Após longa espera, a temperatura cai e a movimentação no centro de Montenegro sobe, animando os lojistas
Demorou, mas chegou. Acompanhado de muita chuva, o frio enfim surge para a alegria dos apaixonados pelas baixas temperaturas e, principalmente, para aquecer as vendas de calçados e vestuário em Montenegro. Apesar do atraso do clima característico do outono, as expectativas no comércio são grandes para os próximos dias.

A chegada de uma das primeiras ondas de frio no Rio Grande do Sul provocou uma intensa procura na área comercial da cidade, o que foi visto por muitos empresários como uma grande oportunidade. A gerente de loja Diani Carol dos Reis comenta que, embora esse final de semana tenha registrado as temperaturas mais baixas de 2018, a movimentação que antecedeu o Dia das Mães também foi um excelente momento para a saída de produtos de cama, mesa e banho da estação.
“Os roupões lideraram as vendas como uma das principais opções de presente. Depois, os produtos como edredom, lençol de plush e fronhas também saíram bastante nessa semana, além dos utensílios da parte de eletrodomésticos, com uma procura significativa por chuveiros e torneiras elétricas”, diz Diani. “Com esse tempo, as pessoas acabam tendo mais resistência na hora de sair de casa”, lamentou a gerente, se referindo ao clima chuvoso do último sábado, 19.
Em outra loja na rua Ramiro Barcelos, que atua no setor de vestuário e calçado, a vendedora Glaciane Raquel Steffen destaca que a chuva, por outro lado, foi um estímulo para o comércio. “As pessoas reagem conforme a temperatura. Assim, com esse clima favorável, elas procuram consumir de acordo com as necessidades desse momento”, completa Glaciane.
Dentro das lojas, as araras dos casacos e blusões de lã estavam entre as peças mais procuradas. Cores e estampas variadas agradaram tanto os consumidores quanto os vendedores. “O setor de moda é sempre muito bom no período de mudança de clima e agora é visível o aquecimento que a queda da temperatura trouxe para nós”, ressalta Glaciane.
Em meio às dezenas de pantufas em uma loja, o supervisor Paulo Renato Sartório, 41, auxiliava a esposa a escolher o melhor modelo de calçado para a filha do casal. Mesmo com a chuva intensa do último sábado, ele optou por sair de casa e fazer compras com a família. “Nos organizamos para fazer essa dívida que sempre acontece no início do frio”, disse Renato, satisfeito com a aquisição de uma calça de moletom. “Embora tenha muita gente que não gosta dessas estações mais frias, é importante que elas existam, assim como o calor”, acrescenta.
Fazer compras se tornou programa de família

Para tornar o momento de compras mais agradável e prático, algumas pessoas optaram por levar toda a família para as lojas. Foi o caso da agricultora Juliana Elizabeti Chuler, 50, acompanhada do filho, nora e neta. Antes de sair de casa, ela preferiu fazer um levantamento sobre o que realmente precisava para não correr o risco de comprar coisas desnecessárias. Com essa precaução, ela acabou levando um par de tênis. “As opções de pagamentos ajudam muito nesse processo, por isso, veio toda a família junto”, disse a agricultora.
Olhando os detalhes e valores das roupas de inverno, a conferente Carine de Oliveira, 25, nora da Juliana, explica que quando se trata de compras, a preferência é pelo estabelecimento que mais oferece facilidade no pagamento para os clientes. “Isso é fundamental”, enfatiza. Na lista de prioridade da Carina estava uma calça montaria. “Porque ela é ideal para usar com bota”, disse.
Na busca por botas infantis, a auxiliar de cozinha Elizabeti Ferreira, 27, se queixa da dificuldade para achar modelos para as duas filhas, Isabelly e Julia Gabriely, de 2 e 8 anos, respectivamente. “Quando se trata de calçados para crianças é sempre mais difícil devido à escassez de números”, lamentou Elizabeti, acompanhada do esposo.
A vendedora de calçados Karin Moura comemora o sucesso de vendas na área. “Essa é melhor época do ano, já que a maioria dos clientes busca, por exemplo, uma bota e já leva peças de roupas junto”, disse Karin, destacando que é importante que as pessoas não deixem para fazer a compra de último hora. Assim, elas terão mais opções de produtos podendo escolher os que mais agradam.
Recuperado prejuízos
Historicamente, é na estação do outono que as temperaturas começam a baixar antecipando a chegada do frio. Contudo, este ano, o calor persistiu no Sul do país, preocupando os lojistas que mudaram todo o estoque e tiveram as vendas afetadas. Com a primeira frente do ano, finalmente as esperanças se renovam e as expectativas só aumentam.
A gerente de loja Rosane Janeczker afirma que o cenário já melhorou nos primeiros dias de frio, mas na comparação com igual período do ano passado, esse tem sido pior. “Acreditamos que a partir da agora as coisas vão melhorar”, disse a gerente.
Enquanto o comércio de calçados e vestuário se recupera gradativamente do prejuízo causado pelo atraso da chegada do frio, o inverso acontece coma as vendas de aquecedores eletrônicos e fogões a lenha. Segundo Celson Becker, gerente de um estabelecimento que atua no setor varejista, é preciso mais tempo e frio para que os produtos dessa linha tenham mais saída. “A definição das estações são fundamentais para o comércio, mas apesar dos contratempos, estamos recuperando as vendas lentamente”, relata o gerente.