A convite da Chevrolet, o Ibiá Motores testou durante uma semana a S10 com motor flex, câmbio automático e tração 4×4, que inevitavelmente é comparada com a mesma picape, porém a diesel. Ao volante, de imediato, sente-se a diferença de torque, que na versão bicombustível é de 26,3 kgfm (com gasolina no tanque), e no diesel, é de 51 kgfm. O motor Ecotec 2.5, que a gasolina desenvolve 197 cv, tem força suficiente para boas arrancadas, retomadas e ultrapassagens sem vacilos. No geral, a impressão que se tem é de estar num veículo de passeio, porém numa posição bem mais alta que, de um lado, traz ampla visão do trânsito e, de outro, exige cautela em curvas se a tocada for mais esportiva.
Sem carga, a rodagem nas ruas de calçamento de Montenegro, como no bairro Ferroviário, o utilitário trouxe algum desconforto pela dureza da suspensão. Boa parte da irregularidade do piso passou para o interior do veículo, notadamente para os passageiros de trás. Chegou-se a verificar a calibragem dos pneus (a informação está disponível no computador de bordo) quanto a possíveis excessos, mas a situação era normal.
No deslocamento pela BR-101, trecho entre Osório e Torres, a picape exigiu atenção extra do condutor, sobretudo nas curvas de geometria inclinada, com tendência à saída de traseira, até porque não havia carga. Neste sentido, sob chuva forte, o acionamento da tração 4×4 — bastou girar o botão no console central, sem precisar parar — veio para melhorar o controle da direção. Na rodovia, sempre dentro dos limites de velocidade, se obteve 11,8 km/l de consumo médio de gasolina, segundo o computador de bordo.
A versão testada, LTZ, tem facilidades interessantes e condizentes com o preço: R$ 134 mil. Regularem elétrica do banco do motorista, alerta de permanência na faixa, sensor de estacionamento dianteiro, câmera de ré, alerta de colisão frontal, partida remota do motor, ar-condicionado digital e automático, retrovisores com rebatimento elétrico, assistente de rampa, controles de estabilidade e tração, e outros.
Câmbio é suave e esperto, porém faltam mais airbags

A cabine da S10 flex LTZ 4×4 tem nível médio de sofisticação. Ao mesmo tempo em que traz elementos em aço escovado e maçanetas internas cromadas, tem plásticos que não são suaves ao toque e os bancos possuem revestimento em material sintético que imita couro. Ademais, os tapetes são de borracha em vez de carpete. No painel, os comandos ficam bem à mão, mas a posição de dirigir poderia ter mais regulagens, como o acerto da profundidade do volante.
O câmbio automático de seis velocidades está bem sintonizado com o motor e suas trocas são sem solavancos. Diante de uma lomba íngreme, por exemplo, a S10 logo entende que é preciso reduzir marcha para enfrentar o obstáculo. Mesma coisa quando se pisa mais fundo para iniciar uma ultrapassagem, o que passa sensação de segurança ao condutor — quesito em que seria bem melhor se tivesse mais airbags, pois são apenas os dois frontais, como manda a lei.
No mais, a picape da Chevrolet tem desempenho honesto para o peso, cerca de 1,9 tonelada, e o tamanho, 5,36 metros de comprimento. O isolamento acústico funciona muito bem e, neste aspecto, a flex vence o diesel, já que passa menos ruído e vibrações para o lado de dentro do veículo. Picapeiros de zona urbana devem adorá-la.
Números da s10
Potência com gasolina: 197 cv a 6300 rpm
Potência com etanol: 206 cv a 6000 rpm
Torque máximo com gasolina: 26,3 mkgf a 4400 rpm
Torque máximo com etanol: 27,3 mkgf a 4400 rpm
Aceleração de 0-100 km/h: 9,5s
Velocidade máxima de 180 km/h limitada eletronicamente
Tanque de combustível: 76 litros