UERGS: comunidade escolar pede apoio da Prefeitura

Ida para a capital está decidida, mas reversão não é impossível

Em nova reunião, a situação da ida da UERGS para Porto Alegre voltou a ser pauta na sede da Fundação Municipal de Artes de Montenegro, a Fundarte, nesta quinta-feira, 22. Desta vez, a deputada estadual eleita, Sofia Cavedon (PT) organizou o momento, com a presença do reitor interino da Universidade Estadual, Fernando Guaragna Martins, alunos e diretório acadêmico. Também era esperada a presença de membros do Executivo e Legislativo, o que não ocorreu e desapontou os presentes. “É uma decepção não encontrar nenhum membro da Câmara de Vereadores e nem poder Executivo neste momento”, desabafa Ezequiel Souza, membro da comunidade escolar. Sofia Cavedon iniciou a reunião relembrando que a perda da universidade é dura de se aceitar e é justamente para tentar reverter a decisão que a reunião foi marcada.

Ezequiel relembra que Porto Alegre já tem opções para cursos na área das Artes. “Em Montenegro, apenas a UERGS nos dá essa possibilidade”, ressalta. Ele defende que a decisão foi tomada de maneira sigilosa. “Faltou uma série de fatores a ser discutida. É uma perda gigante. As pessoas do interior não vão estudar Arte na capital, porque para estudar aqui já é uma decisão difícil”, destaca.

Emanuelli de Vargas é um exemplo. Ela veio de Estrela morar em Montenegro apenas para estudar teatro na UERGS. Muito emocionada, ela pontua que o sentimento é de decepção. “Me entristece muito. Eu vim para cá porque é mais seguro do que Porto Alegre. Aí convenci meus pais, mas tive aulas somente on-line e agora que estamos voltando ao presencial está esvaziando”, desabafa. Conforme citado na reunião, todos os alunos que já cursam graduação na UERGS de Montenegro têm o direito de terminar o curso na cidade, mas para a estudante, não é o suficiente. “Eu sei que tenho o direito de me formar aqui, mas eu faço teatro, que é feito com muitas pessoas. Eu vou me formar sozinha? Penso nos que não vão ter oportunidade de estudar aqui”, expõe.

Emanuelli também faz parte do diretório acadêmico e lamenta que a situação tenha chegado a este ponto. “Não foi por falta de tentativa nossa. Tentamos achar soluções, mas não temos apoio. A Câmara e a Prefeitura dizem que a UERGS é muito importante para a cidade, mas na hora de mostrar essa importância, como hoje, cadê eles?”, indaga. Ezequiel concorda com a opinião e pede por apoio. “O Município precisa estar presente para articular as soluções que a gente montou para apresentar e assim levar isso até o Estado”, defende.

Luis Felipe Fernandes, estudante da UERGS e membro do diretório, relembra que não houve mobilizações anteriores justamente porque ninguém sabia que a decisão estava tomada. Agora, a saída é buscar o apoio forte da Prefeitura para iniciar uma série de mobilizações e uma luta travada para que a reversão ocorra. A deputada Sofia destaca que deve encaminhar um ofício à Administração Municipal solicitando informações sobre o que estão, de fato, oferecendo como contrapartida para a UERGS para manter a permanência da universidade em Montenegro. “Se temos chance, só será possível com o protagonismo da Prefeitura, se não, não vai dar”, conclui.

O reitor Fernando, por sua vez, reitera o que foi citado na última reunião, também realizada na Fundarte: a decisão está tomada e os trâmites para ingresso em Porto Alegre estão em andamento, mas apesar de difícil, a reversão não é impossível. Ele afirma que a mobilização dos alunos, professores e poder público é importante para que a situação se torne favorável.

O que diz a Administração Municipal?
Após contato via assessoria de imprensa, o Ibiá recebeu a informação de que a Administração Municipal de Montenegro havia sido convidada para uma reunião sobre o campus da UERGS que ocorreria em Porto Alegre, na quarta-feira, 21. Contudo, na véspera, foi avisada de que o encontro foi cancelado. Quanto à atividade dessa quinta-feira, a nota da assessoria diz que nem o gabinete e nem a Secretaria Municipal de Educação e Cultura foram comunicadas. “Se houvesse convite, obviamente o governo teria sido representado, uma vez que há muito tempo vem pleiteando, junto à reitoria e à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, que não desativem o campus local. Inclusive, o Município ofereceu uma área para a construção de novas edificações, aliviando a Universidade das despesas com alugueis”, diz o esclarecimento.

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