Apoio gratuito e especializado. ACI e Sebrae anunciam parceria para ajudar empreendedores a se desenvolverem
Se você tem uma micro ou pequena empresa, responda rapidamente: qual o diagnóstico atual do seu negócio? Qual o plano para mantê-lo estável e, quem sabe, fazê-lo crescer? Como a maioria dos pequenos empresários não tem a resposta na língua — afinal de contas, o planejamento nem sempre é prioridade em um ambiente de trabalho lotado de tarefas rotineiras — a Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI) de Montenegro e Pareci Novo decidiu ir em busca de parceiros e conhecimento e daí surgiu um novo projeto em conjunto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Microempresas (Sebrae-RS). Uma reunião na última semana selou a colaboração entre as entidades e marcou a apresentação da proposta aos associados montenegrinos e parecinovenses.
O objetivo principal da parceria é permitir que as empresas tenham um diagnóstico completo da gestão e, além disso, saibam quais são as principais medidas que, se adotadas, podem fazer diferença no crescimento e na estabilidade do negócio.
Bia Rossi Dauber, técnica do Sebrae, destaca que o primeiro passo para qualificar a gestão da empresa é ter uma análise completa das dificuldades e prioridades a serem aprimoradas. “Nós oferecemos esse diagnóstico inicial após fazermos uma visita à empresa, na qual conhecemos mais profundamente o negócio”, explica. Em uma etapa seguinte, os consultores do serviço elaboram um plano de ação personalizado para que as mudanças comecem a ser implantadas, afirma Bia.
Na visão do presidente da ACI, Waldir João Kleber, os micro e pequenos empreendedores têm no Sebrae um aporte especializado para não apenas superar as barreiras do dia a dia, mas também ir em busca de melhorias e, com isso, atingir melhores resultados. “Algumas empresas já são mais organizadas, com um maior nível de excelência em gestão. Porém, outras empresas, principalmente as mais novas, ainda não”, destaca.
Conforme Elaine de Paula, gerente executiva da ACI e administradora de empresas com formação superior, o objetivo dessa parceria é viabilizar a aproximação das micro e pequenas empresas em relação ao serviço de apoio e, a partir disso, construírem seus diagnósticos de gestão e a conquista da excelência.
A ACI destaca que este diagnóstico não tem nenhum custo para as 146 micro e pequenas empresas associadas.
Empreendedor local teve apoio do Sebrae crescer
Sócio-proprietário da Casa dos Cereais, o montenegrino Paulo Bilhar já contou com o apoio do Sebrae-RS para fazer a sua empresa crescer de forma sustentável. Segundo ele, a entidade especializada em pequenas e micro empresas serviu com uma espécie de bússola para apontar o rumo certo do desenvolvimento. “Tivemos o acompanhamento de profissionais que estavam se formando em Administração e faziam cursos de aperfeiçoamento no Sebrae.
Eles nos acompanharam mais nas questões ligadas à administração da empresa. Nos monitoraram, avaliaram nossos processos, disseram que estávamos no caminho certo, que era assim que deveria que ser”, recorda.
Segundo Bilhar, o aspecto operacional da Casa dos Cereais não esteve no foco da equipe. “Neste acompanhamento, disseram que estava tudo ok. E também nos deram algumas ferramentas para gestão de estoque, de controle e de venda de produto. Foi útil para nós”, afirma.
MPEs buscam inspiração em feira na Alemanha
A Feira de Hannover 2017, na Alemanha, tem servido de sala de aula para a comitiva das micro e pequenas empresas gaúchas apoiadas pelo Sebrae/RS. O impacto de estar no maior encontro mundial de tecnologia industrial foi sentido já nas primeiras horas. A missão empresarial, realizada em parceria com a FIergs, tem agenda intensa e, já no primeiro dia, antes mesmo de andar pelos pavilhões de exposição, os 60 integrantes da comitiva brasileira, tiveram uma visita técnica à fábrica da Airbus, em Hamburgo. Nesse mesmo dia, presenciaram ao vivo a abertura oficial com a chanceler Angela Merkel.
Coordenador de projetos da gerência setorial da Indústria do Sebrae/RS, Fabiano Dallacorte destaca as ações simples e baratas que a gigante fabricante de aviões implementou para melhorar a produtividade e que podem facilmente serem levadas para o dia a dia das empresas gaúchas. “Eles têm um quadro na linha de produção que mostra o custo de cada rebite na montagem de um avião. Então, se um funcionário perde um rebite, o que é muito fácil pelo tamanho do objeto, ele sabe que está desperdiçando entre 25 e 30 euros. Isso motiva o funcionário a economizar, pois fica claro que qualquer desperdício pode comprometer o desempenho da empresa e, como consequência, o seu emprego”, narra.
Outra solução simples é o monitoramento de indicadores, um procedimento manual feito em quadros espalhados pela linha de produção. “Nada é feito em computadores. A gente até se surpreende pela simplicidade do processo o que já está provocando a reflexão dos nossos empreendedores”, ressaltou.
Maico Geremia, da Progere Desenhos Industriais, Bento Gonçalves, ficou impressionado com o tamanho das peças dos aviões montadas na unidade visitada. “Tudo é gigantesco, utiliza tecnologia, mas, sobretudo, é muito organizado, pois o erro não pode ter vez em um trabalho como este”, analisou.
Ontem, os micro e pequenos empresários percorreram um circuito específico sobre automação de linhas de produção.
Diretor técnico do Sebrae-RS, Ayrton Pinto Ramos observa que o apoio da instituição para viabilizar a viagem dos pequenos negócios a Hannover vai além de colocá-los em contato com as tendências internacionais. “É a parte em que o desenvolvimento começa a surgir. Sabemos de vários exemplos de pequenas empresas que conseguiram implantar melhorias, fazer negócios, adquirir tecnologia e trazer parcerias para o Rio Grande do Sul”, comenta ele sobre a viagem à Alemanha.
