Das 12 travessias, 8 podem ser fechadas, além de instalação de rótula, sinaleira e ciclovia
Foi fechado o canteiro central da Avenida Júlio Renner (Via II), no trecho que permitia a travessia junto ao cruzamento com as ruas Amauri Daudt Lampert (Rua do Fórum) e Barcelona. Agora, os veículos não podem mais atravessar a avenida naquele ponto em que foram registrados vários acidentes, inclusive com mortes.
A intervenção era uma solicitação do Ministério Público, principalmente após o gravíssimo acidente de 1º de abril, quando um casal de idosos morreu e mais duas pessoas ficaram feridas na colisão entre dois automóveis. Outros acidentes, que também resultaram em vítimas com lesões, ocorreram no mesmo cruzamento, assim como em demais pontos da Via II. Em razão disso, mais medidas estão sendo sugeridas através do Plano de Mobilidade Urbana, que está com o seu projeto em análise pelos Conselhos Municipais de Trânsito e do Plano Diretor.
São 576 páginas do levantamento realizado pela Líder Engenharia e Gestão de Cidades, de São Paulo, empresa contratada pela Prefeitura através de licitação, com crédito especial aprovado pela Câmara em 3 de junho do ano passado no valor de R$ 90.500. Os trabalhos iniciaram realmente em janeiro deste ano e atrasaram porque a Administração Municipal pediu para refazer alguns apontamentos. Depois da avaliação do corpo técnico da Prefeitura, iniciou a análise dos conselhos municipais, através de reuniões. O Conselho de Trânsito, por exemplo, terá uma terceira reunião sobre o assunto no próximo dia 24 de agosto, quinta-feira. Só depois da análise dos conselhos o projeto deve ser encaminhado para a Câmara de Vereadores e para a realização de audiência pública, onde a população terá a oportunidade de também dar sugestões. “Tudo pode mudar, já que ainda está em análise”, diz o diretor de transporte e trânsito, Paulo Reinaldo Tempass Junior.
O levantamento sugere mudanças que podem intervir diretamente no trânsito e na mobilidade urbana. São intervenções necessárias numa cidade que aumentou consideravelmente na população e na frota de veículos. São mais de 50 mil veículos cadastrados no município, além dos motoristas de outras cidades que buscam o comércio e serviços de Montenegro. A falta de estrutura para receber tantos veículos, aliada a imprudência dos condutores, tem contribuído para o aumento no número de acidentes.
No início deste ano, foram disponibilizados questionários para a população opinar, de forma on-line, quanto a possíveis alterações no trânsito. Também aconteceram encontros presenciais em quatro localidades do interior.
As manifestações serão aproveitadas, assim como as que surgirem na audiência pública. O objetivo é integrar os diferentes modos de transporte e propor melhorias na acessibilidade e mobilidade das pessoas e veículos. Podem ocorrer mudanças em linhas de ônibus, sentidos de ruas, cruzamentos, instalações de sinaleiras, rótulas, ciclovias, mais faixas elevadas (quebra-molas), entre outras intervenções, visando aumentar a segurança no trânsito.
Fechamento de travessias na Via II
A Avenida Júlio Renner é um dos principais alvos das mudanças propostas no Plano de Mobilidade Urbana. Os vereadores, inclusive, têm cobrado as intervenções durante os debates nas sessões da Câmara. Uma reunião foi marcada para a próxima quinta-feira, na Câmara, para tratar do trânsito na Via II.
Além do fechamento da travessia entre a avenida e a rua do Fórum, outros cruzamentos devem sofrer intervenções. Quando foi construída, no Projeto Cura da década de 1980, a Avenida Júlio Renner era uma via expressa, numa linha reta que permitia aos motoristas imprimirem maior velocidade. Isso agora não é mais possível. A velocidade limite é de 40 Km/h e ao longo do seu trajeto, entre a rótula com a Avenida Ernesto Popp e o trevo com a ERS-124, se instalaram vários prédios de estabelecimentos comerciais, empresas e residências. Junto à Rua Bruno de Andrade, virou centro da Grande Timbaúva. Com o aumento no movimento, cresceu a preocupação com a segurança.
A sugestão do levantamento é de que das doze travessias existentes no canteiro central da Via II, oito sejam fechadas, ficando apenas quatro. Agora são onze, após o fechamento do canteiro no cruzamento com a rua do Fórum. Entre as sugestões do plano estão a construção de uma rótula no cruzamento com a Rua Campos Neto, em frente à Secretaria Municipal da Saúde (Assistência Social). E a instalação de uma sinaleira na esquina com a Juvenal Alves de Oliveira. A outra travessia que ficaria com refúgios, é junto ao acesso ao Hospital Unimed. E com a Rua Torbjorn Weibull.
Outra sugestão que será analisada é a construção da ciclofaixa, destinada para bicicletas, no canteiro central da Via II. A ciclofaixa, que diferente da ciclovia não tem separação física em relação à via de tráfego geral, interligaria com bairros, passando também pelo Centro.