Tráfico. Processo conta com 36 réus e mobilizou as forças de segurança
A realização de uma audiência mobilizou as forças de segurança nessa sexta-feira, dia 13, em Montenegro. Vinte e um policiais civis integrantes da Operação Fênix seriam ouvidos, graças a qual 36 pessoas viraram réus por crime de tráfico e associação ao tráfico. Do total, 20 estão presas e alguns são considerados de alta periculosidade.
Por questões de segurança, o acesso ao Fórum e o Ministério Público de Montenegro, rua Amauri Daudt Lampert, no bairro Senai, foi interrompido até o meio-dia, quando a atividade foi encerrada. Participaram da ação integrantes do Pelotão de Operações Especiais (POE) do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM), da Polícia Civil e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
Apenas oito pessoas foram ouvidas, pois um dos advogados alegou não ter tido acesso a alguns áudios de interceptação telefônica. “Apesar de não reconhecer o cerceamento, o juiz decidiu manter a audiência, mas ouvir somente os policiais que não tiveram acesso a tais áudios e às investigações. Ouviu somente os oriundos de outras comarcas que vieram para o cumprimento dos mandados de busca e apreensão e não conheciam a investigação”, comenta a promotora pública de Montenegro Graziela Lorenzoni. A continuação dos trabalhos foi marcada para o dia 25 de maio e ocorre nos mes mos moldes da de sexta-feira.
A maior operação policial do Estado no ano de 2016, com emprego de 750 policiais, a Operação desenvolvida em conjunto pela 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Montenegro, Delegacia de Polícia Regional (DPR) do Vale do Caí, 1ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (DIN), Departamento de Polícia do Interior (DPI) e Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), resultou em 38 prisões e a apreensão de 10 mil sementes de maconha, 25 pés da mesma planta, 2 quilos de maconha prensada, uma pistola e três armas longas.
A ação iniciou a partir da investigação do assassinato de Renilda Silva Rodrigues, ocorrido na travessa José Pedro Steigleder, em outubro de 2015. O crime teve relação com o tráfico. A operação teve como base a Central de Polícia do Vale do Caí, depois do contingente deixar a Academia de Polícia Civil, em Porto Alegre, nas primeiras horas da manhã.
Os cerca de 120 mandados de busca e apreensão ocorreram em Montenegro, Porto Alegre, Novo Hamburgo, Triunfo, Maratá, Feliz, Sapiranga, Brochier, Capela de Santana, Campo Bom, Portão, Estância Velha e Taquari. A ação contou com o suporte da Divisão de Apoio Aéreo, que sobrevoou a área e acompanhou o trabalho das equipes com o helicóptero da Polícia Civil, e dos cães farejadores do Denarc.
Investigação impediu execução em Montenegro
O trabalho de investigação, iniciado a partir do assassinato de Renilda da Silva Rodrigues chegou até uma organização criminosa responsável por orquestrar o tráfico de drogas em diferentes municípios, principalmente em Novo Hamburgo. Um dos principais líderes do bando comandava não somente esse tipo de crime, mas também execuções de dentro do Presídio Central de Porto Alegre.
“Nessa investigação conseguimos, inclusive, impedir um homicídio aqui em Montenegro devido a interceptações telefônicas. É uma pena, efetivamente, que na maioria dos nossos presídios se permite esse tipo de coisa”, comenta o atual responsável pela Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Montenegro, Eduardo Azeredo Coutinho, um dos responsáveis pelo trabalho desenvolvido. O delegado ressalta a necessidade de instalação de bloqueadores de sinal de celular nas casas prisionais gaúcha, como está ocorrendo na Penitenciária de Canoas (Pecan).