Néli Terezinha Telis de Souza, de 61 anos, tinha esquecido de comprar a cartela do Trilegal para concorrer ao sorteio de domingo, 10. Ao retornar do Centro de Montenegro, no final da tarde de sábado, pediu então ao filho Lucas para fazer a compra pelo aplicativo do celular. Escolheu os números de sua preferência, incluindo a data de seu aniversário. Ela pagou R$ 20,00 pela cartela. “Vou pegar esse e amanhã de manhã vão me acordar avisando que ganhei um carrinho”, disse ao filho. Só errou quanto ao modelo do carro. Foi um carrão.
Na manhã de domingo, Néli se dirigiu ao mercado e esqueceu seu telefone celular em casa. “Quando voltei estava tocando o telefone. Era uma amiga ligando, avisando que eu tinha ganho no Trilegal. Não acreditei. Liguei a TV e estava passando. Achei que era outra Neli aqui do bairro. Logo depois me ligaram e participei ao vivo”, recorda. “A senhora trouxe do mercado tudo que precisava ou faltou alguma coisa porque faltou grana?”, questionou o apresentador Fernando. “Estou economizando, como sempre”, respondeu. “Acho que a senhora vai ter que voltar no mercado, para fazer a festa. A senhora ganhou o prêmio máximo de hoje, um automóvel Porsche Macan Turbo”, completou Fernando. Néli não conhece Porsche, mas gritou de felicidade ao saber que o carro vale R$ 600 mil.
Moradora do bairro Germano Henke (Promorar), Néli trabalha como costureira. “De vez em quando, eu jogo. Queria um carrinho. Estava tentando juntar um dinheiro para comprar um usado, mas estava difícil”, disse, informando que não pretende ficar com o Porsche e sim com o valor em dinheiro. Ela disse que já tentou tirar carteira de habilitação, mas quem dirige é o filho. “Ainda não acredito. Agora vou poder comprar o automóvel, mas será popular”, afirmou, citando que pretende aproveitar o restante do prêmio para ajudar os filhos e netos, além de guardar para a aposentadoria. “Vou passear um pouco”, completa, garantindo que vai continuar trabalhando como costureira. “Até quando a saúde aguentar”, cita.
Dona Néli não teve vida fácil. “Quando era pequena, não tinham nem o que comer”, recorda, sobre as dificuldades da família de seis irmãos. Trabalhou em fábricas de calçados e morava numa pequena peça até receber uma herança que lhe possibilitou reformar a casa, transformada em local de trabalho. “Vamos ter um Natal melhor”, comemora, enquanto trabalhava na máquina de costura.