Moradores pedem por passarela para facilitar a travessia
As obras das rotatórias da RSC-287, em Montenegro, junto aos cruzamentos da rodovia com a rua Ramiro Barcelos, em frente ao Ipiranga e Coronel Antônio Inácio, na altura da Renauto, estão concluídas. Após mais de 40 anos de espera e pedidos de providência no local, as rótulas estão em etapa de entrega e foram realizadas com investimento de R$ 4,3 milhões, com recursos vindos integralmente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) após articulação do Governo Zanatta. As equipes da EGR trabalham agora para concluir os acabamentos no entorno das rotatórias e estão realizando ajustes e adaptações na sinalização para melhor interação com os usuários.
As obras iniciaram em junho deste ano. Na travessia, antes das modificações, diversos acidentes foram registrados ao longo dos anos, inclusive com óbitos. Os principais movimentos para que a segurança da travessia melhorasse vieram de moradores dos bairros Santo Antônio e Panorama, ambos próximos à rodovia.
Se, por um lado, as rotatórias facilitam o fluxo de veículos na 287, por outro, dificultam a passagem dos pedestres. Por isso, opinião dos moradores dos bairros próximos sobre as intervenções não são unânimes.
Moradores dividem opinião sobre as intervenções
Fábio Barreto, morador do Santo Antônio há 50 anos, acompanhou a espera por mudanças no local. Para ele, as rótulas não são favoráveis para boa parte da população. “Não ficou bom para os pedestres. Antes, a gente chegava ali e já demorava para passar a pé em uma faixa, imagina agora que tem um monte”, destaca. “Estes dias fui passar por ali e uma senhora estava esperando para atravessar neste sol com crianças. Ela ficou um tempão esperando. Sem contar que para a gente que vai sair do bairro de carro também não ficou bom”, relata.
Lindolfo Ruckhaber, morador do bairro há mais de 30 anos, por sua vez, aprova as alterações realizadas. “Assim ficou bem bom, porque os carros têm mais espaço”, diz. Entretanto, também acha que os pedestres saem prejudicados. “Precisava de uma passarela por cima para o pessoal passar, porque ali, nas rótulas, se a pessoa que está esperando para passar a pé não fizer sinais aos motoristas, não passa”, opina. Luiz Carlos da Silva mora no Santo Antônio há quase 20 anos. Para ele, as obras beneficiam motoristas e pedestres. “Faz tempo que pedíamos uma intervenção. Agora foi feita”, lembra.
Morador do bairro Panorama há 50 anos, Jair Antônio de Lima também aprova as mudanças. “Antes se esperava mais de meia hora para entrar de carro ali naquele lugar. Agora facilitou. Sem contar que está muito bonito, carro para lá e para cá. Eu gostei”, opina. O vizinho, José Luiz de Souza, concorda com Jair, mas acha que deveria haver solução melhor para os pedestres. “Quem sabe uma passarela por cima tinha que ter para os pedestres poderem atravessar mais rápido”.
O líder comunitário Airton Quadros convive há décadas com as dificuldades de travessia na estrada e, para ele, o modelo atual não é o que os bairros ao redor buscam, que é o melhor para o transeunte. “Tem muitos moradores insatisfeitos com a maneira que ficaram os canteiros. Há muita reclamação, porque não veio de encontro ao que o transeunte precisava. A nossa luta era para melhorias, mas que beneficiasse também o pedestre”, desabafa. Airton relembra que há bastante tempo realiza um trabalho para ajudar as crianças na travessia da 287 para ida e volta da escola e o horário mais crítico para atravessar segue sendo às 17h para pedestres.
Nessa terça-feira, 13, a tarde, a reportagem do Ibiá esteve na 287, em frente às rotatórias. Em trinta minutos no local, nenhuma pessoa atravessou a rodovia na faixa própria para pedestres. Muitas vezes, os transeuntes acabavam passando quase ao lado, mas nunca no local indicado na via, o que acarreta ainda mais demora para a passagem.
Obras podem ter readequações
Luís Fernando Pereira Vanacôr, diretor Técnico da EGR, em entrevista à Rádio Ibiá Web nessa terça-feira, 13, falou sobre o assunto tão debatido entre a comunidade montenegrina: a travessia de pedestres. Vanacôr adianta que a faixa de pedestre foi sinalizada por motivos de segurança, mas que já estão sendo estudados, junto à Prefeitura, pontos que podem ter a necessidade de travessia. “Estamos com ideia de fazer uma travessia de pedestres elevada, que já serviria também para que neste ponto os veículos trafegassem com baixa velocidade para facilitar o cruzamento da rodovia”, acrescenta.
O diretor técnico ainda destaca que as obras estão concluídas, mas sempre há adequações a serem feitas em seguida. O que é o caso da altura do canteiro central, que vem sendo alvo de críticas por estar muito alto. “Nos dedicamos imediatamente a colocar a parte de pavimentação da circulação de veículos e agora a gente tem para verificar as questões de circulação das pessoas. Então as dificuldades de atravessar caminhando a gente vai observar e buscar alternativas”, reitera. Vanacôr garante que a EGR está disponível para eventuais alterações que venham a ser necessárias. “Agora são atividades muito pequenas de ajustes e detalhes e estamos preparados e mobilizados para isso”, afirma.