Apenadas da Modulada participam de projeto da Uergs

Cerca de 40 apenadas da Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro Agente Penitenciário Jair Fiorin assistiram a apresentação da peça “O Jardim das Cerejeiras”, encenada por alunos da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), na tarde da última sexta-feira, 24. A iniciativa faz parte de uma parceria formada entre a Universidade e a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). A ação é desenvolvida através do projeto de extensão “Tempo de impermanência: Teatro em Penitenciárias Femininas do Rio Grande do Sul”, do curso de licenciatura em Teatro da Uergs, unidade de Montenegro. A proposta é levar a arte ao encontro das detentas e promover mudanças em suas rotinas.

De acordo com a professora Tatiana Cardoso, o primeiro contato com o presídio ocorreu em 2013, quando uma turma esteve no local mostrando o resultado de uma montagem teatral, para presos e funcionários da instituição carcerária. O resultado foi tão positivo que a educadora e os alunos resolveram dar continuidade a ação. “A experiência foi tão legal e marcante que eu e o grupo resolvemos propor um projeto de extensão em nível federal para poder fazer um trabalho mais duradouro dentro das penitenciárias”, conta. Fazem parte do projeto as penitenciárias de Montenegro e Torres.

Ao término das oficinas, as detentas também poderão mostrar seus talentos

Para Tatiana, o projeto também beneficia os acadêmicos. Isso porque a experiência permite a eles atuar fora dos palcos convencionais. “O objetivo é possibilitar que o teatro possa tocar esse público que aqui está. É um mundo de subjetividade, de poesia e de autoconhecimento que está convidado a emergir, tanto para elas quanto para nós que estamos fazendo esse projeto”, acrescenta.

O espetáculo “O Jardim das Cerejeiras” foi apenas o começo do projeto. A iniciativa prevê ainda a realização de oficinas sobre teatro. Ao todo serão realizados oito encontros. A ideia é formar grupos com cerca de 20 integrantes. Todas as detentas foram convidadas a participar. No final da ação, elas poderão colocar em prática tudo que aprenderam durante as “aulas”. “No final, elas vão experimentar um processo criativo em teatro. Os familiares delas poderão assistir o resultado do que cada uma aprendeu”, diz a professora.

Confira a entrevista completa realizada em vídeo.

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