Os primeiros três meses do Notas da Quebrada foram concluídos com uma apresentação especial na noite desta quarta-feira, 26, na Sala Braskem da Estação da Cultura. O evento foi prestigiado por familiares de alunos e autoridades. Os cerca de 50 alunos do projeto, que é realizado pela Cufa Montenegro em parceria com a Braskem, deram um show para público presente, mostrando todos os conhecimentos adquiridos durante as aulas de violino, flauta, violoncelo, coral e percussão.
A aluna Larissa de Oliveira, de 12 anos, conta que conseguiu aprender muito nos três meses do Notas da Quebrada. “Eu descobri que o tom da voz pode mudar com exercícios. Aprendi várias coisas boas e todos nós estamos felizes”, destaca. A melhora do desempenho na escola também é comemorada pela jovem, que já faz planos para o futuro. “Agora minhas notas estão super boas. Eu penso que para o meu futuro seria melhor continuar cantando e aprendendo cada vez mais sobre a música”, enfatiza.
Conforme a assiste social do Notas da Quebrada, Carliane Pinheiro, a Kaká, o projeto trouxe novas perspectivas para os alunos. “Muitas crianças chegaram com a autoestima super baixa e sem perspectivas. Com o passar das aulas eles foram ganhando autonomia e hoje a gente vê o quanto as crianças evoluíram”, afirma. Para Kaká, a comunidade só tem a ganhar com o projeto, principalmente as crianças de periferias de Montenegro. “Hoje deu para ver a alegria dos pais e a gente quer que o projeto siga e que possa contemplar mais crianças das nossas periferias”, completa.
Resultados do projeto foram surpreendentes
Em três meses o projeto trouxe resultados surpreendentes. “A gente precisa de no mínimo seis meses para colocar alguém tocando alguma coisa, mas teve bastante emprenho da equipe de professore, dos próprios alunos e dos familiares. Todos colaboraram muito para hoje coroar esses três meses com a nossa apresentação”, aponta a professora Rosângela dos Santos.
Responsável por coordenar o grupo instrumental e ensinar flauta e violino para as crianças, Rosângela destaca que o processo de aprendizagem foi um desafio, tendo em vista que as crianças nunca haviam tido contato com instrumentos musicais. “Foi um processo lento, mas ao mesmo tempo foi rápido, porque eles conquistaram muita coisa em função da vontade de aprender e de se familiarizar com esses instrumentos”, afirma.
Para a professora, projetos como o Notas da Quebrada são fundamentais, porque causam um impacto social e pessoal na vida das crianças. “A gente quer que cada uma dessas crianças se torne adultos melhores, tornando-se músicos ou não. Eles tendo esse contato com a música com certeza serão adultos mais sensíveis. A música e o esporte têm a capacidade de transformar, então devemos ter cada vez mais políticas publicas nesse sentido”, finaliza.
Projeto deve ter continuidade
Os três primeiros meses do projeto Notas da Quebrada foram realizados com o apoio da Braskem, através do 1º edital Braskem – Projetos que Transformam. Com o recurso destinado pela empresa foi possível atender cerca de 50 alunos. Agora, o desafio é ampliar o número de vagas, tendo em vista que 168 crianças aguardam na lista de espera.
“É muito frustrante uma criança dizer que quer participar e a gente ter que dizer que não tem vaga. Então vamos avaliar como conseguir absorver essa demanda”, pontua o coordenador da Cufa Montenegro, Rogério Santos. Ele destaca que a continuação do projeto já está em negociação e deve contar com o apoio de mais parceiros. “Outras empresas também estão perguntando como faz para ajudar, isso é importante, porque representa o reconhecimento da importância do projeto”, completa.
Rogério afirma que foram três meses de muito trabalho que trouxeram resultados inesperados. “No inicio foi um desafio muito grande, mas no decorrer do projeto as crianças se adaptaram e nos surpreenderam de mais. Com um mês e meio o pessoal da flauta já lia partitura, depois o pessoal do violino e assim por diante”, comenta. O coordenador da Cufa Montenegro destaca também o aspecto social do Notas da Quebrada, que além de oferecer aulas de música oportunizou aos alunos conhecer lugares e culturas diversas. “Esses três meses transformaram a autoestima deles, isso é a nossa grande vitória”, conclui Rogério.
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