“ME SENTI AMEAÇADO, intimidado”, diz secretário geral da Câmara de Vereadores de Montenegro
O secretário geral da Câmara de Vereadores de Montenegro, André Luís Susin, foi à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) para registrar boletim de ocorrência (B.O.) por ameaça contra o advogado Jorge Fernandes Filho, que atua na defesa do processo de cassação do mandato da Vereadora Camila Carolina de Oliveira (Republicanos). O servidor revela que se sentiu ameaçado e intimidado diante de mensagens enviadas pelo advogado para seu WhatsApp particular. Já o advogado rebate a acusação.

O registro da ocorrência foi feito na tarde dessa quinta-feira, 1º. Segundo André, a situação teve início no período da manhã, quando foi até Porto Alegre para levar intimação a uma das testemunhas do processo do caso Camila. “Como ela não compareceu na audiência agendada para o dia 30, o presidente da comissão processante designou nova data e eu fui só comunicar ela sobre a próxima audiência”, conta o secretário geral da Câmara.
Ao chegar no local onde reside a testemunha, André soube que a mesma não se encontrava. “Procurei falar com ela por telefone para informar que estava lá para entregar o comunicado com a data da audiência. Não obtive sucesso, pois ela não estava em casa”, conta. “Quando estava retornando para Montenegro, recebi algumas mensagens do advogado da vereadora Camila, doutor Jorge Fernandes, em que ele, supostamente, me atribui a prática de alguns delitos, como abuso de autoridade. Acabei me sentindo ameaçado e intimidado”, relata.
Nas mensagens enviadas pelo advogado também é citado o nome do vereador Felipe Kinn da Silva (MDB), presidente da comissão processante. “Ele acaba ameaçando o vereador Felipe Kinn. Me senti numa situação constrangedora e ameaçado pelas mensagens dele”, completa o servidor.
O presidente do Legislativo de Montenegro, vereador Talis Ferreira (Progressista), acompanhou o servidor da Câmara até a delegacia de polícia. “Como Presidente, sou responsável por todos os servidores que lá estão. Vamos consultar o jurídico do Legislativo para saber como proceder após esse registro”, diz Talis. O vereador Felipe Kinn disse que não houve tempo para se aprofundar sobre o assunto.
O que diz o advogado
O advogado Jorge Fernandes Filho afirma que não houve tentativa de intimidação ao servidor André Luís Susin, e rebate a acusação. “Ele (Susin) intimidou uma testemunha se fazendo passar por oficial de justiça, eu disse a ele que isso não era legal”, diz o advogado. “Ele intimidou a filha da testemunha pedindo para que abrisse a porta”, acrescenta Jorge.
“Quanto ao boletim de ocorrência, é a Justiça que vai decidir se intimidei ele ou não. Minha tentativa foi de preservar o servidor Susin”, conclui Jorge Fernandes. Susin nega que tenha se passado por oficial de justiça e diz que estava usando o crachá de servidor da Câmara. Ele também afirma que não houve constrangimento à filha da testemunha.