Novembro Azul: rastreamento evita transtornos e salva vidas

Para fechar a série de entrevistas especiais da Rádio Ibiá Web neste Novembro Azul, nessa quarta-feira, 29, o último convidado especial do Estúdio foi Paulo Alfeu da Silva Mello, 72. Aos 66 anos de idade, Mello teve o diagnóstico de câncer de próstata em um exame de sangue. Ele conta que buscou por um urologista após sentir dificuldades em urinar. “Eu precisava me esforçar para urinar, e antes não era assim, então eu vi que tinha coisa errada. Parecia que o canal estava trancado”, conta. Mello afirma que este foi o único sintoma que teve, mas o suficiente para marcar a consulta, averiguar a questão e descobrir o câncer.

Paulo Alfeu da Silva Mello teve o diagnóstico do câncer com 66 anos de idade

Mello lembra que o diagnóstico não foi precoce e nem tardio, mas que as recomendações do médico foram muito claras. “Ele disse que eu deveria fazer a cirurgia, porque caso voltasse, eu poderia passar pela quimioterapia, então eu escolhi fazer isso”, diz. Assim, sem passar por nenhuma radio e nem quimio, Mello fez a cirurgia da retirada da próstata. Entretanto, para chegar até este momento não foi tarefa fácil.

Mello relembra que ao ouvir o diagnóstico, pensou em não fazer nada sobre isso. “Pensei em todos os assuntos que envolvem essa doença e em não fazer nem quimioterapia e nem cirurgia. Achava que ia morrer igual. Pensei muito no câncer e o quanto esta doença assusta”, relata. Mas, ao deixar os familiares cientes da situação, a história mudou. “Toda a minha família me incentivou muito, isso foi muito bom. Tomei coragem também por causa do excelente médico que me explicou tudo que eu precisava saber antes da cirurgia. O apoio dele foi muito importante também”, analisa.

Foi assim que Mello realizou apenas a cirurgia, que foi o suficiente para acabar com o câncer, não precisando nem mesmo de tratamento secundário. “Meu médico é um que tem vontade de salvar os humanos. Me falou que se eu operasse, ia preservar toda a musculatura do local para não ter problemas, que eu seria um homem normal, e eu sou”, reflete. Uma das recomendações do médico foi a busca por fisioterapia. Como um paciente preocupado e consciente, Mello buscou pelo profissional e, inclusive, agradece muito pelo trabalho realizado em prol da sua saúde.

Rastreamento e coragem evitam óbitos
Após anos desde o descobrimento do câncer, Mello pode afirmar que o medo tomou conta de sua vida por alguns momentos antes da cirurgia. “Eu não dormi alguns dias e até o dia da cirurgia nada estava bom para mim. Depois de fazer, eu vi que era mais o pânico da palavra “câncer”, porque é uma doença que tu acha que vai partir e deixar todo mundo”, destaca. Ele ainda garante que durante o procedimento, nada é sentido, por isso, indica que os homens que estejam passando por um diagnóstico deste câncer sigam as recomendações do profissional com coragem.

“A cirurgia é muito melhor do que suportar a doença que pode se agravar depois. Não tenham medo, porque não se vê e nem se sente nada na cirurgia. Sem contar que meu pós cirurgia eu tive no máximo 30 dias com alguns incômodos. O quanto antes consultar, melhor, isso evita óbitos”, alerta. Segundo ele, em um ano após o diagnóstico, já estava livre da doença.

Foto: freepik

Agora curado, Mello segue realizando consultas de rotina anualmente. Ele salienta que, por recomendações médicas, em breve poderá fazer o rastreamento de dois em dois anos, por estar totalmente livre da doença no momento. Como conseguiu evitar que grandes transtornos ocorressem, por ter buscado ajuda, Mello conclui reverenciando a coragem e a importância de rastrear a doença a partir dos 40 anos de idade. “Na verdade com essa idade tem que fazer todo tipo de exame. É muito importante rastrear todo ano. Não tenha medo e nem vergonha. Isso faz parte do homem, do ser humano. É preciso encarar sem medo e com realidade”, ressalta.

Ele assume que, antigamente, realizava os check-ups necessários, mas não o exame de toque. “Eu achava estranho esse exame, mas agora vejo que é pura ignorância nossa. Se prevalecesse a minha ignorância eu poderia ter morrido”, sinaliza. “Então, faça o exame de toque, todos os exames necessários. Isso não desmerece o homem e nem tira o seu valor. Eu saí vitorioso”, finaliza.

Homens: a higiene íntima é importante!
No mês que reflete a importância da saúde do homem, também é importante falarmos sobre a higiene masculina. A praticidade dos homens que não precisam sentar ao vaso para urinar e nem mesmo utilizar o papel higiênico após necessidade na verdade é um mau hábito, conforme o portal Drauzio Varella. É preciso enxugar o pênis, para que ele não fique úmido e, consequentemente, suscetível à proliferação de fungos. Porém, o descuido em relação à higiene não se restringe a esse hábito apenas: muitos homens não levam a higiene íntima a sério. Muitos também não sabem que o indicado é lavar as mãos, além de após, antes de urinar. Isso porque, a mão, que pode estar constantemente com bactérias, ao entrar em contato com o membro pode levar a região peniana à infecções. Na hora do banho também é importante lavar o pênis com atenção.

Além de evitar mau odor, a limpeza ajuda a previnir infecções por fungos e bactérias e câncer de pênis. Para limpar completamente o órgão é preciso retrair o prepúcio (pele que recobre a glande), lavar em volta da glande com sabonete e retirar todo o esmegma — secreção branca composta de células epiteliais descamadas, óleos e gorduras produzidas pelas glândulas do pênis – que fica acumulado na região, estendendo a higiene aos testículos, virilha e ânus. A cautela deve ser redobrada com homens que operaram a fimose, já que o prepúcio estreita a passagem da glande, o que facilita o acúmulo de sujeira. Muitas vezes, nesses casos, é preciso utilizar sabonete íntimo, com pH fisiológico, visto que alguns homens podem apresentar irritações na glande e no prepúcio com mais frequência. Outra informação muitas vezes desconhecida é a importância de lavar o pênis após a relação sexual.

Além de infecções, a falta de higiene íntima masculina pode acarretar problemas mais sérios à saúde do homem, como aumentar o risco de surgimento do câncer de pênis. Apesar de raro (representa apenas 2% dos tumores malignos), a doença pode levar à amputação do órgão e até ao óbito, caso não seja tratada rapidamente. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2009 surgiram 4637 novos casos de tumor peniano, sendo a maioria na região norte e nordeste. A fimose também aumenta a possibilidade de surgimento do tumor. O risco ainda é maior quando o prepúcio deixa a passagem muito estreita, pois, com a glande encoberta pela pele, o paciente pode demorar para notar sintomas visíveis.

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