Voluntários se unem para ajudar desabrigados da enchente

ANIMAIS recebem também cuidados especiais em abrigos da cidade

No Ginásio Domingão, no Parque Centenário, assim como nos outros abrigos da cidade, uma equipe de voluntários tem se dedicado para oferecer apoio e assistência aos desabrigados pela enchente do Rio Caí. Entre os voluntários estão Alexandre Kerber, 54, motorista de aplicativo, e Carolina Araujo Flores, 35, auxiliar de educação inclusiva, que compartilharam suas experiências e motivações sobre o voluntariado.

Alexandre e sua esposa, Zilmara, são conhecidos por seu engajamento comunitário através da igreja. Acostumados a realizar serviços sociais, não hesitaram em oferecer sua ajuda quando viram a crescente demanda por assistência no ginásio. Carolina também decidiu agir diante da necessidade evidente, decidindo se juntar aos esforços voluntários no feriado de 1º de maio.

No abrigo eles se envolveram em diversas atividades, desde organizar a cozinha e preparar refeições até oferecer conforto e apoio emocional aos desabrigados. A rotina diária inclui a preparação de café da manhã, lanches, almoço e jantar, tudo feito com amor e cuidado. “Eu sei o que essas pessoas estão passando, porque também já morei em área de enchente. Então eu acho que pra trabalhar com esse tipo de situação tu tens que conseguir se colocar no lugar daquela pessoa e entender que aqui todo mundo está vulnerável agora nesse momento”, afirma Carolina.

Carolina e Alexandre fazem parte da equipe de voluntários

Além do trabalho prático, também existe o vínculo estabelecido entre os voluntários e os desabrigados. Carolina enfatiza a importância do acolhimento e da compreensão das necessidades individuais de cada pessoa. Eles não oferecem apenas alimentos e abrigo, mas também proporcionam conversas acolhedoras, abraços e apoio emocional, reconhecendo que, em tempos de crise, é essencial atender às necessidades básicas, mas também oferecer compaixão e empatia. “A gente uniu forças e construímos um vínculo tão grande que vamos levar para a vida. E isso são coisas que não têm preço”, diz.

Para Alexandre, o trabalho realizado no abrigo se tornou uma das mais significativas experiências de sua vida. Ele enfatiza a importância do serviço e a gratificação de poder fazer a diferença na vida das pessoas em um momento de dificuldade. “Eu já fiz na vida muito trabalho remunerado, mas em nenhum deles eu me senti tão bem como estar aqui fazendo voluntariado. Foi o momento em que eu me senti melhor trabalhando em toda a minha vida”, pontua.

Carolina compartilhou sentimentos semelhantes, destacando a importância de cumprir seu propósito pessoal de ajudar os outros. “Eu acredito que cada pessoa vem ao mundo com um propósito. Então eu sei que essas pessoas que estão aqui, elas nunca vão esquecer do trabalho que estamos realizando”, afirma. Ambos os voluntários também ressaltaram a importância do apoio da Prefeitura e de outros colaboradores, que ajudaram a facilitar o trabalho voluntário e a fornecer recursos essenciais para os desabrigados.

Solidariedade com os amigos de quatro patas
Em meio aos desafios causados pela enchente do Rio Caí, outra história de solidariedade ganha destaque no Parque Centenário. Luiza Kimura, presidente da Amoga, compartilha detalhes sobre o trabalho voluntário dedicado aos animais afetados. “São mais de 20 animais aqui, sob o cuidado de voluntários”, relata.

Alexandre é o responsável por fazer o café para os 139 abrigados no Ginásio Domingão

Apesar de serem principalmente animais com donos, os recolhidos no Centenário são acolhidos temporariamente, proporcionando segurança e conforto durante o período crítico. “Todo o agradecimento para esse pessoal que está se doando, que vem cedo da manhã e fica até de tardezinha”, destaca Luisa, reconhecendo o papel desempenhado pelos voluntários na alimentação, limpeza e cuidados diários dos animais.

No Colégio AJ Renner e na Associação da Vila Esperança, outros voluntários se dedicam aos animais que não têm dono ou que foram abandonados durante a enchente. “Tem aparecido várias pessoas para ajudar, porque precisamos muito. Tem que limpar o espaço, tem que dar comida, dar água”, explica Luisa, ressaltando a importância do apoio. Ela destaca que os voluntários não apenas fornecem cuidados básicos aos animais, mas também conforto e amor quando mais é necessário.

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