Pandemia atrasou a cerimônia, que foi adiada em mais de um ano
Após mais de um ano de espera, os noivos Júlia Martins Dias do Amaral, 29, e Jonas Machado do Amaral, 34, puderam realizar o matrimônio na igreja Assembleia de Deus, no último sábado, 20. Antes da chegada da pandemia que parou o mundo todo, Júlia e Jonas tinham tudo pronto para a celebração, que ocorreria no dia 4 de abril de 2020, com familiares de São Paulo, local de nascimento de Júlia. Jonas é natural de Ijuí, RS. “Ter que adiar foi decepcionante. A gente não imaginava que uma pandemia ia acontecer e que viria a atrapalhar este momento tão esperado”. Este é o relato do noivo minutos antes da cerimônia oficial. Para ele, o sentimento de ver a esposa tendo que reprogramar tudo de uma hora para a outra foi desesperador.
José Aelson Mendes de Souza foi o pastor da cerimônia e acompanhou todos os passos do casal até o dia tão esperado. Ele reitera que se sensibilizou com a angústia de Júlia e Jonas e autorizou que os dois se casassem no civil até que pudessem celebrar com o evento religioso, mas este não foi nem de longe o único caso onde o casal teve o sonho adiado. “Não foi o primeiro nem único. Eu permiti que outros casais selassem a relação no civil para que, em um momento oportuno, nos reunísseos em um momento festivo e alegre para celebrar de fato a união”, conclui.
“Receber a notícia de que teríamos que cancelar ou adiar tudo foi muito angustiante e preocupante. A gente ficou pensando como e quando poderia ser, porque havia incerteza no ar. Todos nós estávamos na expectativa. Então, para nós, está sendo primeiro motivo de que nós que estamos presentes devemos agradecer a Deus por estarmos vivos. Este matrimônio é diferente de todos os que eu já tive a alegria de celebrar, pelo momento peculiar que todos nós estamos vivendo no mundo inteiro”, ressalta.

“Nenhuma noiva organiza um casamento cogitando ter que adiar”
Jonas afirma que nada foi fácil durante o período de planejamento pós-adiamento. “Foi bem difícil, mas não tinha o que fazer. Adiamos duas vezes, mas com o aumento de casos da Covid, não deu para fazer. Agora, com este novo mapa mais estabilizado, decidimos fazer a parte religiosa. Então deu tudo certo. A gente está muito feliz, porque é um momento que a gente queria bastante. Agradecemos muito todo o pessoal que acompanhou a gente e nos deu apoio”, finaliza.
Júlia relembra que desde abril do ano passado, o medo era constante, mas que a união do casal seguiu intacta, assim como a vontade de celebrar o momento na igreja. “Corríamos o risco de continuar com os planos de fazer o casamento neste dia e às vésperas ter que cancelar e ter prejuízos com os fornecedores. Pra mim foi um choque, porque nenhuma noiva organiza um casamento cogitando a hipótese de ter que adiar. Mas, diante daquela situação atípica que estávamos passando, tive que decidir isso. Graças a Deus passamos por este momento turbulento e continuamos juntos”, pontua.

O evento foi remarcado para setembro de 2020 e, pela segunda vez, não pôde acontecer. “Remarcamos achando que a pandemia passaria rápido, mas fomos surpreendidos mais uma vez, e então cancelamos de novo o casamento, desta vez sem data. Por isso, no dia 10 de agosto do ano passado, casamos no civil”, relembra. Para ela, poder finalmente concretizar a cerimônia foi a realização de um sonho. “Hoje, ainda enfrentando uma pandemia, porém em uma proporção bem menor, vacinados, conseguimos realizar nosso sonho e fazer nossa cerimônia de casamento religiosa, agradecendo a Deus por ter chegado até aqui com saúde e muito felizes”.
Para a tia da noiva, Luiza Pereira Dias, a mesma emoção que ela sente, é a dos convidados. Toda a situação também deixou as famílias sensíveis, mas não houve um momento de desânimo. “Eu estava bem apreensiva, porque não é fácil uma noiva ter tudo preparado e de repente ser cortado aquele sonho. Foi muito triste pensar que talvez não pudéssemos participar por estar em São Paulo e é uma vitória estar aqui hoje realizando o sonho dela junto conosco”, destaca.