Entidade foi criada para sediar eventos e superou desafios no seu início
Entre a data do registro em cartório – 12 de dezembro de 1973 – e a data encontrada em ata – 12 de maio de 1973 – uma coisa é certa: a Sociedade Cultural Beneficente Pinheiro Machado, de Linha Pinheiro Machado, no interior de Brochier, completa 50 anos de história em 2023. História marcada pela intensa participação da comunidade.
Participação essa que fez com que, em julho de 1974, tivesse início a construção da sede própria da entidade. A obra foi concluída no final de 1976, com uma festa ocorrendo em 31 de outubro daquele ano. No entanto, foi em 1º de janeiro de 1977 que um baile marcou a inauguração oficial da sede.
Em setembro de 1978, um vendaval causou destruição de parte da sede – arrancando o telhado do prédio. Incansável, a comunidade voltou a se unir para reconstruir o espaço, que foi reinaugurado no final de 1979. Conhecido por preservar a história da localidade, Rubio Kleber lembra que esses primeiros difíceis anos foram superados através do trabalho capitaneado pelo então presidente da entidade, Erno Nilo Anders, e pelo tesoureiro Olavo Arnaldo Bauer.
“Eles estiveram juntos na fundação, na construção (da sede) e na reconstrução”, conta Rubio. Erno era caminhoneiro. Ficou lembrado por, após entregar suas cargas na Tanac, em Montenegro, retornar para Linha Pinheiro Machado com seu caminhão carregado de material para as obras na sede da entidade. Já Olavo é lembrado por ajudar na arrecadação de recursos.
Passadas as dificuldades nos primeiros anos, a Sociedade Pinheiro Machado começou a crescer e ficou famosa pelos seus bailes e outras ações. Inclusive, na década de 1980, promoveu bailes de debutantes. Na época, a parte inferior da sede contava com cancha de bolão e bar, sendo bastante movimentada aos finais de semana. Outros bailes famosos, que ocorrem ainda nos dias de hoje, são os de Carnaval.
Além disso, a sede da sociedade era – e ainda é – utilizada por outras entidades, como a Sociedade de Canto Lyra e a Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (Oase), para a realização de eventos. Inclusive, foi através da união dessas e outras entidades que surgiu a ideia de criar a Sociedade Cultural Beneficente Pinheiro Machado – que no início das suas atividades também contava com o título de Recreativa e Desportiva –, uma vez que na época só existiam nas redondezas salões de baile particulares cujo aluguel era alto e o espaço físico pequeno para os eventos pensados.
Toda essa história e tantas outras envolvendo a sociedade ainda estão vivas na memória da comunidade. Entre aqueles que guardam boas lembranças dos 50 anos da Sociedade Pinheiro Machado está Abílio Kleber, 90 anos. Por mais de 40 anos, desde a inauguração do espaço até poucos anos atrás, ele atuou voluntariamente nas ações da sociedade. “Nos primeiros 20 anos, os bailes eram sempre cheios. Com mais sociedades (na região), diminuiu o público”, conta.
Sobre o fato de a sede da sociedade ter sido parcialmente destruída com um vendaval poucos anos depois de inaugurada, Abílio é simples na resposta sobre o que foi necessário fazer: “Precisava ajudar de novo. Dentro de um ano estava recuperado”. Entre suas memórias também está o fato de o Baile de Kerb ser realizado no domingo e não aos sábados, como é hoje em dia. Por fim, Abílio diz que a sociedade é importante por promover a reunião das pessoas.
Desejo pela volta ao auge
Atual presidente da sociedade e envolvida na diretoria há quase 15 anos, Marlise Camillo espera que a festa dos 50 anos da entidade sirva como um ponto de retomada para a entidade. “Tomara que dê uma festa muito boa para nós nos erguermos de novo. Eu espero bastante gente”, afirmou. O erguer de novo tem um forte significado: poder contar com a ajuda dos sócios e comunidade para realizar grandes eventos.
“Se precisa de alguma coisa, a gente tem que tirar do nosso bolso, se a gente quer ‘sair’ com festa ou baile ninguém mais quer ajudar. É tão ruim. Eu gostaria muito, muito mesmo, que os sócios colaborassem e viessem”, afirma. Segundo Marlise, a Sociedade Pinheiro Machado possui aproximadamente 120 sócios ativos.
De fato, o horizonte para o qual aponta o futuro da entidade é visto em muitas outras sociedades pelo interior. Sem o abraço da comunidade, elas acabam encerrando suas atividades. Esticando os braços para receber ajuda, a diretoria também prepara um evento para o dia 2 de julho. A ideia é festejar o Dia do Colono e do Motorista, celebrado em 25 de julho, com uma grande festa com Musical JM, Sétimo Sentido e Wilseu Pause.
Festa para celebrar os 50 anos será dia 28
Os 50 anos de história da Sociedade Cultural Beneficente Pinheiro Machado serão celebrados com uma festa no dia 28 deste mês. A festividade terá início às 10h e à tarde haverá baile com a banda Ação Real, antiga banda Boa Viagem. O almoço custa R$ 50,00 e os cartões podem ser adquiridos com a presidente da entidade, Marlise Camillo.
Secretária da diretoria da sociedade, Marlise Rasche Ruebenich salienta que a ideia é também promover alguns jogos da época. Ela destaca, ainda, que membros da diretoria estão passando pela comunidade pedindo doações na chamada “campanha do envelope”. A ideia é que cada pessoa contribua com o que puder.
O sócio que fizer a maior doação será declarado o 1º padrinho da pista de dança. O 2º padrinho será o não-sócio que tenha feito a maior doação. A ideia é inspirada em ações semelhantes realizadas nos anos de construção e reconstrução da entidade.
Segundo Marlise, a sociedade está com seu Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) e as adaptações necessárias apontadas por ele prontas, faltando apenas a vistoria final. Assim, o próximo investimento será feito no telhado da sede da entidade.