Falta pouco para Montenegro ter tratamento de esgoto, diz Corsan

Garantia foi dada durante evento da ampliação da ETA Polo Petroquímico

Autoridades do Estado prestigiaram sexta-feira a cerimônia de ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA), localizada na Superintendência de Tratamento de Efluentes Líquidos (Sitel), no Polo Petroquímico de Triunfo. A importância da duplicação se justifica pelas 6 mil moradores das comunidades entre Montenegro e Triunfo que, a partir de agora, terão água tratada em casa. Para os montenegrinos, a melhor notícia é a respeito do tratamento de esgoto.

Em entrevista exclusiva ao Jornal Ibiá, o diretor-presidente da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), Flávio Ferreira Presser, afirmou que falta um terreno para instalar a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE). Um local já havia sido escolhido, no bairro Tanac, mas teria sido vetado pela proximidade do Rio Caí.

Vencido esse obstáculo, seria preciso adequar o projeto à nova área e iniciar a construção, que tem prazo de dois anos para conclusão. O investimento aproximado é de R$ 8 milhões, custeado inteiramente pela Corsan. O diretor descarta aplicar em Montenegro uma Parceria Público-Privada (PPP). Esse sistema foi citado ao Ibiá pelo governador Ivo Sartori, referindo ao plano concebido para a Grande Porto Alegre.

A parceria caminha para sua consolidação, permitindo ampliar o tratamento de esgoto na área mais populosa do Estado. Todavia, o secretário de Estado de Obras, Saneamento e Habitação, Fabiano Pereira, explicou que, por enquanto, a adoção de PPP refere-se apenas a nove grandes cidades do eixo Metropolitano. Nela, a iniciativa privada construirá as ETE e a Corsan será a operadora do processo de tratamento.

“Cidade pequena! Não vale a pena”, justificou Presser, ao afastar a hipótese de parceria em Montenegro. Ele explica que esse tipo de aliança, com prazo de contrato de 35 anos, é vantajoso para situações como a nove cidades metropolitanas. “Montenegro é uma obra de R$ 8 milhões. Aquela lá é de R$ 8 bilhões”, comparou.

Prefeitos de Montenegro, Carlos Eduardo Müller, e de Triunfo, Valdair Gabriel Kuhn; brindaram com o governador

Sartori promete que Corsan continuará sendo dos gaúchos
O governado Ivo Sartori concedeu entrevista ao Ibiá onde prometeu que a Corsan não será vendida. “Tem muita gente falando sem saber. Falam também do Banrisul”, declarou. Ele foi enfático ao concordar que a Corsan é fundamental ao Estado, e que ficará no patrimônio dos gaúchos.

Pouco antes, ele havia exaltado a importância da Companhia, que atende a maioria dos municípios gaúchos com água potável. Falou também da PPP na Grande Porto Alegre, ressaltando que o interessante são parcerias nas quais o Rio Grande do Sul não precise aportar recursos. Como exemplo citou o reativamento do Terminal Naval Santa Clara para contêineres, também no Polo.

Quanto à ampliação da ETA, Sartori classificou como inovação, que dará qualidade de vida a cerca de 2 mil famílias. Ele destacou que a busca pela modernização dos serviços é essencial. “O papel do Poder Público é servir as pessoas”, declarou, assinalando que os serviços precisam oferecer atendimento com qualidade, primando pela eficiência e a transparência.

Investimento na duplicação da ETA foi de R$ 2,8 milhões

Seis mil pessoas agora terão água encanada
O tratamento d’água beneficiará as comunidades que antes dependiam de caminhão pipa e caixas d’água. Além disso, a Penitenciária Modulada e o distrito industrial também serão abastecidos pela rede. A ampliação dobra de 30 para 60 litros tratados por segundo de água captada do Rio Caí.

O diretor da Corsan destacou que água potável aos cidadãos evita “situações críticas”. Ao citar outro serviço prestado na Sitel, o tratamento de efluentes e esgoto industrial, Presser destacou o trabalho conjunto com as empresas do Polo. “É nossa responsabilidade em devolver à natureza água tratada”, disse.

Isso motivou um estudo, desenvolvido com a Universidade Feevale, para o reuso do esgoto tratado. São 60 metros cúbicos (60.000 litros) tratados por hora que podem voltar aos processos industriais. Sartori conheceu ainda o recém implantado “respirômetro”. Instalado na ETE, permite um controle da quantidade de oxigênio necessário para eliminar poluentes. Os professores de Engenharia Química da Furg, Fabrício Santana e César da Rosa, explicaram que o equipamento DBO mostra quando o sistema de tratamento pode ser desligado. Isso reverte em até 30% de economia de energia.

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