Sopão solidário: grupo doa alimento todo sábado

Solidariedade. São cerca de 40 porções sem custo algum para quem procura uma boa comida no final de semana

– Ooo Zezé, que tu acha de a gente voltar a fazer aquele sopão? Questionou Reinaldo.
– Olha… tu que sabe! Respondeu de antemão o colega.
– Então “vambora”.

E foi assim que os dois amigos e colegas de trabalho, Reinaldo e José Chagas Nunes (o Zezé), decidiram retomar o trabalho, começado há anos atrás, pelo cunhado de Reinaldo, Elton Haag.

Depois da conversa no refeitório da empresa onde trabalham, os dois recomeçaram a busca por doações de alimentos que poderiam ser utilizados na sopa. O primeiro sopão solidário ressurgiu há dois meses e, de lá para cá, o número de pessoas que procura a residência de Reinaldo todos os sábados só tem aumentado.

Para preparar o alimento, a dupla contou com a experiência do pioneiro da iniciativa, seu Elton. Depois dos testes, foram à rua procurar o auxílio de supermercados em doações. “A gente vai aos mercados. Temos alguns que já ajudam, no começo tinha bastante, mas agora têm uns que ‘tão’ desistindo”, conta Reinaldo.

Todas as sextas-feiras e manhãs de sábado, Reinaldo e Zezé saem de bicicleta em busca das doações. No sábado, os dois e outros seis voluntários começam a preparar o sopão na casa de Reinaldo, no bairro Industrial. Limpam os legumes, acendem o fogo, limpam as panelas e dão início ao cozimento. Depois de algum tempo, um panelão e uma panela menor já estão prontos para servir a comunidade do bairro que procura a casa. “Buscamos as coisas e aí reunimos o pessoal aqui, aí começamos a fazer. Às 7h (da noite) começamos a servir o pessoal”, detalha.

No fim do dia, a comunidade já começa a formar a fila para pegar uma quantidade do alimento. Cada um com sua vasilha- única exigência que o grupo faz àqueles que procuram a casa- recebe uma quantidade generosa do sopão. “Dá umas duas ou três conchas daquela ali”, aponta Elton. “E também conforme a necessidade da família”, acrescenta.

Além da sopa, cada família que vai buscar o alimento recebe um pão d’água para acompanhar. O espaço é simples, o gesto é humilde, mas o retorno que traz àqueles que fazem é a maior recompensa. “O que compensa nós é o sorriso no rosto do pessoal, que sai satisfeito e faceiro”, afirma Reinaldo.

Grupo ainda depende de doações

Reinaldo, Elton e Zezé, são os responsáveis pela iniciativa do sopão

Apesar da iniciativa do grupo, hoje a generosidade ainda esbarra na pequena quantidade de doações que recebe. Desde alimentos, até uma panela maior. “Às vezes, a gente precisa comprar mais para a sopa ter mais consistência”, comenta Elton. Atualmente, eles recebem doações de dois mercados e uma fruteira. “No início, a gente ganhava bastante doação, mas aí depois foi parando, não sei o porquê”, indaga Reinaldo.

A ideia é de poder ajudar mais famílias, como conta Elton, que há 13 anos deu início à atividade e, na época, servia cerca de 180 refeições para as famílias carentes de toda a cidade. “A gente gostaria de fazer duas panelas grandes, mas eu não consigo outro ‘panelão’. ‘To’ atrás para conseguir a doação de outra panela grande, mas ‘tá’ difícil”, lamenta.

Desde que o grupo recomeçou a produção e distribuição gratuita do “sopão solidário”, são cerca de 40 pessoas que, todos os sábados, procuram a casa para garantir o conforto do alimento no final de semana.

“A gente fica muito feliz de ver o pessoal saindo daqui agradecido, mas esperamos mais doações para poder fazer mais”, pede Zezé.

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