“No nosso governo, a prioridade será os produtores rurais”, diz Xirú

Na quarta-feira, dia 11, o Estúdio Ibiá recebeu o candidato a prefeito de Brochier, pelo PL, José Augusto Castro de Deus (Xirú), e seu vice, João Érico Dickel. Entre os assuntos abordados estiveram a conclusão das obras da rodovia Transcitrus, no trecho que passa por Brochier, e também tópicos relacionados às áreas da Educação, Saúde e Desenvolvimento da cidade.

JI – O senhor ficou 8 anos sem concorrer, após não conseguir ser reeleito em 2016. Quais foram às razões que fizeram o senhor voltar a concorrer?
José Gustavo Castro de Deus (Xirú) – Foi um problema particular, uma separação, então resolvi me ausentar um pouquinho da política. Mas sempre tive vontade de ser candidato a prefeito.

Durante minha vida política, além dos cinco mandatos como vereador, fui o primeiro secretário da agricultura do município, em 1993, e depois fui secretário da saúde, em 2009 e 2010. A vontade de ser candidato a prefeito sempre esteve junto comigo.

Eu tenho um coração emedebista, mas o meu MDB não é o MDB que está ai agora. Já na última eleição, quando votei para o governo federal, fui mais PL que qualquer outra coisa. Nós somos bolsonaristas. Por isso, não hesitei muito em aceitar o pedido para ser candidato a prefeito pelo PL.

JI – Qual a prioridade de seu governo, caso seja eleito?
Xirú – A prioridade está na capa do nosso plano do governo: a criação da super Secretaria da Agricultura e de Comércio. Nós vamos começar pelo alicerce do município. Se a agricultura vai bem, o comércio vai bem. A saúde vai bem, a educação vai bem.

Temos visto o abandono que existe na nossa agricultura. O pessoal tem se queixado bastante. Eu que já fui secretário da agricultura e fiz um trabalho que vamos voltar a fazer, porque nunca mais foi feito. O preço do produto que a agricultura produz quem regula é o mercado. O papel do Poder Público é tentar ajudar o produtor para que ele produza com menos custos. E esse é o papel que a gente quer desenvolver.

Fazer um trabalho de compra conjunta de adubos e sementes. E, de repente, subsidiar o frete para que o agricultor receba adubo, calcáreo pelo menor preço. Hoje o custo é o que faz o agricultor, muitas vezes, desistir de produzir.

JI – Como a super secretaria da Agricultura, Indústria, Comércio e Serviços, na prática vai oferecer melhores serviços para o setor produtivo?
Xirú – Há problemas também na indústria, no comércio e na prestação de serviços. Empresas que precisam de um apoio do Poder Público e não estão recebendo. A gente quer juntar tudo isso e dividir em equipes de trabalho. A ideia é ter um secretário. Hoje, por exemplo, as máquinas que seriam da Agricultura estão todas nas obras.

JI – Cerca de 68% da economia vem do setor agrícola. O senhor pretende buscar alternativas para reduzir esta dependência do setor primário?
Xirú – Hoje a cidade vive em função do carvão. Já em 1993 eu introduzia outras culturas. Não adianta introduzir uma cultura que não tem mercado. Naquela ocasião, a gente fez um convênio com a Oderich, de São Sebastião do Caí e produziu milho doce e pepino também.

A ideia é que sejam introduzidas essas e outras culturas. Naquela ocasião, a gente trabalhou bastante com os citros que estão em um mercado muito bom, com um preço ótimo. Recentemente, tivemos uma troca de secretário da Agricultura. Eu sugeri, fazer uma campanha, de compra conjunta de mudas de citros. E foi feito, com economia para os agricultores.

Em Brochier tem produtores de figo, manga, moranguinho, são culturas que a gente vai estimular até pra diversificar essa agricultura. Temos muitos produtores de leite também.

JI – O senhor tem alguma proposta especifica para o setor do carvão?
Xirú – A queixa do nosso produtor de carvão é a estrada para retirada o produto. Pela legislação, o forno de carvão tem que estar afastado das vias públicas, e precisa da estrada para chegar lá. Assim como a retirada de lenha também.

No carvão, existe um trabalho bem grande para a criação do selo de qualidade. Está no nosso plano de governo um programa de fomento para produção do carvão e o selo.

JI – Segundo Ideb Brochier apresentou um desempenho preocupante nas séries Inicias do Ensino Fundamental. Que ações seu governo pretende implementar para a melhoria do Ensino na rede municipal?
Xirú – Muitos colégios do interior foram fechados em função do custo para manter. O fechamento fez com que se aglomerassem os alunos quase todos no centro da cidade.
Essa aglomeração faz com que o professor não tenha atenção particular ao aluno. As escolas do interior faziam isso, tinha menos alunos. Isso só é bom para o custo do município, mas para o aluno não é.

A gente tem no plano de governo a elaboração de estudo pra ver a viabilidade de reabrir alguns colégios no interior. Eu penso em Batinga Sul, que tem uma estrutura muito boa, tem ginásio de esportes. Pode dar um custo maior para o município, mas logo ali adiante, a gente vai colher os frutos.

A gente também quer introduzir, no currículo escolar, o ensino religioso. De repente, não faz parte da formação intelectual da pessoa, mas faz parte da criação do bom ser humano.

JI – Brochier mantém um convênio com o Hospital Montenegro para o atendimento de Traumatologia. Sua administração vai manter? Pretende ampliar esta parceria para outras especialidades?
Xirú – O posto de saúde tem um trabalho bem feito, mas nós temos que ampliar. O convênio com o Hospital Montenegro vai continuar, e a gente pretende melhorar. Mas o trabalho que é feito lá no posto de saúde, a gente tem que sempre buscar melhorar. Temos deficiência em alguns setores, algumas especialidades que pretendemos trazer, ter médicos que atendam a essas especialidades.

Também temos no município pessoas que estão aguardando cirurgias eletivas há muito tempo. Essas pessoas vão ser chamadas na secretaria da saúde, vamos tentar um acordo, a família entra com parte do valor, a gente entra com a outra e vamos tentar encaminhar para fazer a cirurgia particular.

JI – Em seu Plano de Governo consta: “Construir ponte com elevação no centro da cidade. Como esta medida vai impedir que as águas do arroio Brochier invadam o Centro da cidade?
Xirú – É uma sugestão dos próprios moradores. Atualmente tem outro projeto que foi elaborado pelos moradores para a construção de uma galeria. Só que a ponte ainda vai ficar no mesmo nível. O problema tem sido maior quando a água bate na cabeceira da ponte. Então, a elevação da ponte vai fazer com que a gente consiga abrir mais espaço com pilares.

Pretendemos, pelo menos, amenizar a situação. O desassoreamento do arroio é a primeira coisa a se fazer, é primordial.

JI – A conclusão da Transcitrus, que corta nove municípios é de extrema importância para a economia regional. No trecho de Brochier ainda faltam 3,9 km. Qual a sua estratégia para conseguir concluir o asfaltamento no trecho de Brochier?
Xirú – Tem um projeto encabeçado por todos os deputados do Rio Grande do Sul, independente do partido, para que venha o valor, R$ 8 bilhões, para concluir a Transcitrus. Nós estamos esperando que isso surta efeito. Se não, vai ter que ser feito pedaço em pedaço.

Eu creio que a Transcitrus é uma coisa importante, mas o município de Brochier tem coisas mais importantes para fazer. Temos que começar pelo trabalho de casa. No nosso governo, a Transcitrus tem muito valor, mas não é a prioridade que o município está precisando. Acho que a prioridade que a gente vai trabalhar é agricultura, ajudando os nossos produtores.

JI – Os moradores de Brochier, especialmente os que moram na sede, enfrentam o grande tráfego de caminhões na rua Irmãos Brochier. O senhor tem algum plano para solucionar esta situação?
Xirú – Quando a Transcitrus for terminada, pior vai ser para o nosso centro. Era para ser uma via de turismo, mas ela virou uma via de produção, pelo menos até Brochier.

Temos que fazer alguma coisa para retirar aquele trânsito do centro da cidade. Às vezes, se tem que tomar algumas atitudes antipolíticas, para o bem da maioria. Quando fui vereador, fiz uma lei proibindo o estacionamento de caminhão. Só que isso foi parado pelo prefeito.

JI- Como será a participação do seu vice na sua gestão?
Xiru – É a primeira vez que o Érico é candidato a alguma coisa. Érico tem um nível cultural que considero essencial para quem quer ser vice-prefeito. E, aquela coisa, quando o prefeito sai, não tem ninguém para atender o nosso produtor.

Érico – É a primeira vez que estou me disponibilizando a um cargo público. Nunca me filiei a nenhum partido, porque, nunca achei um partido que me representasse. E agora, pela primeira vez, eu estou vendo no PL essa possibilidade. Gustavo e eu já temos conhecimento das ideias um do outro e nos damos muito bem.

Experiência política ainda não tenho, mas ninguém nasceu sabendo. A gente está na campanha de casa em casa, estou aprendendo bastante e estou vendo as qualidades que o meu candidato a prefeito tem.

JI – Qual a sua mensagem final?
Xirú – Primeiro agradecer pela receptividade que nossa campanha está tendo. Estamos terminando nosso plano de governo. Essa é a ferramenta principal para o leitor escolher o seu candidato.

Somos pessoas de uma idade já um pouquinho avançada. Sabemos que temos um currículo político, no meu caso. Sei como conversar com as pessoas, sei dos problemas que a maioria tem, e estaremos com certeza recebendo todos.

Érico – Como o nosso município é pequeno, todo mundo conhece praticamente todos os candidatos. Então, o nosso plano de governo e o plano de governo dos outros candidatos é a ferramenta na qual eles podem se basear para escolher o melhor candidato, o mais preparado. Quem ainda tem dúvida de quem é o mais preparado, vai poder decidir pelo plano de governo.

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