Perigo na estrada. Serviços de recuperação da via estão parados por tempo indeterminado e geram transtornos
Quando iniciaram, no final de setembro, as obras de recuperação da ERS-411, que liga Montenegro a Brochier e Maratá, trouxeram uma sensação de alívio aos que trafegam e também para quem mora nas margens da rodovia. A previsão era de que os trabalhos durassem 40 dias. No entanto, hoje as obras encontram-se totalmente paralisadas e levam a população a se perguntar para onde foram as máquinas que ali trabalhavam e o que ocorreu. De acordo com o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), as obras foram paradas por conta da falta de fornecimento de material asfáltico em todo o Estado.

Pior, a autarquia não possui prazos para a retomada dos serviços. O Daer afirma apenas que os trabalhos devem ser retomados assim que o fornecimento do material for normalizado. Assim, a dona de casa Iva Massuda, 61 anos, seguirá por tempo indeterminado convivendo com a poeira gerada pela camada de brita colocada nos espaços onde houve abertura da via.
“Faz umas duas semanas que levaram o maquinário. Tem dias que não dá nem para

lavar a roupa e estender de tanto pó”, relata a moradora de Costa da Serra. “Tenho problema de pulmão e essa poeira me dá um mal-estar. Além disso, a casa é só pó”, complementa. Segundo Iva, agora ela precisa limpar com mais frequência sua residência, deixando outras tarefas para trás.
Quem passa por situação semelhante é Carine Marco Cheron, 18 anos. “Semana passada tinha muito mais pó. Era poeira no carro, nas roupas e dentro de casa. Até para respirar fica ruim”, comenta a dona de casa. Ela salienta que a situação tem incomodado e também preocupado a comunidade de Costa da Serra. Segundo ela, pequenos acidentes em razão das britas no asfalto são comuns. Carine aponta ainda a falta de sinalização como um agravante.

Outra situação que gera apreensão é o fato de os motoristas desviarem pela contramão dos trechos abertos. “Sábado de tarde deu uma ‘freiadona’. Acho que um carro desviou de uma abertura e quase acertou outro que vinha contra”, conta a comerciante Magali Soares, 37 anos. Da porta do seu comércio observa que, mesmo a rodovia estando descaracterizada em razão das obras paralisadas e com a pouca sinalização, os motoristas que por ali trafegam seguem andando em alta velocidade.

informando que o trecho está em obras e que há desníveis na rodovia
Autoridades demonstram preocupação com a situação
Na terça-feira, dia 20, o prefeito de Brochier, Clauro Josir de Carvalho, esteve na 11ª Superintendência do Daer, em Lajeado, para reivindicar a continuidade das obras na ERS-411. Lá, ouviu que os serviços foram paralisados pela falta de massa asfáltica. No encontro, o chefe do Executivo brochiense ressaltou que no trecho também não há sinalização e que há vários pontos com degraus na pista em razão das aberturas no asfalto, deixando a ocorrência de acidentes em iminência.
O vereador de Brochier Gilberto Valdir Büttenbender também está preocupado com a situação em que se encontra a rodovia e os reflexos que isso pode trazer. Entre os perigos proporcionados pela paralisação da obra ele cita possibilidades de carros derraparem na brita solta ou a necessidade de frenagens repentinas. “É risco iminente de acidente”, aponta. Ele também observa que a não conclusão do reparo pode trazer prejuízos econômicos para Brochier e Maratá, afastando potenciais turistas nessa época do ano. Em Brochier, a Prefeitura e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) estão promovendo uma série de ações pelo Natal. Já em Maratá, logo terá início a temporada nos parques da Cascata da Vitória e da Cachoeira Maratá.