Saudade. Muitas famílias foram ao Cemitério de Montenegro prestar homenagens
O Dia de Finados é uma data para recordar daqueles que se foram. A lembrança é realizada de formas particulares, de acordo com as variadas crenças e tradições. Ir ao cemitério nesta data é para alguns dar sequência à tradição familiar, para outros, sinônimo de espiritualidade, ou, ainda, um gesto carinhoso de lembrança de um ente querido. Além das muitas famílias que estiveram no Cemitério Municipal de Montenegro neste Dia de Finados, 2 de novembro, um grupo de voluntários evangélicos também foi ao local, levando uma mensagem de vida aos visitantes.
Família, um bem valioso
Paulo Martini foi um dos que esteve em visita ao túmulo de familiares nesta segunda-feira, 2. Seu pai, Miguel Afonso Martini, se foi no final da década de 90, com 84 anos. Desde então Paulo foi morar com sua mãe, Miguela Joana Martini para cuidar e lhe fazer companhia, até que ela teve câncer no aparelho digestivo e também faleceu, há cinco anos.
“Foram 98 anos bem vividos”, diz o filho, com amor em suas lembranças. “Ela sempre foi muito católica, gostava de ajudar as pessoas e durante 20 anos arrumou o altar da Capela do Espírito Santo”, relata Martini com alegria em falar da pessoa que foi Miguela. Ele lembra também que seu pai era muito presente na igreja que está localizada no bairro Ferroviário. “Ele tocava o sino da capela do Espírito Santo. Lá tem muita história para contar”, recorda.
Eterna criança
Mara Chiesa visitou o sepulcro dos pais e irmão. Valmor Marviero, seu irmão mais velho, adoeceu e partiu com apenas 55 anos. Apesar de passados 22 anos, Mara comenta com muita alegria suas lembranças. “Ele era bem camarada, muito ‘crianção’, adorava brincadeiras. Sempre tinha uma história ou piada pra contar. Muito alto astral e divertido”. Ela comenta que teve uma educação bem rígida e exigente, mas deve aos seus falecidos pais a pessoa que se tornou. “Antigamente tinha mais jovens nas visitas de Finados, antes a data era mais valorizada”, finaliza.

Tradição
Cassiane Brochier e seu pai Fábio Brochier estiveram presentes para dar sequência à tradição familiar. Ela recorda-se que desde muito pequena acompanhava seu pai e sua avó, para deixar flores aos seus bisavós. “O dia 2 de novembro é sempre meu, do meu pai e da minha vó, é uma tradição”, relata Cassiane. Coraina dos Santos Brochier, viveu 89 anos e deu seu adeus em 2006. Cassiane resgata na memória o quão importante e presente ela foi para todos. “Uma senhorinha calma, tranquila, de família, ajudou bastante a cuidar de minhas duas irmãs e eu. Típica vó que fazia comida, aqueles pasteizinhos”, relata a jovem.

Espiritualidade
Elena Braguini e Valdir Braguini, moravam em Caxias do Sul e mudaram-se para Montenegro há 43 anos. Eles relatam que foram muito bem recepcionados por Balbina e Lilia Borba quando aqui chegaram. “Lilia foi uma segunda mãe pra mim e por coincidência a perdi em data muito próxima à partida de minha mãe. Ela era avó das minhas filhas aqui”. Elena reforça que parece faltar gratidão aos entes queridos e seu esposo aponta que a cada ano é menor a quantidade de visitantes nesta data. “Viemos rezar por amigos, vizinhos e conhecidos da igreja, para que eles tenham descanso eterno”, completa Elena.
Também esteve presente Mara dos Santos com o sobrinho Gerson Lutz Halam e sua mãe Mirna Lutz Halam. A família é cristã e fala sobre a importância religiosa desta data. “A gente vem aqui para meditar, fazer nossas orações e agradecer o convívio que tivemos com nossos entes queridos. É uma coisa bem religiosa mesmo, agradecer os vínculos que tu traz”, afirma Gerson.

foram orar pelos amigos que partiram
Flores para os vivos
O pastor Robson Terres esteve no cemitério com 11 voluntários da Igreja Cristã de Montenegro. O objetivo da ação foi distribuir flores aos vivos. “Viemos trazer alegria aos familiares presentes com canções de amor e valorização à vida, neste dia que acaba sendo um pouco triste e doloroso”, comenta o pastor. A equipe também ofereceu oração aos presentes. “Saímos daqui contentes porque viemos trazer a vida de Jesus para as pessoas, e mais vivos por poder ajudar a melhorar o dia de alguém”, finaliza Robson.
