Operação de limpeza recolhe mais de 345 cargas de entulhos da enchente

MÓVEIS, COLCHÕES e demais itens necessitam de destinação adequada para evitar danos ambientais

Após a maior enchente registrada em mais de 80 anos, as marcas da calamidade ainda são visíveis em algumas ruas de Montenegro. A quantidade de móveis, colchões e outros materiais chamaram a atenção e despertaram preocupação quanto ao seu descarte. Até essa terça-feira, dia 28, a Secretaria Municipal de Viação e Serviços Urbanos (SMVSU) contabilizou o recolhimento de 345 cargas de entulhos dos bairros alagados, evidenciando os estragos causados pela cheia.

As equipes da Secretaria Municipal de Viação e Serviços Urbanos (SMVSU) trabalharam durante o final de semana, período em que muitas famílias conseguiram limpar suas casas e retirar o que já não mais servia. Contudo, o trabalho de recolhimento ainda não acabou. “Continuaremos vistoriando as ruas e fazendo a retirada dos entulhos”, assegura o secretário Neri de Mello Pena, o Cabelo.

Em vários bairros da Cidade a imagem resgistrada foi a mesma: calçadas tomadas por materiais aguardando recolhimento

A quantidade de colchões e móveis entre os entulhos levanta preocupações sobre o destino desses materiais. Cabelo explica que todos esses itens estão sendo encaminhados para uma estação de transbordo, onde ocorre a separação e a destinação final adequada.

Rodrigo Dullius, proprietário da R.A. Entulhos Gestão de Resíduos e Transporte LTDA, sediada em São Sebastião do Caí e responsável pelo recolhimento dos descartes em Montenegro, detalha o processo de destinação dos materiais. “Tenho uma central de triagem onde recebo esses resíduos todos misturados. Eles são separados e destinados conforme sua reutilização ou não. Colchões com mola são desmontados, e a parte de metal vai para a sucata. Sofás, em sua maioria, composto por 70% de madeira, são triturados e transformados em biomassa”, esclarece.

Dullius ressalta que todos os resíduos, incluindo móveis, galhos e sofás desmontados, são triturados e transformados em biomassa. Já os itens considerados inservíveis, como espuma e eletrônicos contaminados pelo lodo das cheias, são destinados ao aterro sanitário da CRVR.

Mobilização em prol do recolhimento
Os trabalhos de limpeza também contam com o apoio de empresas parceiras que, solidárias aos munícipes, buscam evitar maiores danos ao meio ambiente. A Tanac e a Sul Florestal colaboraram com a Administração Municipal no processo de retirada de entulhos das ruas.

A Tanac e a Sul Florestal disponibilizaram combustível e máquinas para o recolhimento de materiais. Foto: arquivo pessoal/Sul Florestal

Conforme Luciano Valcarenghi, responsável pela Tanac, em Montenegro, a empresa se considera parte integrante do Município e compreende os desafios enfrentados durante as enchentes, por isso se propõe a colaborar. “Ficamos vários dias sem condições operacionais de trabalhar. Vários funcionários da empresa também foram atingidos, a imagem em nossas ruas foi de um cenário de guerra, então por iniciativa interna nos dispusemos a auxiliar neste serviço à comunidade ao nosso redor”. A Tanac disponibilizou máquinas com combustível e operadores para o auxílio.

A Sul Florestal, terceirizado da Tanac, foi a responsável pela execução do trabalho. Lucas Flores participou do recolhimento e relata a experiência. “A gente viu esse desespero de perto, e o sentimento que nos traz de ajudar é saber que estamos fazendo o mínimo que podemos para diminuir um pouco dessa dor para a cidade e para as pessoas”, desabafa.

Ao longo desta semana o trabalho continua, mas em volume menor ao registrado até essa segunda-feira, 27.

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