NOVO CAPÍTULO. “Novela” da Praça dos Ferroviários chega à fase em que os incomodados terão de se retirar
O final de semana se aproxima e, com ele, a interrogação sobre o que esperar dos frequentadores da Praça dos Ferroviários. Bebedeira, brigas, vandalismo, sexo ao ar livre, desrespeito aos moradores. A lista de possibilidades é grande e causa indignação naqueles que não aguentam mais a situação. Tem gente que já desistiu da luta pela tranquilidade e ocupação consciente do espaço público e agora planeja se mudar, de tão insustentável que virou a rotina.
Cassiano Macedo, de 33 anos, mora na rua Esperança, ao lado da Praça dos Ferroviários. Contudo, esperança é uma coisa que ele já não possui. Depois de perder as contas dos fatos obscenos que presenciou na frente de sua casa, ele resolveu colocar o imóvel à venda. “A gente não tem mais sossego. Chega o final de semana, a gente quer descansar, mas não consegue, tamanha é a baderna”, comenta.

No último final de semana, Cassiano ficou ainda mais revoltado ao ver a entrada de sua casa sendo usada como banheiro. “Peguei um cidadão urinando dentro do meu pátio, e não é a primeira vez. Tá insustentável! A gente vê, inclusive, tráfico de drogas. Tem horas que não dá para abrir a janela por causa do cheiro que vem da praça”, desabafa.
“Nosso Poder Público tem que tomar uma iniciativa. Saiu reportagem dizendo que iam colocar câmeras. Cadê? Onde está o policiamento? Chamei a Brigada Militar, liguei duas vezes, mas não apareceram. Pago meus impostos e não tenho o direito de descansar na minha casa por causa dessa baderna?”, questiona Cassiano. O fato ocorreu por volta das 23h da sexta-feira, 26. No sábado, 27, foi uma “festa” na praça que literalmente tirou o sono dos moradores, ou melhor, não deixou que dormissem. Na noite de domingo, 28, Cassiano novamente teve seu portão usado como mictório.
A junção de sábado teve início antes da meia noite, mas se manteve durante a madrugada. “Não teve como dormir. A gritaria era muito alta, eles passaram a noite toda fazendo bagunça”, relata uma moradora que prefere não se identificar. A casa dela fica na rua João Schenkel, paralela à rua Santos Dumont, e mesmo assim dá para ouvir a algazarra com nitidez. “Depois que eles enchem a cara e se drogam saem brigando pelas ruas. Uma noite, uma mulher foi agredida aqui na frente”, detalha.
O sub-comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar de Montenegro major Iber Augusto Giordano esclarece que o edital para compra das câmeras está sob responsabilidade da Prefeitura local. Em relação aos policiais não terem atendido o chamado de Cassiano, o major orienta como o cidadão deve proceder quando isso acontecer. “Quando ocorrer a pessoa tem que anotar dia e hora e trazer ao batalhão para apurarmos”, aponta.
A reportagem questionou a Administração Municipal, via assessoria de comunicação, sobre quando serão instaladas as câmeras e o que falta para que isso ocorra. Até o fechamento desta reportagem, não houve resposta.