Escola Pedro João Müller reuniu livros e igualdade

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Pedro João Müller, da Costa da Serra, inseriu a Semana da Consciência Negra em sua Semana Literária 2022, com o tema “Respeito Não Tem Cor”. Segundo a diretora, Janice Becker Koch, a consonância foi criada através do centenário de morte do escritor Lima Barreto (13 de maio de 1881 – 01 de novembro de 1922).

E nesta quinta-feira, 17, a abordagem do tema ficou por conta da professora convidada Jaqueline Cristina Rosa. Diante das turmas mais jovens, a educadora da Escola Municipal Ana Beatriz Lemos, do bairro Estação, fez uma abordagem sobre porque as pessoas têm características físicas diferentes. O estilo lúdico incluiu a exibição ilustrada e narrada do conto “Minha Família Colorida”, da escritora Georgina Martins. “É mais fácil com as crianças pequenas, porque elas têm mais entendimento sobre o respeito”, afirma.

A professora não falou de racismo, argumentando que esta é uma experiência agregada através da vivência, justamente o que não têm aqueles aluns de pré-escola, jardim, 1º e 2º Ano. Jaqueline defende que o respeito deve ser introduzido desde cedo, mas de forma que não haja a separação entre as pessoas. “Na biblioteca não tem que ter uma prateleira de autores negros. Nos filmes, o negro não deve ser mostrando como vítima. Eles apenas devem estar lá”, argumentou. Com essa vivência natural do tema, o respeito será levado para toda a vida dos pequenos cidadãos.

Em seguida os alunos assistiram a apresentação da peça “Menina do Laço de Fita”, obra de Ana Maria Machado que também aborda diferenças, respeito e a miscigenação. A encenação foi dos alunos da Cooperativa Escolar CooPJM, com direção da professora Carolina Boos. “Para que as crianças aprendam que respeito não tem cor”, definiu a presidenta da CooPJM, Evelin Lopes Krug, 13 anos, do 8º Ano. A Semana Literária – Semana da Consciência Negra teve ainda palestras do Embaixador do Hip Hop MC Pedrão e do sociólogo Rogério Machado (Cufa); além dos escritores Simone Dörr, Wagner Pedroso e Carlos Leser. Nesta sexta-feira, 18, tem livraria na escola e sarau literário.

Quem foi Lima Barreto
Lima Barreto é um escritor brasileiro pré-modernista, descendente de escravos, que sentiu a exclusão social devido à sua origem, inclusive nos meios acadêmicos. “Triste fim de Policarpo Quaresma” é seu livro preferido pela crítica literária. Suas obras são realistas e trazem uma visão crítica da sociedade brasileira. O escritor trabalha, com ironia, não só a temática nacionalista, como também discute as diferenças sociais e a questão do preconceito racial. Como ele escreveu em seu Diário íntimo (1953): “A capacidade mental dos negros é discutida a priori e a dos brancos, a posteriori”.”

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