Órgão público propõe acordo para desistir das sinaleiras e promete a implantação a custo zero para a Prefeitura
Ao invés de sinaleiras, rótulas nos acessos aos bairros Santo Antônio e Panorama. Um novo capítulo da novela criada em torno das travessias da RSC-287, trecho compreendido na área urbana de Montenegro, foi escrito nesta segunda-feira. Lideranças políticas e comunitárias participaram de nova audiência no Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). O encontro foi viabilizado pelo gabinete do secretário estadual da Fazenda, Giovani Feltes, atendendo a uma solicitação do vereador Felipe Kinn da Silva (PMDB).
A reunião iniciou muito tensa, com discussão da comitiva montenegrina com o diretor-geral do Daer, Rogério Uberti. Após 30 minutos de muita troca de acusações, especialmente entre o secretário de Obras do Município, Valter Robalo, e Uberti, chegou-se a um consenso: a Prefeitura vai renunciar ao convênio assinado para instalação das sinaleiras. Na prática, a Administração Municipal abre mão da implantação dos conjuntos semafóricos. A sugestão foi dos próprios técnicos do Daer para viabilizar outras medidas.
Um dos diretores, engenheiro Luciano Faustino, disse que, enquanto a Prefeitura não fizer a renúncia ao convênio, não é possível trabalhar com outra alternativa, que já está em fase de estudos técnicos. Ele observou ainda que a instalação de sinaleiras não é a opção correta e poderia estar sendo criado um problema ainda maior. O engenheiro Fernando Medeiros chegou a citar situações em que foram instalados os equipamentos e os problemas se agravaram.

As alternativas mencionadas por Faustino foram detalhadas à comitiva pelo engenheiro Fernando Medeiros, responsável pela Faixa de Domínio. Medeiros apresentou todo o estudo inicial que objetiva realizar o reordenamento da travessia urbana. Constam ações nos três principais pontos mais movimentados: na Panorama (próximo à revenda John Deere) e no Santo Antônio (junto ao Posto Ipiranga e na Oficina Renauto).
Nestes locais, os canteiros e espaços vazados hoje existentes serão todos fechados. Com isso, a velocidade dos veículos reduz e passarão pelas vias laterais da estrada. Também será incluída travessia de pedestres em pontos estudados. Os vários acessos e ligações entre os bairros e o centro da cidade serão fechados. “Em muitos casos, os motoristas e também os pedestres terão de fazer um trajeto mais longo do que o habitual”, adianta Medeiros. Ele explica que a medida é necessária pelo estudo de reordenamento. “É preciso uma mudança de comportamento da comunidade”, alerta.
Segundo o vereador Joel Kerber, um dos principais críticos da proposta das sinaleiras, as obras deverão ser feitas com recursos próprios do Daer, a custo zero para a Prefeitura. “O Município economizará mais de R$ 600 mil, se livra do problema jurídico que se tornou o convênio das sinaleiras e a obra iniciará em curto prazo: entre 60 e 90 dias”, festejou.

Audiência pública
Durante a reunião de ontem, ficou acordado que, no mês de maio, haverá uma audiência pública em Montenegro para apresentação da nova proposta. Já foi disponibilizado ao secretário de Obras, Valter Robalo, o estudo em arquivo digital. O objetivo do Daer é que a área técnica da Prefeitura possa sugerir alterações que atendam aos anseios da comunidade. Na audiência pública, cuja data deve ser marcada em breve, também serão colhidas indicações da população que, posteriormente, passarão pela análise da equipe técnica do Daer.