Padrasto que estuprou e matou enteada é condenado a 85 anos de prisão

Terminou na madrugada desta sexta-feira santa, dia 7, por volta de 1h30min, o julgamento do padrasto acusado de estuprar e matar a enteada em Bom Princípio. O júri, que ocorreu no Fórum de São Sebastião do Caí, iniciou às 9 horas da manhã de ontem, quinta-feira, tendo mais de 16 horas de duração. A juíza Priscila Anadon Carvalho proferiu a sentença, com base na decisão dos sete jurados. O réu Elias dos Santos Silvestre foi condenado a 85 anos e 3 meses de prisão, além de 20 mil reais de indenização para cada genitor (pai e mãe).

Pelo Ministério Público atuou a promotora de justiça Lara Guimarães Trein, tendo ainda como assistentes de acusação Mara Elaine Dresch Kaspary e Daniel Figueira Tonetto e Humberto Bernardo, contratados pela família da vítima. A promotora defendeu que o réu fosse condenado por homicídio quintuplamente qualificado, incluindo meio cruel, dissimulação, assegurar ocultação de estupro, feminicídio e motivo torpe.

Elias dos Santos Silvestre saiu do Fórum de São Sebastião do Caí direto para o presídio

A defesa esteve a cargo dos advogados Manoel Pedro Silveira Castanheira, Marco Alfredo Mejía e Cristian Eduardo da Costa, que pediram que a confissão do réu representasse uma redução de pena. A defesa também tentou adiar o júri, questionando a integridade mental do réu, com a tese de semi-imputabilidade e necessidade de perícia, mas o julgamento foi mantido pela juíza.

No final do júri os advogados de defesa renunciaram do caso e a defensoria pública poderá depois ingressar com possível recurso. “Foi uma condenação de forma exemplar. Esperamos ter trazido um pouco de alento à família. É o nosso papel, sempre na busca de justiça”, destacou a promotora Lara Guimarães Trein.

Entre as testemunhas falaram delegado, comandante dos bombeiros e policiais. A mãe de Jordana acabou passando mal durante o interrogatório e teve que ser atendida pelos Bombeiros Voluntários Caienses. No plenário também estiveram presentes familiares da vítima, como pai e irmãos.

Fugiu para Montenegro

A adolescente Jordana Tamires Christ Watthier, de 13 anos, foi violentada e estrangulada pelo padrasto dois anos atrás, em 4 de abril de 2021. O corpo foi encontrado na manhã do domingo de Páscoa, na localidade de Santa Teresinha, junto a margem do arroio Forromeco.. Após o crime brutal, o acusado, de 40 anos, chegou a fugir para São Sebastião do Caí. Depois foi para Montenegro, onde abandonou o seu carro e pegou um ônibus, vindo a se entregar para a Brigada Militar cinco dias depois, em Teutônia, onde moravam seus familiares. Desde então está preso.

Jordana, de 13 anos, foi assassinada na Páscoa de 2021 em Bom Princípio – Foto: Reprodução Facebook

Elias estava na casa da companheira, mãe de Jordana, no loteamento Gauger, em Nova Colúmbia, com quem tinha um relacionamento de cerca de um ano. Na noite da véspera de Páscoa de 2021, aproveitando que Jordana estaria chateada por ter se desentendido com sua irmã, o padrasto se ofereceu para dar um passeio com a enteada. No caminho, a menina teria tentado se jogar do carro por pelo menos duas vezes para tentar escapar do ataque do padrasto e quando conseguiu foi alcançada e acabou ocorrendo o crime, na margem da RS 122 e do arroio.

O acusado já tinha antecedentes por três crimes sexuais, sendo dois contra menores, de 14 e 15 anos, e um roubo, tendo sido condenado a 12 anos de prisão e estava em liberdade condicional.

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