Handebol. Disputas acontecem nesta semana, em Campo Bom e Novo Hamburgo
Uma das principais equipes femininas de handebol do Brasil, o Balneário Camboriú, de Santa Catarina, está fazendo um tour pelo Rio Grande do Sul nesta semana. Na delegação, dois representantes, em especial, sentem-se à vontade em terras gaúchas. O técnico do time, Gerson Cabral, é natural de Montenegro. A atleta Gabriela dos Santos Dorr, de 17 anos, também é montenegrina e atua pela categoria Juvenil do Camboriú.
A delegação do time catarinense chegou em Campo Bom nessa terça-feira, dia 7, onde disputa, entre hoje e amanhã (dias 8 e 9), o Zonal do Brasileiro na categoria Juvenil. Depois, a equipe parte para Novo Hamburgo, cidade que sediará o Zonal do Brasileiro na categoria Cadete, entre sexta-feira, 10, e domingo, 12. A competição representa uma fase regional do certame nacional, e o vencedor garante vaga na fase final do Campeonato Brasileiro. A etapa decisiva acontece no Rio de Janeiro (Juvenil) e em Recife (Cadete), em outubro.
Desde dezembro de 2019 na equipe, Gabriela Dorr está no primeiro ano da categoria Juvenil e, além disso, auxilia na preparação da Cadete junto com suas colegas de time. Em Santa Catarina, a atleta vem encarando desafios dentro e fora de quadra. “Evoluí muito como atleta e como pessoa nesse período. Este ano, principalmente, sentimos muito a falta da família e do apoio de quem mais amamos. Tem dias que a única vontade é ir para casa, a saudade aperta bastante”, declara.

“Trabalho muito o autocontrole, para saber a hora certa de tomar as decisões e saber ter paciência e calma com 99% das situações aqui. Creio que aprendi muito sobre como ser a minha própria companhia. Mesmo morando com quase 30 atletas, em alguns momentos parece que estamos sozinhas, é um grande desafio”, complementa a jogadora.
Poucos meses após chegar em Santa Catarina, Gabriela teve que lidar com outra situação inesperada: a pandemia. No início, treinos diários on-line. Depois, em outubro de 2020, os treinamentos presenciais foram permitidos, com distanciamento. “Foi bem complicado. O treino dentro de casa não tem comparação com os treinos na quadra. Foi um grande desafio”, comenta.
As competições foram retomadas somente no segundo semestre deste ano, e o grande objetivo de Gabriela e suas colegas de time, no momento, é conquistar a vaga na fase final do Campeonato Brasileiro de Handebol. “A gente conta com a torcida de todos. Como ainda não pode ter torcida nos ginásios, haverá transmissão desses jogos”, pontua. As informações sobre os jogos serão passadas através dos perfis @handebolfembc e @gabydorrs no Instagram.
Montenegrino comanda a equipe há mais de uma década
Com passagens por São Sebastião do Caí, Caxias do Sul e Capão da Canoa, o técnico Gerson Cabral, que iniciou sua trajetória no handebol em 1993, possui um vasto e vitorioso currículo no esporte. O montenegrino acumula conquistas estaduais e já treinou até a Seleção Gaúcha, além de ter sido assistente técnico da Seleção Brasileira entre os anos de 2001 e 2005.
Referência no esporte, Gerson foi aprovado em um concurso público para professor em 2008, mudou-se para Balneário Camboriú no ano seguinte e foi efetivado como técnico da equipe em 2010. Há mais de uma década no comando do time, conduziu o Camboriú a várias conquistas e, atualmente, a equipe ocupa o 5° lugar no ranking nacional de handebol.

Os treinos das equipes Juvenil e Cadete são diários, com aproximadamente 2h15min de duração. A preparação foi intensificada nos últimos meses, com o retorno das competições. Gerson conheceu a também montenegrina Gabriela Dorr por intermédio do seu irmão, que o informou que havia uma menina da cidade que jogava pela Sociedade Ginástica, de Novo Hamburgo. “Esperamos ela passar dos 15 anos de idade, e então apostamos na ideia de ela se juntar a nós”, relembra o treinador.
Quando a atleta chegou ao time, ainda atuava pela Cadete. Porém, não conseguiu disputar nenhum campeonato pela categoria, por conta da pandemia. “Agora ela está no primeiro ano de Juvenil, e estamos desenvolvendo todo o potencial dela, como fazemos com todas as atletas. Procuramos potencializá-las para o rendimento, trabalhar a parte mental delas, sobre como é a vida de uma atleta, que não é fácil, pois tem que treinar todos os dias, estudar, morar longe dos pais”, explica Gerson. “Ela (Gabriela) tem se desenvolvido adequadamente, procuramos não atropelar processos. Certamente vai ser uma experiência muito boa para ela. Nossa equipe é muito forte, tem jogadoras de seleção brasileira, que vão auxiliar no desenvolvimento dela”, completa o treinador.