Economia proporcionada pelos genéricos ao bolso do consumidor brasileiro já chega a R$ 88,3 bilhões desde 1999
Medicamento genérico é o que contém os mesmos princípios ativos (na mesma dose e forma farmacêutica), é administrado pela mesma via, tem a mesma posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência e, além disso, apresenta eficácia e segurança equivalentes à do medicamento de referência, como o qual, inclusive, pode ser “intercambiável”. É o que consta no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O mercado de medicamentos genéricos registrou crescimento de 11,07% nas vendas no primeiro semestre de 2017 em relação ao mesmo período do ano anterior. Nos primeiros seis meses deste ano foram comercializadas 609,4 milhões de unidades de genéricos contra 548,6 milhões no mesmo intervalo de 2016. Com este resultado, os genéricos alcançaram 31,74% de participação de mercado no país.
Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), com base nos indicadores do IMS Health — instituto que audita o varejo farmacêutico no Brasil e no mundo. No mesmo período, o mercado total registrou crescimento de 3,99% com a comercialização de 1,9 bilhão de unidades.
Em Montenegro, o crescimento traduz em parte a realidade entre as fármácias consultadas pelo Jornal Ibiá. Em alguns estabelecimentos foi percebido crescimento nas vendas de genéricos neste mesmo período. E com desempenho ainda mais elevado, se considerado também o grupo dos medicamentos similares. O empresário Juliano Mottin, da Farmácia Mottin, aponta crescimento de 19% nas vendas de genéricos e similares nos últimos 12 meses. “Os resultados são interessantes. A gente tem conseguido trabalhar esse segmento”, afirma. Entre os fatores que contribuem para esse desempenho, ele aponta a relação de confiança que o consumidor estabelece com o farmacêutico presente no estabelecimento, no momento da compra. “Na hora de trocar de medicamentos existe essa orientação profissional e acredito que isso faça a diferença. As pessoas se sentem mais seguras”, afirma. Na Farmapop, o gerente Milton da Silva, não percebeu nem crescimento, nem retração. “Genéricos só vendemos quando médico prescreve. Procuramos respeitar a prescrição do médico”, pondera o gerente.
Segmento de genéricos e a economia ao consumidor
No país, as vendas de genéricos acumuladas nos últimos 12 meses meses (critério MAT) encerradas em junho registraram crescimento de 11,64% frente a igual intervalo de 2016, índice 7,7 pontos percentuais acima dos 3,87% de expansão verificados pelo mercado total de medicamentos.
O crescimento dos genéricos veio acompanhado de mais economia para o consumidor. Como custam, em média, 60% menos do que os medicamentos de referência (35% por lei), os genéricos já proporcionaram uma economia de aproximadamente R$ 90 bilhões aos brasileiros em gastos com medicamentos desde que chegaram ao mercado.
Quais as vantagens dos medicamentos genéricos?
* Disponibilizar medicamentos de menor preço, uma vez que o medicamento genérico deve ser, no mínimo, 35% mais barato que o medicamento de referência
* Reduzir os preços dos medicamentos de referência, com a entrada de medicamentos concorrentes (genéricos)
* Contribuir para o aumento do acesso aos medicamentos de qualidade, seguros e eficazes
Como ocorreu o processo de criação dos medicamentos genéricos no Brasil?
Na década de 70 teve início o processo de discussão sobre os medicamentos genéricos no País, culminando com a publicação do Decreto 793, revogado pelo Decreto 3.181, de 23/09/1999, que regulamentou a Lei 9.787, de 10/02/1999.
Durante a década de 90, com a aprovação da Lei 9.787, de 10/02/1999, foram criadas as condições para a implantação de medicamentos genéricos, em consonância com normas adotadas pela Organização Mundial da Saúde, Países da Europa, Estados Unidos e Canadá.
No ano 2000, iniciou-se a concessão dos primeiros registros de medicamentos genéricos (03/02/2000). Naquele ano foram concedidos 182 registros de medicamentos genéricos e tomadas ações para implementar a produção desses medicamentos, inclusive com incentivo à importação.