PADRE CLÁUDIO completa 50 anos trazendo fé, companheirismo e alegria ao povo
Hoje, 28 de julho, exatamente às 16 horas, uma trajetória de feliz doação ao próximo completa meio século. O Vigário da Paróquia São Miguel do Maratá, Cláudio Finkler, comemora sua ordenação com a certeza de ter dedicado 50, dos 78 anos de vida, à missão fraternal que escolheu na adolescência. O sentimento de ‘missão cumprida’ é confirmado pelo amor da comunidade, que domingo, dia 30, lhe fará uma grande festa.
Nascido em 1944, na cidade de Picada Café, filho de agricultores e com cinco irmãos, padre Cláudio não fala do sacerdócio como iluminação divina. Foi uma escolha do menino de 14 anos, que inclusive surpreendeu seus pais, como ilustra ao repetir um diálogo que ouviu entre os dois. “Temos que dar um jeito no Cláudio”, disse a mãe Maria Diel; ao que o pai Emílio Finkler perguntou, “Ele ainda quer ser padre?”. Depois disso recebeu apoio, e o exemplo do pai, que se doou na construção de três igrejas no município.
“Padre é o trabalho de fazer o bem para as pessoas. É uma consagração pelo bem da sociedade. Alguém precisa falar de Deus, da Caridade e da solidariedade”. O jovem Cláudio já percebia na profissão uma forma de educar e de melhorar vidas, no espiritual e no material. Mas para realizar seu desejo, seguiu outro conselho do pai. “Estudem que não precisarão trabalhar no pesado, como eu”, recorda; sendo que apenas uma das filhas do agricultor não se formou em faculdade.
Desta forma, o menino saiu de casa para o mundo, admirando-se das coisas que via pela primeira vez. “Eu nunca tinha visto duas casas, uma em cima da outra”, brincou a respeito da casa de dois pisos e os pensamentos que vinham à sua mente.
Seu destino era perto do Rio Caí
Quando a jornada de Cláudio Finkler inicia, a família já vivia em Novo Hamburgo. Mas o destino dele estava no Vale do Caí, sendo que seu primeiro internato foi em Bom Princípio, no Seminário São João Maria Wiarney, onde seu peito apertava de saudade de casa. O segundo grau foi em Gravataí, e o ciclo final em Viamão, onde residia e cursava Filosofia, e a faculdade de Teologia foi cursada na PUC de Porto Alegre.
A ordenação foi na atual Catedral São Luiz, no Centro de Novo Hamburgo, presidida pelo Cardeal Alfredo Vicente Scherer. A primeira missão foi de professor de Língua Portuguesa e Biologia, retornando ao Seminário São José, em Gravataí. Lá também ensinou música, dom com o qual se manteve nos anos de estudo, tocando órgão em celebrações e casamentos. Como padre, a primeira comunidade foi de Roca Salles, no Vale do Taquari.
Então em 1978, aos 33 anos, retorna ao Caí, sendo recebido com festa no Distrito de Montenegro. Ele substitui outro querido religioso, Pedro Bernardo Rech, que ficou 37 anos e dá nome à rua central. Padre Cláudio superou essa marca, com 44 anos dedicados ao povo de Maratá. “Fiquei padre para as pessoas, para melhorar a sociedade. Eu não fiquei padre pra mim”.
Com postura de líder, participou ativamente do movimento emancipacionista pela região (1988 Brochier/ 1992 Maratá), o qual classifica benéfico, sobretudo aos humildes. Recebeu o Título de Cidadão Honorário de Maratá e é uma referência na cidade.
Povo exigiu a volta de seu padre
Em 1985, padre Cláudio até recebeu transferência para Palmares do Sul. Mas quem disse que seu povo aceitou? A pressão popular sobre os políticos e o arcebispo Dom Cláudio Colling (Arquidiocese de Porto Alegre) lhe trouxe de volta um ano depois, inclusive com anuência do prefeito de Montenegro, Erni Carlos Heller, que era Luterano.
Este verdadeiro resgate foi motivado pela postura de ‘líder do rebanho’. Mas também pela figura carismática e risonha, que afeta qualquer um que conviver com Cláudio. “Eu me divirto com aquilo que tem na minha frente… não gosto de pessoas sérias”, disse, gargalhando. Veja no Insta do Ibiá o vídeo no qual o Padre Cláudio fala sobre o que ele aprendeu em 50 anos de sacerdócio.