Restauro do Seminário: preservar a história da cidade

Patrimônio. Imprensa pôde conferir situação do prédio com 5.000 m² e que tem 121 anos

A Prefeitura de Pareci Novo abriu à imprensa o prédio histórico do Seminário Jesuíta São José. A visitação, na tarde da quarta-feira, dia 20, foi para apresentar o início da primeira etapa de restauração da edificação datada de 1901. Os trabalhos foram detalhados pela criadora do projeto, arquiteta Leila Schäedler, e pelo engenheiro civil da empresa executora, Paulo Walter da Luz.

Poucas vezes foi permitido o acesso aos 5.000 m² quadrados da antiga escola para formação de padres. Imponente e bem no centro da cidade, desperta curiosidade a respeito do espaço interna e elementos arquitetônicos de época. O Ibiá realizou uma “live” que está disponível em seu Facebook. O vídeo revela a enormidade da construção, suas diversas salas, auditórios, biblioteca, cozinha, refeitório.

Capela é um espaço arquitetônico riquíssimo, com teto em abóbada e vitrais

Dois espaços chama muita atenção. No terceiro piso a capela, com teto em abóbada e vitrais coloridos; e no quintal, em meio ao bosque, uma piscina cavada na terra, com vestiários.

Outra constatação é que nos níveis mais baixos há locais quase intactos, afetados apenas pelo tempo e os cupins. “A maior problemática é a madeira”, confirmou Leila. Isso obrigou a substituição das tesouras de madeira de parte do telhado por peças de metal. Como a originalidade já foi perdida, a arquiteta optou por um material mais duradouro.

Depois tudo será coberto por peças de madeira cruzada que receberão telhas estilo francesas de barro, que são ainda isolantes térmicas e acústicas. A referência desta cobertura original é vaga, tendo sido substituída ao longo dos anos por zinco. “A gente não faz imitações do que acha que era”, defendeu Leila. Ela reiterou que, onde a madeira está em bom estado será feito um trabalho artesanal de restauro.

No geral, a arquiteta classifica a recuperação total do Seminário como “possível”, pois não apresenta problemas graves. As patologias mais severas foram os desabamentos pelo telhado, que expuseram a parte interna às intempéries durante muitos anos. Isso justifica que todo a restauração inicie por cima, pois, uma vez recuperada a cobertura, a deterioração é interrompida.

Investimento
Valores investidos nesta primeira etapa R$1.319.282,69, sendo deste valor R$ 889.846,74 através do Ministério do Turismo

Primeira ação é salvar o restante
O Seminário Jesuíta teve três momentos construtivos. O primeiro – de 1901 – é a parte frontal, com o frontispício visto da rua central. É este que recebe restauração definitiva do telhado. O segundo é o pavilhão transversal dos fundos (cerca de 1930), que demandará nova destinação de recursos. O terceiro é a cozinha e refeitório (sem data exata), que recebeu um telhado provisório, de madeira e zinco, para frear a ação do tempo.

“Como não foi disponibilizado a verba suficiente para fazer tudo… se optou por atacar os pontos mais críticos para manter o prédio integro”, explicou o engenheiro Paulo. O trabalho é longo, minucioso e duro. O engenheiro explica que no primeiro mês a equipe se concentrou apenas na remoção de entulhos e escoramentos de vigas e paredes. O prazo para conclusão é até março de 2023, mas Paulo pretende entregar antes, talvez dezembro.

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