MAIORIA das pessoas que respondeu aos questionamentos defende mais uma renovação no Legislativo local
Entre os dias 29 de julho e 4 de agosto, o Jornal Ibiá realizou mais uma enquete em suas diferentes plataformas. Depois de pedir que a população avaliasse o desempenho da Administração Kadu Müller à frente da Prefeitura, desta vez, os participantes tiveram a oportunidade de se manifestar a respeito da Câmara de Vereadores. O desafio foi aceito por 270 pessoas, das quais a maioria (63,3%) pertencem ao sexo masculino. Quanto à localização, 25,6% são moradores do Centro, 12,6% do interior e o restante reside em outros bairros. Metade dos participantes (51,1%) tem entre 25 e 45 anos.
As respostas indicam que existe um alto nível de insatisfação com a atuação da Câmara. Para 73,3%, o trabalho do Legislativo montenegrino é Péssimo ou Ruim, 21,5% o consideram Regular e somente 5,2% responderam Ótimo e Bom. O descontentamento dos participantes também fica claro quando respondem se a renovação de 90% ocorrida na composição do parlamento local nas eleições de 2016 foi positiva. 75,9% responderam negativamente e a grande maioria (63,3%) disse que não manteria nenhum dos atuais vereadores em seus cargos na próxima legislatura.
Um índice que chamou a atenção nesta enquete foi o de pessoas que disseram ainda lembrar em quem votaram há quatro anos (90,4%). Destes, 55,6% declararam que seus candidatos foram eleitos, mas 61,5% afirmaram que não votarão neles novamente.
Para a diretora do Jornal Ibiá, Mara Rúbia Flores, embora a enquete não tenha o rigor de uma pesquisa científica, os números deixam muito clara a insatisfação com o Legislativo. “O número de participantes não é muito alto, o que pode indicar que pouca gente, de fato, demonstra interesse pelo que ocorre na Câmara. Mas quem está acompanhando, claramente, não gosta do que vê”, avalia.
“Falta conhecimento sobre o trabalho legislativo”
Os resultados da enquete se devem, em grande parte, à falta de conhecimento da população sobre o trabalho dos vereadores. A análise é do assessor de comunicação da Câmara, Sílvio Kael. Ele observa que, infelizmente, existe uma crítica muito forte em relação à classe política brasileira, em virtude dos escândalos que praticamente monopolizam o noticiário. “Para muita gente, todo político é inoperante e desonesto. Essa generalização prejudica os vereadores, especialmente em Montenegro, onde temos uma das câmaras mais transparentes e econômicas do Estado, o que já foi atestado, inclusive, pelo Tribunal de Contas”, afirma.
A insatisfação da população também pode estar ligada ao posicionamento dos vereadores diante dos projetos. “Como são dez pessoas, é natural que, ao representar os interesses dos seus eleitores, haja conflitos de ideias, que acabam passando à comunidade uma visão distorcida, quando nada mais é do que o jogo democrático em movimento”, acrescenta Kael.
O assessor de comunicação do parlamento local admite que, pelo zelo com os recursos públicos, o investimento da Câmara de Montenegro em publicidade é muito baixo, o que acaba reduzindo a visibilidade das ações dos vereadores. “Este ano, em função da pandemia, a presença nas sessões se tornou inviável, distanciando a população das atividades legislativas”, sublinha, sugerin do que este fator pode ter contribuído para as críticas observadas nas respostas.
Kael acredita que o desejo de renovação é natural, considerando todo este contexto. Por outro lado, rechaça a ideia de que as relações turbulentas entre o Executivo e o Legislativo tenham prejudicado a avaliação dos parlamentares. “Uma das principais atribuições dos vereadores é fiscalizar as ações do governo. Se há denúncias, elas precisam ser apuradas, ainda que isso possa provocar algum desgaste”, sustenta. “Acredito, inclusive, que esta postura beneficia alguns vereadores perante a opinião pública”, conclui.
A Câmara hoje é composta de dez representantes da população, que militam em seis partidos diferentes: Progressistas, MDB, PTB, PSB, PDT e Republicanos.
A idade dos participantes
16 a 24 anos – 9,6%
25 a 35 anos – 25,9%
36 a 45 anos – 25,2%
46 a 55 anos – 20,7%
56 a 65 anos – 13,7%
Mais de 66 anos – 4,9%