Anteprojeto mostra como deve ficar prédio histórico na beira do rio

Tratativas pra reforma têm avançado. Arquiteto doou trabalho ao Município

Motivadas pelo vereador Gustavo Oliveira (PP), as tratativas para a reforma do prédio histórico da beira do rio, na esquina entre as ruas João Pessoa e Álvaro de Moraes, avançaram nesse ano. Várias reuniões sobre o tema ocorreram e, na mais recente, o arquiteto Alexandre Franckzak apresentou um anteprojeto arquitetônico de como deverá ficar a edificação que, hoje, pertence ao Município e está abandonada. O material, agora, está com a Prefeitura para elaboração dos projetos definitivos, com memorial descritivo e a previsão de custo da intervenção. Feito isso, inicia a busca por recursos para a execução.

A proposta de mais força, assim como é pensado para o restaurante do Centenário, é que uma ou mais empresas assumam a exploração do prédio em troca do investimento na reforma. “Nós pensamos, junto com o arquiteto que se disponibilizou a fazer o esboço do projeto, em algo que tornasse o prédio útil”, explicou o vereador, em entrevista à Rádio Ibiá Web.

Espaço para a Casa da Citricultura, no modelo, ficará virado para a rua João Pessoa; no ponto onde, hoje, não há mais telhado

“A ideia é fazer um chamamento para que empresas interessadas em usar o espaço destinem o valor da reforma do prédio e possam utilizá-lo por determinado tempo. Tudo o que envolve recurso público depende de emendas, de projetos muito elaborados, de questões políticas; e, às vezes, passam cinco anos e não se consegue fazer acontecer.” Oliveira defende que o grande movimento de pessoas na beira do rio será um atrativo importante para interessados em instalar um empreendimento no local; especialmente um voltado à gastronomia.

Para o arquiteto Alexandre Franckzak, a reforma representará a conclusão da revitalização da área. É que também foi projeto dele que acabou sendo um dos pilares para revitalização da Usina Maurício Cardoso, hoje sede da Câmara de Vereadores, logo ao lado da edificação discutida atualmente. “Eu acho uma pena o conjunto todo não se fechar, na quadra inteira”, comentou. O anteprojeto que o profissional, agora, doou ao Município, foi a adaptação de um trabalho que Franckzak fez ainda em 2012, quando o prédio estava ocupado, em cessão de uso, pela Cooperativa Ecocitrus. Era o estudo inicial para uma reforma que acabou não saindo do papel.

O anteprojeto atual, apresentado, divide o prédio histórico em três partes. A ideia é que uma seja ligada à alimentação, para a concessão a uma empresa; outra como espaço multiuso, cujo uso ainda poderá ser definido; e outra dedicada a um Museu da Citricultura, em referência à relevância histórica da edificação que, instalada em 1932 pelo Governo do Estado, foi a primeira casa de beneficiamento de citros de Montenegro: a Orange Packing House. Ela foi doada à Prefeitura em 2005.

Discussão é antiga, mas teve pouco avanço nos últimos anos
Faz tempo que se discutem investimentos no prédio histórico, que já foi ocupado, também, pelas empresas Aripê e Coofrutaf; dentre outras. Vem pelo menos desde 2010 a ideia da criação de um espaço, no local, voltado à história da citricultura e à relevância da edificação no desenvolvimento de Montenegro. Em 2014, a Ecocitrus, então ocupante, trouxe como parceira a empresa de gestão e planejamento cultural Cida Cultural e apresentou proposta para a criação de uma “Casa da Citricultura” com recursos de leis de incentivos e contrapartida do Município. Não chegou a ir para frente.

Nesse meio tempo, também foram discutidos os problemas estruturais do prédio que, desde julho de 2012, teve a sua maior parte interditada pelos bombeiros devido ao risco de queda do telhado; que efetivamente desabou. As conversas, que perpassaram diferentes governos municipais, giravam em torno de ações para evitar que, com o passar dos anos, mais partes da edificação se deteriorassem. Sempre barraram na falta de recursos. Em reunião acompanhada pelo Ibiá em 2017, o orçamento para as intervenções girava em torno de R$ 380 mil. Desde aquele ano, após a saída da Ecocitrus e, depois, da Coofrutaf; que, em função das interdições, ocupavam apenas poucas salas como setor administrativo, o prédio está abandonado.

Mato toma conta de parte da estrutura

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