem optado pela segunda opção.

“O setor de transporte precisa, sim, começar a remunerar melhor e precisa dar mais atenção a essas carreiras, que foram descontinuadas”, reconhece Schmitz. “Se existe oferta de emprego onde o cidadão pode ficar perto de casa com uma remuneração adequada, o transporte vai ser deixado de lado. E também tem essa situação conflitante de existir muita remuneração informal; e de as empresas regularizadas e formais encontrarem dificuldade de competir porque, quando pagam formal, tem uma série de descontos legais no pagamento.”

Alexandre acrescenta que também a infraestrutura das rodovias precisa melhorar, seguindo a evolução tecnológica dos caminhões e, assim, exigindo menos dos motoristas. “Exige estrutura emocional desse profissional. O motorista se pega dentre de uma cabine com todo o aparato tecnológico, mas em cima de uma rodovia totalmente esburacada. O nível de atenção necessário em cima de uma estrutura ruim é muito maior”, aponta. Como ocorreu com as tecnologias nos veículos, há bastante o que evoluir.

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