Parque Centenário está completamente sem luz

No sábado, energia caiu e não voltou. Além de receber visitantes, Defesa Civil e Guarda Municipal funcionam no local

Pouco mais de uma semana após o anúncio de que o Parque Centenário sediará a festa do município no ano que vem, o Parque ficou completamente sem energia elétrica. Problema anunciado já há algum tempo, foi no sábado, dia 3, que a luz caiu e não retornou mais. Ali funcionam a Guarda Municipal e a Defesa Civil da cidade que, desde então, estão trabalhando de luzes apagadas.

O coordenador da Defesa, Elton José Santos da Silva, conta que o Parque já vinha enfrentando quedas de energia, que iam sendo reparadas. Desta vez, não foram.

Ele garante que o operacional das duas entidades segue funcionando no Centenário, mas revela que, para as rotinas que precisam de computador e internet, tem que aproveitar idas nas secretarias de Planejamento ou de Habitação para realizá-las.

Ontem, Elton aguardava que a equipe de Elétrica da Prefeitura fosse até o Parque para instalar os dois geradores da Defesa Civil no prédio. Eles devem retomar provisoriamente a distribuição de energia após quase uma semana de interrupção.

Servidores da Prefeitura que trabalham na manutenção do Parque contaram à reportagem que, sem luz, ficaram sem ter onde gelar água e armazenar refeições durante os dias. Há relatos de pessoas usando lanternas do celular para conseguirem se exercitar na pista de caminhada à noite e existe grande preocupação com a segurança, visto que, com o baixo efetivo de guardas no Centenário, a escuridão abre possibilidade para a prática de delitos.

Tudo complicou ainda mais quando, na quarta-feira, um circo se instalou no Parque. O “Pantanal” é do Paraná e chegou em Montenegro vindo de uma temporada no município de Aratiba. Uma funcionária contou que, quando a equipe tentou puxar a luz de um dos postes, foi pega de surpresa pela falta de energia. Por sorte, eles carregam geradores, o que vai permitir que os shows – que começam hoje a noite – possam ocorrer. Para o público, entrar no Centenário em meio ao breu e chegar ao circo – instalado atrás da pista de skate – que será um desafio a parte.

Rede elétrica velha e precária é preocupação antiga dos montenegrinos que usam a estrutura

RGE não religará luz antes dos reparos
Questionada pelo Jornal Ibiá, a concessionária RGE Sul confirmou que os problemas no espaço público levaram a essa medida extrema, porém necessária. A empresa informou que, durante atendimento da ocorrência no local, constatou a necessidade de reparos técnicos na rede interna do Parque Centenário para que a energia elétrica seja restabelecida. Salientou ainda que o sistema interno é responsabilidade da Prefeitura. “Essa ação é necessária para garantir a segurança de todos que visitam e trabalham no Parque”, assinalou a nota enviada. Somente depois de realizados esses reparos, e dependendo da vistoria realizada pela concessionária, comprovando que tudo está dentro das normas exigidas, a RGE Sul fará a religação.

Ontem, Defesa Civil e Guarda Municipal aguardavam a instalação de geradores no prédio, após quase uma semana sem energia

Problema na rede elétrica é antigo e acaba por limitar o uso por parte da comunidade
As instalações elétricas do Parque Centenário são problemáticas há bastante tempo. Tanto, que em novembro de 2016, toda a estrutura foi interditada a partir de um laudo solicitado pelos Bombeiros. Proibiu-se, na época, que ocorressem eventos no Parque, dados os diversos riscos verificados no local. Dentre eles, cabos de energia soterrados em curto-circuito, problemas nos transformadores e fiação exposta. Três secretarias funcionavam no Centenário e tiveram de ser realocadas.

Em um dos desdobramentos mais polêmicos sobre o caso, em janeiro de 2017, um rapaz de 23 anos morreu eletrocutado no local enquanto tentava roubar a fiação. Ele foi encontrado por uma servidora pública dentro de uma caixa de luz, há cerca de um metro e meio do solo e com o corpo já entrando em decomposição.

Em busca da solução, foi realizado um projeto elétrico do Centenário que viesse a buscar todas as adequações necessárias para a segurança e o bom funcionamento da rede elétrica. Em recente entrevista – quando da não realização do Acampamento Farroupilha no Parque – o secretário de Meio Ambiente, Adriano Campos Chagas, contou que isso teve um custo de R$ 9 mil, incluindo diagramas de carga, diagrama unifililar, cálculo de demanda e detalhes de quadros e centro de medição para serem instalados.

Pela Prefeitura, Chagas afirmou que o tema vinha sendo tratado com urgência, mas ainda era aguardada a aprovação do setor de Engenharia do Município para a posterior contratação da empresa que executaria o projeto. Ele previa que tudo fosse normalizado em dezembro.

A reportagem tentou, ontem, contato com setor de Elétrica da Prefeitura para saber mais detalhes. Todavia, mas não recebeu retorno.

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