O Brasil, como muitos países, enfrenta desafios relacionados às dívidas das pessoas. A situação econômica, eventos inesperados e mudanças no estilo de vida contribuem para o endividamento da população. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), uma parcela significativa da população brasileira enfrenta dificuldades financeiras devido a dívidas.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de janeiro, realizada pela CNC, 78,1% das famílias entrevistadas possuem dívidas, representando um aumento de 0,5% em relação ao mês anterior. No entanto, o percentual de famílias com dívidas em atraso está em uma tendência decrescente, passando de 29,9% para 28,3% em comparação com o ano anterior.
Estratégias para alívio Financeiro
A pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo nas finanças das famílias brasileiras, resultando em perda de empregos, redução de salários e desafios econômicos. Isso levou a um aumento do endividamento da população, atingindo 50,1% das famílias em julho de 2022, de acordo com dados do Banco Central do Brasil.
No entanto, houve uma redução gradual desse percentual nos últimos meses, com 47,6% das famílias brasileiras possuindo dívidas com o sistema financeiro em outubro do ano passado. Grande parte dessas dívidas está relacionada a empréstimos pessoais, cartões de crédito e financiamentos, representando 30,2% do endividamento das famílias, excluindo dívidas imobiliárias.
Estratégias para um futuro financeiro sólido
O governo brasileiro e instituições financeiras têm implementado programas de renegociação de dívidas para oferecer condições facilitadas para quitação de débitos. Um exemplo é o programa “Desenrola”, lançado em julho do ano passado, que permite a renegociação de dívidas de até R$ 20 mil, facilitando o pagamento e ajudando pessoas negativadas.
Recentemente, o programa expandiu suas formas de acesso, incluindo o acesso através do Serasa, resultando em mais de 445 mil adesões. No entanto, o prazo para a renegociação de dívidas está aberto até 31 de março deste ano.
Além disso, a negociação de dívidas é fundamental para reduzir o comprometimento da renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional. O Banco Central registrou uma queda de 28,4% para 27,2% no comprometimento da renda das famílias em quatro meses, evidenciando a eficácia das estratégias de renegociação.
Estratégias para uma negociação de dívidas bem-sucedida
Para uma negociação eficaz, é essencial seguir alguns passos importantes:
- Análise da situação financeira: Avalie suas dívidas, recursos disponíveis e capacidade de pagamento antes de iniciar as negociações.
- Contato com o credor: Estabeleça um diálogo aberto com o credor, demonstrando disposição para resolver a situação.
- Proposta de acordo: Apresente uma proposta de acordo que inclua renegociação de prazos, redução de juros ou quitação com desconto.
- Formalização do acordo: Formalize o acordo por escrito para garantir segurança jurídica para ambas as partes.
Enfrentar as dívidas de forma proativa e participar de programas de renegociação são passos importantes para aliviar o peso financeiro e retomar o controle da vida econômica. Ao buscar soluções colaborativas, devedores e credores podem contribuir para a estabilidade financeira e o bem-estar econômico do país.
FONTES
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor