Focos do mosquito continuam sendo encontrados. A Vigilância Sanitária alerta para a crescente manifestação do inseto
A Vigilância Sanitária, encontrou, na última semana, mais cinco larvas do mosquito Aedes aegypti (transmissor da dengue, da chikungunya e do zika vírus) em Montenegro. As amostras coletadas foram realizadas por agentes de combate a endemias na rua Capitão Porfírio, bem próximo à Fundarte, no Centro do município. A preocupação, que já era grande, aumentou e o monitoramento da Vigilância está atento a todos os bairros da cidade. Com isso, nesta semana, o serviço de procura pelas larvas será direcionado principalmente à região do novo foco.
Silvana Schons, nutricionista sanitarista e chefe da Vigilância Sanitária, diz que este já é o 8º foco encontrado na cidade, desde o início do ano. O que traz preocupação aos montenegrinos, é que este número é o equivalente ao ano inteiro de 2016. “Ou seja, estamos em agosto e temos o mesmo número de focos encontrados. Significa que a multiplicação dos mosquitos aumentou muito”, comenta.
Nestes oito focos já encontrados, foram cerca de 40 larvas do Aedes recolhidas. O inverno com pouca chuva e frio tem colaborado para o mosquito, já que, quando a temperatura baixa, mesmo que ele esteja quase formado, acaba morrendo. Mas quando o tempo tem médias de 15°C para cima, não afeta em seu desenvolvimento.
A chefe da Vigilância Sanitária, ressalta também a importância de conferir sempre em suas residências e nos pátios se não há nenhuma água parada. No momento, o serviço está sendo feito por 10 agentes de endemias, com auxilio dos agentes de saúde, que passam de casa em casa para orientar as pessoas e coletar possíveis larvas. “Ainda há uma resistência muito forte por parte da comunidade em nos atender. Solicito que deixem com que a gente confira se não há nenhum um foco do mosquito”, pede.
Silvana lembra ainda que todos os envolvidos nas visitas estarão identificados com crachás e, caso haja dúvidas, os moradores podem entrar em contato com a Vigilância Sanitária pelo número 36321113.
Quais são os sintomas?
Dengue: A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou causar doença grave, levando à morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Na fase febril inicial da doença pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros sintomas.
Chikungunya: Os principais sintomas são febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Não é possível ter Chikungunya mais de uma vez. Depois de infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida. Os sintomas iniciam entre dois e doze dias após a picada do mosquito. O mosquito adquire o vírus CHIKV ao picar uma pessoa infectada, durante o período em que o vírus está presente no organismo infectado. Cerca de 30% dos casos não apresentam sintomas.
Zika: Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. No geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após cerca de sete dias. No entanto, a dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês. Formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para óbito, como identificado no mês de novembro de 2015, pela primeira vez na história.
Como combater o Aedes?
Silvana lembra que a melhor forma de prevenção é acabar com o mosquito Aedes aegypti, mantendo o domicílio sempre limpo e eliminando os possíveis criadouros. Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser adotadas principalmente durante surtos. Ela se coloca inclusive a disposição para palestras em escolas e empresas, quanto a importância de combater o mosquito e como trabalhar para isso.
Algumas ações:
1 – Mantenha bem tampados: caixas, tonéis e barris de água;
2 – coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira sempre bem fechada;
3 – não jogue lixo em terrenos baldios;
4 – se for guardar garrafas de vidro ou plástico, mantenha-as sempre com a boca para baixo;
5 – não deixe a água da chuva acumular sobre a laje ou calhas entupidas;
6 – encha os pratinhos e vasos de planta com areia até a borda, ou evite pratinhos;
7 – caso guarde pneus velhos em casa, retire toda a água e mantenha-os em locais cobertos, protegidos da chuva;
8 – limpe as calhas, evitando que galhos e folhas possam impedir a passagem da água;
9 – lave com água e sabão, os recipientes utilizados para guardar água, pelo menos uma vez por semana;
10 – os vasos de plantas aquáticas devem ser lavados com água e sabão, toda semana. É importante trocar a água desses vasos com frequência;
11– piscinas e fontes decorativas devem ser sempre limpas e cloradas;
12– troque a água que se acumula no interior das bromélias uma vez a cada cinco dias ao menos.