CRIME BÁRBARO. Suspeita de latrocínio é investigada pela Polícia Civil
O taxista Marcelino Andre da Silveira, de 53 anos, foi encontrado morto na localidade de Alfama, em Montenegro, na manhã desse domingo, dia 11. A vítima foi ferida com golpes de instrumento cortante, provavelmente uma faca. O táxi de Marcelino foi localizado, com marcas de sangue, poucas horas antes do corpo, junto à calçada da EMEI do bairro Santo Antônio. A Polícia Civil investiga o crime como latrocínio – roubo seguido de morte. O adeus a Marcelino ocorreu no Dia de Nossa Senhora Aparecida, Santa pela qual o taxista tinha grande devoção.
A investigação ainda é recente e para não ser atrapalhada, a Policia Civil evita dar detalhes. Marcelino foi encontrado sem vida próximo à Estrada João Kranz, com marcas de corte perto do pescoço e da orelha. Um dos pulmões da vítima também foi atingido. A polícia aguarda os laudos da necropsia para confirmar as causas oficiais da morte.
Segundo o delegado André Roese, titular da 1ª Delegacia de Polícia de Montenegro, Marcelino tinha dinheiro guardado em um bolso da camisa, mas não se sabe quanto. Celular e outros pertences da vítima também desapareceram. Quem tiver informações que possam auxiliar nas investigações pode entrar em contato pelo 197 ou o 190, mesmo que de maneira anônima.
Homem de fé, trabalhador e pai presente
Marcelino Andre da Silveira foi sepultado às 11h desse dia 12, no Cemitério Municipal de Montenegro. A segunda-feira, dia de Nossa Senhora Aparecida, foi de grande tristeza para toda a família do taxista. Contudo, para ele, se estivesse vivo, essa seria uma ocasião para demonstrar fé. Devoto da Padroeira do Brasil, em 2016 Marcelino realizou o sonho de conhecer o Santuário de Nossa Senhora, na cidade de Aparecida, no estado de São Paulo.
A “relação” de Marcelino com Nossa Senhora trouxe para seu destino uma companheira que não poderia ter nome melhor, Teresinha Aparecida da Silveira. Contudo, infelizmente, o Dia de Aparecida, de 2020, será lembrado com pesar pela família. Consternada, Teresinha não conseguiu falar sobre o companheiro.
Marcelino era pai de cinco filhos e avô de seis netos. “Ele amava a profissão. Era muito trabalhador, mas também era um pai presente”, diz a filha Verônica Andreia, de 24 anos. “Fica nossa homenagem pelo homem trabalhador, amigo de todas as horas e protetor que ele foi”, completa a filha, lembrando de Marcelino.
“O filho não pode morrer antes da mãe. Como pode uma coisa dessas?”, questiona dona Beatriz Oliveira da Silveira, de 75 anos, mãe do taxista, sem obter nenhum tipo de resposta.
Colega se despediu de Marcelino sem saber que seria o último adeus
Marcelino Andre da Silveira tinha mais de 20 anos de profissão. Atualmente, trabalhava no ponto de táxi junto à Rodoviária de Montenegro.
Colega de profissão, o taxista Rui Martins da Rosa foi uma das últimas pessoas a ver Marcelino com vida. Eles jogaram cartas, no sábado, até por volta das 18h. “Ele era um cara gente fina. Eu fui pra casa e ele continuou. Ele trabalhava de noite”, conta Rui. Enquanto as circunstâncias do crime ainda são investigadas, o taxista espera que as câmeras de monitoramento da rodoviária possam ajudar na identificação dos criminosos; caso estes tenham pego o táxi no ponto.
Profissões de risco
Antes de trabalhar como taxista, Marcelino Andre da Silveira foi servidor da Brigada Militar por 25 anos. Nesse período ele “enquadrou” muitas pessoas, o que faz surgir interrogações sobre se teria algum inimigo capaz de cometer o crime que vitimou o ex-PM.
“Nessa profissão é normal ter um ou outro desafeto, mas no final as pessoas acabavam agradecendo a ele por tê-las ajudado a mudar de vida. A gente meio que desconfia, mas estamos deixando o caso ser investigado pela polícia”, diz Verônica, filha de Marcelino. “O pai sempre foi muito batalhador. Ele se preocupava muito com a família”, conclui a jovem.