Equipamentos e tecnologia: as armas do Polo Highline

Depois de testes por mais de dois mil quilômetros em rodovias e circuitos urbanos nos vales do Caí e Sinos, o Ibiá Motores chegou à conclusão que o Polo é daqueles projetos em que as montadoras acertam em cheio, porque deixam pouca margem para queixas dos proprietários. A versão testada, 200 TSI Highline, com todos os opcionais disponíveis, tem preço restritivo — R$ 77.500,00 — mas é bem servida de tecnologia, conforto, segurança e, principalmente, potência. A cor da unidade de teste, amarelo metálico, mais desagrada do que seduz, mas tem enorme poder de chamar a atenção nas ruas. Mesmo que você goste, contudo, não é possível comprá-lo neste tom, que é apenas promocional para lançamento.

As acelerações do Polo com motor 1.0 TSI são vigorosas, o que permite arrancadas, retomadas e ultrapassagens com folga. São 116 cv de potência (ou 128 caso haja etanol no tanque) para empurrar seus 1.147 quilos. Assim, cruzar a movimentada RSC-287, no trecho urbano de Montenegro, fica mais prático quando se está num veículo que sai da inércia com o motor cheio. Isso se traduz em mais prazer, sensação de segurança e tranquilidade no dia a dia — características fortes para as quais também colabora a direção elétrica, que se destaca pela leveza, precisão e boa pegada em função do revestimento em couro.

Foi surpreendente notar que o novo hatch da Volkswagen destoa da característica de outros carros da marca cuja suspensão é enrijecida, mais dura. Não que ele seja molenga, mas a calibragem da suspensão permite andar em calçamento irregular sem maiores socos e sacolejos. Em curvas de rodovia, o carro copia bem o traçado da estrada, sem aquelas oscilações de carroceria com potencial para assustar o condutor, até porque está bem assentado em rodas de 17 polegadas com pneus 205/50.

O consumo de combustível é outro ponto forte do modelo. Em uso rodoviário, é fácil fazer médias de 15 a 16 km/litro com gasolina. O Ibiá Motores superou a marca de 18 km/litro (dado fornecido pelo computador de bordo) ao percorrer todos os 33 quilômetros da ERS-240, entre Montenegro e São Leopoldo, sem ninguém na carona, com o ar desligado e sem pisar mais fundo para ultrapassar.

Além do motor dinâmico e econômico, o 200 TSI Highline tem no câmbio automático Tiptronic de seis marchas outro trunfo. As trocas são rápidas e suaves. Tanto as pisadas quanto as reduzidas têm imediata resposta da caixa, sem marchas longas ou “presas”. As borboletas atrás do volante, neste sentido, colaboram ainda mais para que o condutor tenha total sensação de controle, principalmente se o objetivo é uma tocada mais esportiva.
A versão testada atrai, ainda, pela segunda geração do Active Info Display, um quatro de instrumentos totalmente digital com tela de 10 polegadas e alta resolução que permite vários modos de visualização — inclusive os mapas do GPS. Com isso, o olhar do condutor permanece à frente, sem desvios para o centro do painel.

Clientes preocupados com itens de segurança também ficam bem servidos. O Polo tem quatro airbags, controle de estabilidade e aços especiais de alta e ultra-alta resistência. No Latin NCAP, o modelo conquistou cinco estrelas na proteção para adultos e crianças. Acesso e partida sem chave, luzes diurnas em LED e faróis de neblina com função “cornering light” (o facho muda conforme a direção do volante) se somam à extensa lista de equipamentos de conforto e conveniência.

Ponto negativo: plásticos em excesso no painel
São poucas os poréns em relação ao Polo Highline. Pode-se lamentar o excesso de plásticos na cabine, pois um carro que custa acima de R$ 75 mil deveria ter ao menos um painel emborrachado, com superfície suave ao toque. Outro ponto a merecer uma ressalva é a posição de guiar para as pessoas de baixa e média estatura, já que a regulagem da altura do banco é limitada, impedindo uma direção mais elevada. Pior para quem anda ao lado do condutor, porque tem apenas a possibilidade de colocar o banco para frente ou para trás.

Uma caroneira que rodou com o Ibiá Motores não gostou da posição baixa em que viajou, nem da ausência de alça de apoio no teto (o popular “puta merda”; o Fiat Argo tem três deles). O Polo deixa um gosto de quero mais no que se refere ao ronco do motor, porque se espera um tom mais esportivo de um carro turbinado ou então isolamento acústico eficaz.

Além disso, mesmo em manobras de estacionamento, como dentro de garagens, o giro do motor se mantém elevado, com ruídos também altos em função de tratar-se de motor de três cilindros. Esse nervosismo do carro requer uma atenção a mais do condutor para controlar o acelerador no sentido de não colidir em nenhum obstáculos ao redor.

O Ibiá Motores percebeu falha ao abrir o porta-malas pelo lado de fora do carro, porque isso somente é possível apertando o botão da chave — logo ela que basta estar no bolso para abrir as portas e dar a partida. Os bancos são bons, mas para um carro de quase R$ 80 mil com vocação esportiva eles poderiam ser mais envolventes e ter revestimento mais sofisticado. Há, ainda, quem lamente a grande semelhança externa entre Polo e Gol, este um automóvel de segmento mais baixo.

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