A arte de arrancar sorrisos habita os animadores de festas. Vestir-se de palhaços, com roupas coloridas, narizes vermelhos e rostos pintados é motivo de orgulho. Orgulho de quem trabalha trazendo bem-estar às pessoas, proporcionando pequenos momentos de alegria.
Sabrina Heller, 22 anos, e a sogra Jane da Silva Bandosz Moreira, 50, iniciaram há pouco na carreira, ainda neste ano. Arriscando um improviso aqui, umas piadas ali – e até com single próprio – tiveram um começo quase sem querer.

“Foi durante meu chá de panelas que a Jane resolveu se vestir de palhaço. Saímos na rua, eu e ela, para pedirmos coisas, como tradicionalmente acontece nesses eventos. E o pessoal começou a dizer que tínhamos jeito pra coisa. Sem contar que esse sempre foi um ramo em que eu quis atuar, com produção de festas, decorações”, relata Sabrina.
Atuando em eventos particulares, elas dedicam-se também a ações beneficentes, como as apresentações que farão hoje e amanhã em alguns asilos da cidade, em homenagem ao Dia das Mães. “A proposta é levar um pouco de carinho e atenção. E com as doações que arrecadamos com ajuda da iniciativa privada e da comunidade, distribuiremos rosas e bombons. Nesse processo todo, pudemos ver que a humanidade não está perdida e que há corações solidários batendo dentro de muitas pessoas. É importante essa corrente, todos se empenhando para ajudar”, explica Jane.
Animadas com o novo rumo que deram às suas vidas, e encarnadas nos palhaços Luluzinha (Sabrina) e Luluzão (Jane), as duas artistas defendem que arrancar sorrisos das pessoas é algo muito significativo e gratificante. “Eu coloco a roupa e vivo o personagem. Esqueço da vida quando estou ali representando. Isso me ajudou, de certa forma, nas relações pessoais. Normalmente sou muito envergonhada, introvertida, mas desde que comecei nessa área, tenho notado uma mudança”, pontua Sabrina.
Nora e sogra constatam que, atualmente, a profissão é mais valorizada. “As crianças de hoje têm festas super decoradas, com animadores, coisas que há alguns anos, na minha infância, não tinha. Agora está mais acessível, parece que antigamente era muito mais caro”, diz Sabrina, satisfeita com o novo trabalho que realiza.
Um resgate cultural
O brilho no olhar de uma criança ou presenciar um adulto interagindo e voltando à infância não tem preço, segundo elas. E graças ao trabalho que realizam, têm a oportunidade de acompanhar esses aspectos bonitos da vida.
“Montenegro é a cidade das artes, então é preciso intervenções como essas. Se doar para o próximo”, salienta Sabrina. “E o palhaço é uma figura feliz, alegre, ele tem o papel de restaurar algo que talvez tenha se perdido por dentro”, completa Jane.
Durante as animações, com aproximadamente 2h de duração, um importante resgate cultural de brincadeiras antigas, muitas vezes não conhecida pelas novas gerações, segundo acreditam, é feito. Incentivo à leitura também é prioridade dos palhaços Luluzinha e Luluzão.
“Hoje em dia, as novas gerações são mais tecnológicas. E buscamos valorizar as brincadeiras do nosso tempo, do meu e acredito que da Sabrina também. Corrida de saco, corrida com ovo na colher, pular corda e amarelinha são algumas delas. E as crianças gostam, envolvem-se. São atividades saudáveis. E foge um pouco daquelas festas infantis apenas com brinquedos infláveis e cama-elástica”, diz Jane (ou Luluzão).