Amor de mãe: vidas de lutas e vitórias

Superando suas dificuldades, mamães são hoje exemplos para seus filhos

Até onde pode ir o amor de uma mãe? Impossível descrever ou comparar. É com pequenos – e grandes – gestos que se pode ter um pouco de noção do sentimento que cada mulher carrega. O Dia das Mães é comemorado neste domingo, 8 de maio, mas poderia ser celebrado todos os dias do ano, pois são elas que passam por cima dos seus traumas e lutam para ver seus filhos felizes.

Esta data terá um significado especial para Jessica Freisleben. Será o primeiro Dia das Mães com a pequena Martina, de 11 meses. O Dia das mães, para a advogada de 31 anos, é sinônimo de conquista, já que para levar a gestação da sua filha, ela precisou tomar injeções diárias para evitar a coagulação do sangue, causada pelo diagnóstico de trombofilia.

Juntos há seis anos, Jessica e o esposo Nielso Kranz, já planejavam e desejavam a vinda de um bebê, felizmente em 2019 veio a grande notícia. Entretanto, na primeira ecografia, foi constatado que ela teria sofrido um aborto espontâneo após seis semanas de gravidez. “Foi meio traumático pra mim, porque eu fiquei grávida e fiz uma surpresa pro meu marido e tudo. A gente estava na praia, marquei uma eco lá e a última coisa que eu pensei é que eu ia chegar lá e iria acontecer aquilo”, descreve.

Após sete meses Jessica engravidou novamente. “Quando a gente engravidou dela a primeira coisa que eu pensei foi no medo de perder, porque já tinha acontecido com o outro”, fala. Por recomendação de uma amiga, ela fez então exames completos, que apontaram uma trombofilia, causada por uma mutação genética. “A partir daí o meu médico me aconselhou que desde o primeiro dia que eu soubesse que eu tivesse grávida que eu começasse o tratamento, que era fazer o uso de uma injeção de anticoagulante”, diz.

Apreensiva por precisar fazer o uso das injeções assim que descobrisse a gravidez, todo mês, próximo a data de sua menstruação, Jessica fazia um teste em casa, mas sempre com o resultado negativo. Um dia antes de ir jogar bola, ela fez o teste sem muitas esperanças, mas foi neste momento que a resposta foi positiva.

A partir de então, Jessica já começou seu tratamento. Ao todo, foram 364 injeções aplicadas, na barriga e no braço. “Na gravidez eu tive mais aquela apreensão de saber se estava tudo bem, que ela estava saudável, e só terminou mesmo quando ela nasceu, que a gente viu que ela era perfeita e estava tudo certo”, conta. Olhando para a filha com carinho, Jessica resume o sentimento de ser mãe como o melhor do mundo. “Se eu soubesse naquela época que eu perdi o outro bebê que eu ia ter ela, não que eu teria sofrido menos, mas eu teria entendido melhor, porque foi preciso tudo isso pra ter ela. Ela é meu sonho realizado”, completa.

“Eu amo os meus filhos e dou tudo pra eles, tudo o que eu não tive”
Mãe de quatro filhos: Arthur, de 12 anos; Agatha, de 8 anos; José, de 7 anos; e o pequeno Victor, de oito meses; Franciele de Oliveira, de 30 anos, ultrapassou momentos difíceis para se tornar a mãe que é hoje. Natural de Venâncio Aires, ela foi despejada de casa aos 12 anos pela sua mãe. “Dali pra frente a minha vida foi bem complicada, porque eu vivi na rua, passei fome, passei frio, então eu aprendi tudo com o mundo. Não tive pai, não tive mãe, não tive avó, não tive ninguém por mim”, conta. Além disso, Franciele nunca foi aceita pelo pai. “Conheço ele, conheço a família dele, e com 17 anos eu entrei com o pedido de DNA e comprovei que ele era meu pai”, fala.

Franciele, com o pequeno Victor no colo, juntamente com Agatha e José

Apesar de ter vivido na rua, ela conta que nunca se tornou rebelde ou desonesta. “Me perguntam se eu tenho raiva da minha mãe hoje, e não eu não tenho. Não tenho raiva do meu pai por ele não me aceitar como filha. Tanto os erros de um quanto do outro eu levei pra minha vida que não seguiria”, comenta.

Felizmente Franciele foi adotada, e relata que o amor de mãe e pai encontrou na sua mãe de criação.
Após tantos anos, ela tem orgulho do modo como viveu a experiência. “Eles (seus filhos) podem dizer que a mãe deles lutou e conseguiu tudo que queria. Eu posso dizer que o meu presente mais valioso hoje é a minha família. Eu amo os meus filhos, dou tudo pra eles, tudo o que eu não tive. Que foi pai, mãe, amor, carinho, coisas que eu não tive quando eu era criança”, concluí.

Últimas Notícias

Destaques